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terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Adolescente de 14 anos é morto durante operação no Rio - Família acusa PM

  Ray Pinto Faria, de 14 anos, estava na porta de casa, no Campinho, na Zona Norte do Rio, quando teria sido abordado e levado por policiais - O corpo do garoto só foi encontrado horas depois no Hospital Salgado Filho

Ray Pinto Faria, de 14 anos - Família acusa PMs de levarem o garoto da porta de casa

A família de um adolescente acusa a Polícia Militar pela morte de Ray Pinto Faria, de 14 anos. Segundo parentes do adolescente, ele estava na porta de casa, jogando no celular, quando foi abordado e levado por policiais que faziam uma operação no Campinho, na Zona Norte do Rio.
Os familiares ficaram algumas horas sem saber o paradeiro do garoto, e afirmam que só depois foram informados de que ele estaria no hospital Salgado Filho, onde foi encontrado já sem vida pela mãe.
O corpo de Ray foi reconhecido por um primo, que contou que ele tinha uma marca de tiro na perna e outra na barriga.
A Secretaria Municipal de Saúde confirmou que o corpo de Ray deu entrada no Hospital Salgado Filho, e que foi reconhecido pela família. Além do corpo do garoto, outros dois cadáveres foram levados para a unidade na manhã desta segunda-feira (22) e aparentam ser de adultos.
A morte do garoto, que era conhecido na região por trabalhar carregando compras de supermercado, gerou revolta em amigos e familiares, que protestaram na Avenida Ernani Cardoso.
Durante um ato na região nesta segunda, um ônibus foi danificado e um motorista agredido. A polícia interveio e levou alguns manifestantes presos para a 29ª DP.
A assessoria de imprensa da Polícia Militar confirmou que houve operação policial na região, mas informou que houve confronto apenas na comunidade do Urubu, em que dois indivíduos foram localizados feridos e levados para o Hospital Municipal Salgado Filho, onde morreram.
O mesmo aconteceu na comunidade do Fubá, onde equipes do Batalhão de Polícia de Choque revidaram disparos de armas de fogo e depois localizaram um indivíduo ferido, que também foi a óbito no Salgado Filho.
A nota da PM não menciona confrontos no Campinho, nem se algum dos mortos seria Ray Pinto Faria.

Prefeito e vice de Cedro têm diplomas cassados; Justiça eleitoral determina novas eleições

Foto Marciel Bezerra/Prefeitura de Cedro
O prefeito João Diniz (PDT) e a vice-prefeita da cidade de Cedro, Ana Nilma (PDT), tiveram os diplomas cassados pela Justiça Eleitoral do Estado. A decisão também determina a realização de novas eleições no município do interior do Ceará, bem como a inelegibilidade deles e do ex-gestor da cidade, Nilson Diniz (PDT), pelos próximos oito anos. Eles ainda podem entrar com recurso no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

João Diniz afirmou ao G1 que ainda aguarda notificação sobre a decisão. A reportagem não conseguiu contato com Nilson Diniz.

A decisão foi tomada, no último dia 17 de fevereiro, pelo juiz Eduardo André Dantas Silva, da 13ª Zona Eleitoral de Iguatu. O magistrado considerou que houve abuso de poder a partir da contratação e renovação de contratos de servidores temporários no município. Essa prática teria ocorrido em período vedado pela legislação eleitoral, inclusive durante o próprio pleito. Prefeito nega os crimes e diz que decisão será revista.

"O quadro em tela revela abuso de poder, tanto na modalidade excesso, quanto na modalidade desvio. É clara a utilização da máquina pública para fins outros que a sua atividade precípua", escreveu o juiz na decisão.

De acordo com o magistrado, os contratos firmados durante a gestão do ex-prefeito Nilson Diniz (PDT) formaram uma "conjuntura suficiente para influenciar na vontade política do município". Segundo ele, há um desequilíbrio "ainda mais evidente" quando se observa que a chapa do atual prefeito João Diniz (PDT) e a vice Ana Nilma (PDT) foi eleita com uma diferença de 181 votos.

João Diniz era vice-prefeito da gestão de Nilson e apoiado politicamente pelo grupo que estava no poder para concorrer no pleito. Para o magistrado, é possível inferir que o atual gestor "tinha conhecimento dos fatos e circunstâncias do ato ilícito e nada fez para impedi-lo, usufruindo passiva e coniventemente dos benefícios eleitorais daí decorrentes".

123 servidores temporários

As apurações mostram, conforme o juiz, que em junho de 2020 havia 92 contratos temporários ativos no poder municipal. Em setembro, já no período pré-eleitoral, onde a cidade estava impossibilitada de celebrar contratos desse tipo, subiu para 110. E, mesmo após o ajuizamento da ação em questão, novembro já tinha 123 servidores temporários contratados.

"Há nos autos documentos que comprovam o número crescente de contratos temporários, pessoas escolhidas ao talante exclusivo do administrador de plantão, afrontando a lógica da excepcionalidade do instituto e permitindo chantagens de toda ordem sobre os eleitores que acabam cedendo ao apelo eleitoral do candidato apoiado pelo empregador", escreveu o magistrado.

O prefeito João Diniz disse acreditar que a decisão será revista nas próximas instâncias. "Ainda não fomos notificados, estou aguardando. Fomos pegos de surpresa, mas temos a tranquilidade de que a decisão será revista, até porque o parecer do Ministério Público foi pelo indeferimento, mas o juiz entendeu diferente", afirmou.

Com informações do G1 Ceará.

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