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terça-feira, 21 de outubro de 2014

Camilo e Eunício trocam acusações durante debate









Candidatos Eunício Oliveira e Camilo Santana trocam cumprimentos antes do início do debate de ontem, no prédio da TV Jangadeiro. No estúdio os dois trocaram insultos e se acusaram de dar informações inverídicas (Foto: Kid Júnior/Diário do Nordeste)
Os dois candidatos ao Governo do Estado travaram, ontem, uma intensa disputa na apresentação de dados referentes à realidade do Ceará. Camilo Santana (PT) e Eunício Oliveira (PMDB) participaram do debate organizado pelo Sistema Jangadeiro, onde se acusaram mutuamente de divulgar informações falsas para confundir o eleitor.

Enquanto Eunício Oliveira concentrou parte de seu tempo para questionar a veracidade dos dados apresentados por Camilo Santana ao alegar que números estariam sendo distorcidos, o representante petista na disputa fez o mesmo ao acusar o peemedebista de mentir na divulgação de informações que fogem do cenário registrado atualmente no Estado.

O primeiro bloco foi destinado apenas para que os dois candidatos ao Governo do Estado respondessem a perguntas elaboradas por ouvintes e telespectadores espalhados pelo Ceará, mas o acirramento do debate e confronto em torno dos dados estatísticos começou logo no segundo bloco, período em que foi permitido o embate direto entre os postulantes.

Carteira assinada

Eunício Oliveira perguntou a Camilo Santana quais eram os números que mais o deixavam orgulhoso, mas após o petista listar informações sobre diferentes áreas de responsabilidade do Executivo, o representante do PMDB o acusou de "esconder" os dados estatísticos verdadeiros. "Você esconde os dados estatísticos verdadeiros, porque você sabe que a cada duas horas um cearense é tragado pela violência. Você sabe que o Ceará é quem tem o pior salário em carteira assinada. Há anos atrás, o Ceará tinha 20% de carteiras assinadas com mais de dois salários mínimos. Hoje, são menos de 15%. Então, vocês não geraram emprego de qualidade, não deram oportunidade ao jovem e ficam dizendo na televisão que fizeram isso", disse Eunício.

Em reposta ao peemedebista, Camilo Santana alegou que todos os problemas não podem ser solucionados em quatro ou oito anos, mas que era necessário reconhecer os avanços alcançados durante a gestão do governador Cid Gomes. "Ninguém vai resolver os problemas do Ceará em 4 ou 8 anos, acumulados há décadas. É claro que tem muita coisa para ser feita. É claro que as coisas não estão boas, mas nós tivemos avanços muito importantes registrados em todos os índices nacionais e estaduais", disse.

Irreais

Em outro momento, foi a vez de Camilo Santana acusar Eunício Oliveira de apresentar dados estatísticos irreais para atrair o voto do eleitor. Ao responder ao petista um questionamento sobre a energia renovável, o peemedebista mudou o tema para educação e destacou que, atualmente, aproximadamente 500 mil jovens estão fora da escola.

Em seguida, no entanto, o candidato Camilo Santana afirmou desconhecer de onde é que Eunício Oliveira teria retirado esse dado para apresentar no debate ao pontuar que as escolas da rede estadual de ensino são responsáveis por reunir 86 mil alunos.

"Mais uma vez o candidato não responde. Eu perguntei sobre sua política para a energia renovável no Ceará e você fala de segurança, educação. Não sei de onde é que você está tirando que tem 500 mil alunos fora da escola. 860 mil alunos, dados do Ministério da Educação, estão dentro da sala de aula. Quero saber de onde você tá tirando esse dado. E eu espero que, na próxima vez, você responda as perguntas que eu estou fazendo a você", ironizou Camilo.

Depois, Eunício Oliveira voltou a cobrar que seu adversário que falasse a verdade e criticou o petista, como forma de ludibriar o eleitor, de se apropriar de projetos como a recuperação do Rio Maranguapinho e o programa Minha Casa Minha Vida.

"Para ganhar o voto do eleitor, você diz que fez o Maranguapinho. Não foi você que fez. Você não trouxe 1 centavo para o Maranguapinho. O programa Minha Casa Minha Vida, que você se vangloria tanto. Você diz que é do Crato, mas não fez uma casa na cidade do Crato. Você não fez uma casa na cidade de Barbalha, você não construiu uma casa na zona rural e fica propagando que você fez tudo no Estado do Ceará, quando o governador não é você", frisou Eunício

No terceiro bloco, os ouvintes e telespectadores voltaram a fazer perguntas para os dois candidatos, reduzindo o clima de acirramento no debate, mas ambos voltaram a trocar acusações no quarto bloco. Após Eunício Oliveira acusar Camilo Santana de não ter construído nenhuma unidade habitacional pelo programa Minha Casa Minha Vida na zona rural, o petista rebateu ao convidar o representante do PMDB para visitar os municípios do Interior.

"Eunício, não diga isso. Aliás, antes de eu ser secretário, não tinha nenhuma no Ceará. Agora, foram mais de mil construídas na área rural e já tem mais duas mil prestes a ser contratadas. Eu lhe convido para ir a Massapê, Morada nova, ir a Milhã, para ir a diversas cidades do Ceará. A gente precisa falar a verdade para o povo do Ceará. Não sou candidato para estar mentindo para ninguém", respondeu o candidato Camilo.

Quero saber de onde você está tirando esse dado. Espero que, na próxima vez, você responda as perguntas que eu estou fazendo.

Fonte: Diário do Nordeste

Polícia investiga morte de médico em Fortaleza

 
Sepultamento reuniu amigos e parentes do médico ortopedista no cemitério São João Batista, no Centro da Capital (Foto: Rui Nóbrega/Diário do Nordeste)
A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) está investigando a morte de um médico e empresário, ocorrida no flat da vítima, situado à Rua Joaquim Nabuco, 166, no bairro Meireles. O corpo do ortopedista foi achado no último domingo. Ontem, por volta de 16h, foi realizado o sepultamento, no Cemitério São João Batista, no Centro.

De acordo com o delegado Ricardo Romagnoli, diretor da DHPP, o crime, provavelmente, se trata de um latrocínio (roubo seguido de morte). Conforme a Polícia, o ortopedista Cláudio Mariano Alencar Barreira Braga, 55, morava sozinho.

Seus amigos e familiares deram por sua falta na quinta-feira (16). Os contatos pelo telefone não foram bem-sucedidos, pois o aparelho permanecia desligado. O médico também teria faltado aos plantões que daria nas noites de sexta-feira (17) e sábado (18) e o fato causou estranheza nos colegas, já que não era costume dele faltar ao trabalho.

Os muitos indícios de que Cláudio Braga estava desaparecido levaram os familiares a iniciarem uma busca por ele, que foi finalmente encontrado sem vida, dentro de flat dele, na tarde do último domingo (19).

A Polícia foi acionada e iniciou as investigações do caso. "O corpo estava sob a cama, apresentando ferimentos que denunciavam que houve violência na prática do crime", disse o diretor da DHPP.

Bens roubados

A caminhonete de Cláudio Braga, uma Ford, modelo Ranger, que estava na garagem, foi roubada, juntamente com outros pertences como a bolsa com os instrumentos médicos, o aparelho celular, a carteira e um tablet. Nenhum dos vizinhos declarou ter visto algo que pudesse levantar suspeitas de que um crime tivesse ocorrido no local.

"As pessoas com quem tivemos contato no local do crime disseram que ele era uma pessoa séria, comprometida com o trabalho. Por enquanto, não temos nenhum motivo para acreditar que tenha sido executado, mas o local do crime, à priori, não tinha sinais de arrombamento. A hipótese mais forte neste momento, é que tenha se tratado de um roubo seguido de morte, já que o veículo dele foi levado", disse Romagnoli.

O delegado contou, ainda, que o corpo do ortopedista apresentava lesões no pescoço que podem ter sido causadas por um objeto perfurante. Uma equipe da Perícia Forense do Ceará (Pefoce) esteve no local do crime colhendo elementos que confirmem qual objeto, precisamente, foi usado para matar o médico. "O corpo apresentava, pelo menos, três lesões profundas no pescoço, causadas por uma arma branca, semelhante a uma faca", disse o delegado.

Os peritos fizeram análises no flat, que devem ser anexadas ao inquérito policial. Um cigarro, encontrado no local, foi apreendido. Romagnoli disse que o cigarro será enviado à Pefoce, que irá se manifestar sobre quais substâncias pode conter. "Não podemos afirmar nada sobre ter drogas no local do crime. A única coisa encontrada foi este cigarro, que pode ser legal e não uma droga ilícita".

Ricardo Romagnoli disse que a caminhonete do médico foi encontrada abandonada, na manhã de ontem, no bairro Castelo Encantado. "A Ranger estava estacionada junto a uma calçada, sem dois pneus. O fato chamou atenção dos populares que chamaram a Polícia. Quando os agentes chegaram lá e cruzaram as placas, constataram que era a Ranger do médico".

O delegado informou que ainda não conversou com os moradores da área onde o carro foi achado. "Ainda vamos ouvir oficialmente as pessoas da rua onde o carro estava, que podem ter informações importantes, assim como os vizinhos da vítima".

Romagnoli disse ainda, que próximo ao flat onde o corpo da vítima foi encontrado pode haver circuito interno de segurança e que, confirmada a existência das câmeras, irá solicitá-las aos proprietários. Até agora, nenhum suspeito foi identificado.

Sepultamento

O corpo do médico foi enterrado na tarde de ontem, sob comoção e revolta de amigos e familiares, no Cemitério São João Batista, na Capital.

O local ficou restrito à entrada das pessoas próximas a Cláudio, que foram dar o último adeus ao médico, que tinha como especialidade a ortopedia.

Bastante abalados, os familiares não falaram com a imprensa. Coube à advogada e amiga da família, Ana Flávia Parente Cavalcante, externar o sentimento de dor pelo crime que tirou a vida de Cláudio.

"Até agora, sabemos pouca coisa também, apenas o mesmo que a Polícia. Ele estava desaparecido desde quinta-feira, não foi trabalhar, e no domingo fomos com apoio policial até o flat e o encontramos já sem vida. Nunca imaginamos que algo assim pudesse acontecer. Ainda não sabemos o motivo", disse.

Os familiares levaram rosas brancas, que foram arremessadas como forma de homenagem, com a colocação da urna. O som suave de um violino dava o tom para os cânticos religiosos.

Fonte: Diário do Nordeste

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