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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Primeira vacinada na Bahia pega Covid antes de tomar a 2ª dose

 

                      

A enfermeira Maria Angélica de Carvalho Sobrinho, de 53 anos, contava os dias para receber a segunda dose do imunizante contra o coronavírus quando os primeiros sintomas da infecção surgiram. Ela, a primeira pessoa vacinada contra Covid-19 na Bahia, no dia 19 de janeiro, precisou ser internada no Instituto Couto Maia, em Salvador. O quadro clínico é estável, mas, com falta de ar, a enfermeira tem auxílio de oxigênio externo para respirar.

Maria começou a sentir-se mal em 12 de fevereiro, quatro dias antes da previsão de receber a segunda dose da Coronavac. O intervalo entre a primeira e segunda aplicação varia de duas a quatro semanas.

Esse não é o único caso de paciente que, depois de receber a primeira dose da vacina, é infectado pelo coronavírus na Bahia. Ainda neste mês, no dia 10, três idosos que viviam num abrigo em Nazaré das Farinhas, no Recôncavo Baiano, morreram vítimas da Covid-19, mesmo tendo recebido a primeira dose do imunizante pouco menos de duas semanas antes.

ENTENDA COMO É POSSÍVEL

O infectologista Carlos Brites, referência em pesquisas sobre doenças infecciosas e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), explica que a infecção pelo coronavírus entre aqueles que receberam a primeira dose da vacina é justificável cientificamente.

– A primeira dose até pode dar algum grau de proteção a alguns indivíduos, mas não protege de fato. É necessária a segunda dose para reforçar a resposta. Dizer isso é superimportante, porque a maior parte das vacinas no nosso horizonte funcionam assim – explicou.

Isso acontece porque há um tempo para que o corpo comece a produzir anticorpos e existe, claro, a variedade de respostas imunológicas.

– Uma resposta imunológica mais robusta, de forma geral, só com a segunda dose – frisou Brites.

A Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) respondeu à reportagem dizendo que não possui levantamento de quantos são os casos de Covid-19 entre pessoas que receberam a primeira dose da Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac e produzido pelo Instituto Butantan, no Brasil. O imunizante tem eficácia geral de 50,38%. Ou seja, o risco de uma pessoa imunizada contrair o coronavírus é reduzido pela metade. Segundo os estudos divulgados até o momento, no entanto, a vacina previne 100% de casos graves e mortes provocados pela doença.

Na Bahia, 447.980 doses da vacina foram distribuídas (47,9% na aplicação da segunda dose) até a manhã desta quinta-feira (25) – mostra boletim da Sesab. O receio, conta o infectologista Carlos Brites, é “essa sensação de que o problema estaria resolvido”, trazido pela vacina, mesmo para quem sequer recebeu a primeira dose.

– Tem um relaxamento geral. Mas essa perspectiva de vacinação para a população em geral, se permanecer nesse ritmo, é demorada, entre quatro, cinco anos, as pesquisas mostram – disse.

CUIDADOS NECESSÁRIOS

Os cuidados dos vacinados, na verdade, devem permanecer os mesmos que o dos não vacinados, como uso de máscara, distanciamento ou isolamento social e higienização constante das mãos, afirmou o infectologista. A recomendação vale para até depois da segunda dose, principalmente com o avanço de novas variantes no Brasil.

O Laboratório Central da Bahia (Lacen) identificou no estado, em quase um ano de pandemia, 13 linhagens diferentes do coronavírus – entre elas, as variantes de Manaus, a do Reino Unido e a do Peru, descoberta no estado na última terça (23). Ainda não há nenhuma garantia, falou Brites, de que as vacinas elaboradas com base na primeira cepa do vírus sejam capazes de produzir respostas imunológicas eficazes também contra as variantes do coronavírus.

– Esses mutantes podem fugir das vacinas contra o coronavírus – ressaltou.

A empresa americana de biotecnologia Moderna, por exemplo, anunciou nesta quarta-feira (24), que estava pronta para iniciar os testes em humanos da vacina elaborada especificamente para a variante detectada na África do Sul. A 501Y.V2, considerada uma das mais perigosas pelos cientistas, pelo poder de escapar dos bloqueios de anticorpos, é “neutralizada” pela vacina da Moderna, mas a empresa disse que criou uma nova estratégia, “por precaução”.

*Estadão

Flamengo perde para São Paulo, mas garante bi do Brasileirão

 

Rubro-Negro contou com empate sem gols do Internacional, contra Corinthians, no Beira-Rio, para ficar com bicampeonato.

“Uma vez Flamengo”, duas vezes Flamengo… Os primeiros versos do hino rubro-negro já podem ser alterados apesar da derrota por 2 a 1 para o São Paulo nesta quinta-feira (25), no Morumbi. O time contou com empate sem gols do Internacional contra o Corinthians para conquistar bicampeonato do Brasileirão.

Além dos agora sete campeonatos brasileiros (1980, 1982, 1983, 1992, 2009, 2019 e 2020), o time contabiliza também a conquista da polêmica Copa União (1987) — o Sport se vale da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de 2019 para também comemorar o título nacional daquele ano.

Ao longo de 36 rodadas, interrompidas pela pandemia do novo coronavírus, o Flamengo não chegou a liderar o Brasileirão uma vez sequer. Na 37ª data, um confronto com o então líder Internacional mudou o rumo da história. A vitória dos comandados de Rogério Ceni, que assumiu o time em novembro no lugar de Domènec Torrent, foi o sprint final para o sétimo título.

A conquista, inclusive, é especial para Rogério Ceni. Um dos maiores ídolos da história do São Paulo, adversário da noite do título, o ex-goleiro-capitão-artilheiro chegou a morar debaixo das arquibancadas do Morumbi. Apesar do enorme respeito com o time tricolor, o tricampeão como jogador e campeão como técnico não se furtou a dar a volta olímpica.

Com a bola rolando

Os primeiros minutos do jogo no Morumbi foram pra lá de nervosos. Se de um lado valia o título, do outro a classificação direta à Libertadores. Apesar das boas defesas de Tiago Volpi e Hugo, o lance capital mesmo ficou para os 49 minutos. Em cobrança de falta dentro da meia-lua, Daniel Alves e Luciano enganaram Hugo sobre quem iria bater a falta. Coube a Luciano chutar no canto do goleiro, que optou por uma incomum formação de barreira.

Na volta do intervalo, o Flamengo voltou com mais intensidade e tratou de empatar a partida logo aos 5 minutos. Bruno Henrique aproveitou bola escorada por Gustavo Henrique e, de cabeça, só empurrou para o fundo do gol. A comemoração só esfriou com novo erro na saída de bola dos visitantes. Aos 13 minutos, Hugo entregou a bola nos pés de Daniel Alves, que tocou para Pablo chutar com tranquilidade.

Com o fim do Brasileirão, as equipes voltam suas atenções para os Estaduais. O São Paulo volta a campo já no domingo (28), contra o Botafogo, no Morumbi, pela primeira rodada do Paulistão. Já o Flamengo encara o Nova Iguaçu na terça (2), no Maracanã, com transmissão da Record TV.

(R7)

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