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quinta-feira, 2 de março de 2017

Três irmãs são brutalmente assassinadas em SC; suspeito é o ex de uma delas


Catarinense Julyane Horbach e suas duas irmãs mais novas, Rafaela e Fabiane, foram assassinadas em Cunha Porã (SC) (Foto: Reprodução/Facebook)

Um crime registrado no Oeste de Santa Catarina, na última segunda-feira (27), chocou pela brutalidade. Três irmãs foram violentamente assassinadas a facadas em Cunha Porã, cidade de 11 mil habitantes. O único suspeito até agora é o ex-namorado de uma delas, Jackson Lahr.

Principal testemunha dos assassinatos, Dilson Muller, vizinho da família, conta que eram 21h quando ouviu gritos na casa dos fundos. De longe, ele viu as irmãs Julyane (23 anos), Rafaela (15) e Fabiane (12) correndo e pedindo ajuda, com diversas marcas de sangue. Assustado, pediu para que a esposa apagasse a luz. Logo em seguida, Giovane Meyer, marido de Julyane, bateu à porta dos vizinhos.

"Ele estava todo ensanguentado. Ligamos para a PM e tentamos estancar os ferimentos", disse Dilson.

Giovane está internado no hospital de Maravilha, município próximo, e ainda não sabe que a esposa e as cunhadas estão mortas. Antes de ser levado pela ambulância, ele denunciou que as agressões foram cometidas por Jackson, de 24 anos.

O principal suspeito tem um filho de dois meses com Rafaela, com quem disputava judicialmente o pagamento de pensão e o direito de ver a criança.

Para o delegado Joel Speccht, responsável pela investigação, não há dúvida sobre a autoria do crime. "Ele não se conformava com o final do relacionamento", explica Speccht, acreditando na culpa de Jackson.

No entanto, o delegado também afirmou ter ficado surpreso, porque, na avaliação dele, Jackson não tem perfil de assassino. É um trabalhador rural, e algumas testemunhas falaram que ele era quieto e aparentemente tranquilo.

De acordo com a principal referência no assunto no Estado, a delegada responsável pela Coordenadoria das Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher, Criança, Adolescente e Idoso de SC, Patrícia Zimmermann D´Ávila, o triplo homicídio deve ser enquadrado como feminicídio.

A pena nesses casos pode chegar a 30 anos para cada uma das mortes, com agravantes pela convivência com as vítimas e a impossibilidade de defesa delas.

Jackson está detido na cadeia de Maravilha. Ele indicou uma advogada para defesa, mas a profissional está em viagem de férias. Se ela não voltar na próxima semana, um defensor público assumirá o caso.

O suspeito nega ter cometido os crimes. Ele alegou, apenas, que se lembra de ter esfaqueado o cunhado, mas não disse por quê.

No final do ano passado, Rafaela registrou um boletim de ocorrência contra o ex-namorado e solicitou na Justiça uma medida protetiva, que, segundo a Polícia Civil, foi aprovada.

A perícia ainda não concluiu o resultado da investigação. Por enquanto, sabe-se que o agressor usou uma faca, mas o número de golpes e as regiões dos corpos atingidas ainda não são conhecidos. O delegado espera obter novas informações nos próximos interrogatórios com Jackson.

Ainda de acordo com Speccht, após esfaquear as mulheres, o agressor foi até a propriedade onde morava, na zona rural de Cunhataí, trocou de roupa e pediu para um familiar levá-lo ao hospital, alegando que se feriu em uma queda. Ele foi preso no hospital de São Carlos, três horas depois, por volta das 23h. Ainda tinha marcas de sangue.

O local do triplo assassinato é um chalé de madeira azul, na linha Sabiazinho. A casa era alugada por Giovane e Julyane. Recentemente, eles tinham hospedado Rafaela e seu bebê, Kayo Ricardo, para que se estabilizassem. Fabiane visitava a família naquela noite. Kayo está bem. Foi encontrado pelos policiais dormindo no berço.


Os pais das irmãs assassinadas são agricultores e ainda não prestaram depoimento oficial. O delegado os visitou na tarde de terça-feira. Ele explicou que "eles estão em estado de choque" e que "não falam coisa com coisa". A mãe, no entanto, revelou que sabia a filha estava sendo ameaçada de morte e disse que sentia que algo ruim poderia acontecer.

Fonte: UOL

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