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segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Imigrantes são hostilizados no PR após suspeita de Ebola


Grupo de haitianos embarca em ônibus com destino à capital do Acre (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Há um mês no Brasil vindo da Guiné, o biólogo Abdoulaye Telly Diallo, de 26 anos, passou a enfrentar nos últimos dias ofensas e olhares de desaprovação nas ruas de Cascavel. Desde que seu compatriota Souleymane Bah, de 47 anos, foi isolado com a suspeita de Ebola, os imigrantes africanos e haitianos que vivem na cidade paranaense passaram a ser hostilizados.

"A gente vai a uma lanchonete, senta em uma mesa, as pessoas mudam de lugar para ficar longe. Estamos passando na rua e sempre tem alguém que diz ´vão embora daqui, parem de trazer doença para o meu País´."

Diallo diz ter tido um emprego negado na sexta-feira em uma empresa frigorífica da cidade ao informar que vinha da Guiné. "A gente está na expectativa de que saia o resultado do segundo teste do Bah, para que possamos ter oportunidades aqui."

Também vindo da Guiné, o vendedor Laye Bangaly Camara, de 27 anos, diz que não esperava sofrer preconceito no Brasil. "Os brasileiros têm de saber que nós passamos por vários controles sanitários antes de sair da Guiné. Só conseguimos o visto se fizermos exames médicos. Respondemos a questionários nos aeroportos pelos quais passamos. Não é justo pensarem que todos que vêm da África trazem o Ebola."

Diallo e Camara fazem parte de um grupo de 11 imigrantes da Guiné que estão morando no Albergue André Luiz, mesmo local onde ficou hospedado Bah. Eles, assim como outras pessoas que podem ter tido contato com o paciente, estão tendo a febre monitorada diariamente.

O centro de acolhida só funciona à noite. Durante o dia, enquanto não obtêm a documentação e vaga de trabalho, os imigrantes ficam na rua. Eles têm se deslocado pouco para evitar hostilidades. "Hoje mesmo estávamos sentados na calçada na frente de um estacionamento, conversando, e nos expulsaram", conta Camara.

Até no albergue, que atende estrangeiros e brasileiros, houve conflito. "Um dos brasileiros começou a gritar com eles, dizer que eles só vinham para o Brasil para trazer doença. Tive de interceder. Esse tipo de discriminação não pode acontecer", diz a assistente social Kátia Pietsch, de 26 anos.

Discriminação

Mesmo imigrantes de outros países africanos e até do Haiti, que nunca tiveram nem sequer um caso suspeito de Ebola, estão sendo hostilizados.

"Na sexta-feira, eu ia para o trabalho e começaram a nos apontar na rua dizendo: ‘Olha os caras com Ebola’", diz Abdoul Bonsara, de 24 anos, que é de Burkina Faso e há sete meses mora em Cascavel e trabalha como mecânico.

Ele e três compatriotas que dividem uma casa afirmam que a discriminação atesta a falta de conhecimento. "Os brasileiros não sabem que Burkina Faso é longe dos países que têm Ebola. Acham que é tudo a mesma coisa porque somos negros", diz Sitta Compaore, de 25 anos.

A mesma opinião tem o tapeceiro Joe Revens, de 33 anos, presidente da Associação de Haitianos em Cascavel. "O Haiti nem está na África e ouço de compatriotas que as pessoas estão evitando ficar próximas deles. É comum ter um assento livre no ônibus ao lado de um haitiano."

Assim como outras cidades do Sul, Cascavel atrai imigrantes por dois motivos: o trabalho em frigoríficos e na construção civil e a rapidez na emissão de documentos. Segundo Revens, há 1.200 haitianos na cidade de 309 mil habitantes.

Moradores de Cascavel negam se tratar de discriminação, mas relatam ter receio. "Trabalho com frete e já recusei quatro mudanças para haitianos.

Mesmo que não tenha Ebola no Haiti, a gente fica com medo porque eles andam todos juntos", diz o motorista João Borges, de 59 anos. Para alguns moradores, o controle na entrada de imigrantes de países com o surto da doença deveria ser rígido. "Acho que os controles são necessários para evitar uma epidemia", diz Osmar Muller, de 54.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Estadão Conteúdo

Juazeiro do Norte-CE: Fim de semana com quatro mortes no trânsito e três homicídios no Cariri

Demontier Tenório/// (Foto: Cícero Valério/Agência Miséria)
Menor Leandro Bezerra, morto por espancamento, morava na Rua 1º de Maio (Foto: Cícero Valério/Agência Miséria)
Subiu de seis para nove o número de mortes violentas na comparação dos dois últimos finais de semana na região do Cariri. Neste, foram quatro vítimas fatais em acidentes de trânsito, três homicídios, uma morte em conseqüência de queda e um suicídio. O balanço feito pelo Site Miséria aponta três mortes em Juazeiro do Norte, duas em Crato e as demais em Milagres, Salitre, Potengi e Campos Sales. Um corpo deu entrada no IML ainda na sexta-feira, quatro no sábado e os outros quatro neste domingo.

Por volta das 20 horas de sexta-feira Henrique Jorge da Silva que, sábado, teria completado 19 anos e residia na Rua Fortaleza, 74 (Bairro Pantanal) em Crato, foi morto com um tiro no peito direito e outro na coxa. Ele estava em frente à sua casa e foi surpreendido por quatro homens que chegaram em um carro atirando. José João da Cruz Neto, de 25 anos, residente na mesma rua, saiu baleado no braço esquerdo. Segundo a polícia, Henrique respondia processos na justiça por uso e tráfico de drogas e corrupção de menores. Em abril, ele tinha trocado tiros com Kessy Jones André da Silva, residente na Rua Santa Isabel (Seminário), por conta de um triângulo amoroso.

Já por volta das duas horas da madrugada deste sábado o agricultor Gilberto de Oliveira Alencar, de 32 anos, que residia na Rua da Paz em Salitre, pilotava sua moto Honda Fan de cor preta quando colidiu em um animal que atravessou a CE-187 nas imediações da cerâmica. Ele ainda foi socorrido ao hospital de Campos Sales, mas faleceu quando estava sendo transferido ao Hospital Santo Antonio de Barbalha.

Às 13h30min de sábado na CE-384, que liga Milagres e Mauriti, o estudante Paulo Alves Fernandes Belém, de 16 anos, o “Paulinho”, que residia na Rua Pinto Madeira, 78 no centro de Milagres, pilotava uma moto Honda Biz ES de cor prata quando se envolveu em um acidente. À altura do Sítio Limoeiro na zona rural daquele município, ele colidiu contra uma camionete D-20 Custom de cor branca dirigida pelo agricultor André Carlos Ribeiro de Araújo, de 33, residente na Vila Jamacaru em Missão Velha, que permaneceu no local.

Por volta das 21 horas de sábado o empresário do ramo lotérico João Estelice de Souza, de 68 anos, morreu ao cair da escadaria do seu apartamento onde morava sozinho na Rua Valdemar Falcão, 419 no centro de Campos Sales. Ele era dono de uma agência lotérica na Travessa José de Alencar, 442 e ainda foi socorrido ao hospital local, mas já chegou sem vida. Provavelmente, sofreu um mau súbito no momento em que descia as escadas do apartamento e caiu.

Já por volta das 23 horas ainda de sábado o jovem José Salviano da Silva Carvalho, de 20 anos, que residia no Sítio Barreiros em Potengi, morreu em conseqüência de um acidente de trânsito. Ele pilotava sua motocicleta Honda Titan de cor azul e, ao tentar desviar um animal, perdeu o controle do veículo batendo numa árvore morrendo no local em virtude de um afundamento craniano.

Na madrugada de domingo morreu em um dos leitos do Hospital Regional do Cariri Anderson dos Santos Cardoso, de 22 anos, que residia na Rua Poeta José Mergulhão, 139 (Frei Damião) em Juazeiro. Por volta das 23 horas do dia 9 de setembro ele estava em frente à casa de sua namorada na Rua Maria de Lurdes daquele bairro quando um homem se aproximou atirando e fugiu numa moto Honda POP de cor vermelha. O jovem foi socorrido ao HRC após ser atingido no abdômen por um dos projéteis que transfixou o corpo. Ele não tinha passagens pela polícia e faleceu 33 dias depois. 

Já no início da manhã de domingo familiares encontraram o corpo de Cláudio Rodrigues Soares, de 37 anos de idade, em um dos cômodos da casa. Ele morava na Avenida Floro Bartolomeu, 1173 (São Miguel) em Juazeiro e praticou o suicídio por meio de enforcamento.

No final da manhã deste domingo morreu em um dos leitos do Hospital Regional do Cariri o adolescente Leandro Bezerra, de 14 anos, que residia na Rua 1º de Maio, 27 (Pio XII) em Juazeiro. Há alguns dias, o mesmo tinha sido espancado, inclusive a pauladas na cabeça nas imediações da Escola José Marrocos no bairro Pio XII quando foi socorrido por uma equipe do SAMU ao Hospital Regional do Cariri.

No início da tarde de ontem morreu no Hospital Regional do Cariri o jovem Jonnathas Everardo Ramos de Souza, de 29 anos, que residia na Rodovia Pinto Madeira em Crato. Por volta das 4 horas da madrugada deste domingo ele se envolveu em um acidente de trânsito no Km 43 da CE-386 entre os municípios de Crato e Farias Brito, sendo socorrido ao Hospital Regional do Cariri, onde terminou falecendo.

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