Nas últimas semanas, cenas de tortura registradas em vídeo e
compartilhadas nas redes sociais chocaram o país. Casos como o da jovem Rayssa Sarpi,
estuprada e espancada por traficantes da favela Faz Quem Quer, em Rocha
Miranda; ou da adolescente sequestrada e agredida por outra mulher por
vingança, em Santos, litoral de São Paulo, tornaram-se conhecidos depois
que as imagens foram divulgadas pelos próprios algozes das vítimas. Mas
o que está por trás do ato de cometer um crime e assumi-lo em público?
Quais os sentimentos que estas imagens despertam em quem as assiste? Por
que tantas pessoas compartilham esse tipo de vídeo nas redes sociais?
Para a psicóloga Luciana Ruffo, do Núcleo de Pesquisa da Psicologia da
Informática, de São Paulo, o fenômeno está ligado ao avanço da
tecnologia no cotidiano das pessoas. Assim, tanto os criminosos quanto
as pessoas que assistem às imagens têm à mão mais recursos — como
smartphones e acesso a internet mais baratos — para compartilhar e ver
essas cenas. Somada à violência cotidiana, essas ferramentas acabam
sendo usadas da pior maneira: para propagar a barbárie.
— A internet, de uma maneira geral, é um grande facilitador para
fenômenos humanos, é um acelerador de coisas. Ela não gera fenômenos
humanos. Não tem nada até hoje que tenha acontecido, em termos de
comportamento, que seja diferente do que acontecia antes por causa da
internet. O que acaba acontecendo é que a internet faz com que tudo
aconteça mais rápido e de uma forma um pouco mais intensa. Quando a
violência se banaliza no dia a dia, isso também se torna banal para eu
assistir. A gente acaba ficando num lugar em que, de alguma forma,
começa a tolerar a violência e a fazer parte daquele. Aquilo começa a se
tornar “parcialmente aceitável”. Se a gente pega uma realidade onde um
monte de gente morre, onde as coisas acontecem na tua frente, onde as
pessoas são torturadas, onde isso pode acontecer com você, isso começa a
criar esse mesmo fenômeno do “rouba, mas não mata” — analisa Luciana.
Apesar de não ser possível traçar um perfil entre todos os que cometem
esse tipo de crime, a psicóloga acredita que a intenção por trás da
gravação de uma sessão de tortura ou linchamento tem o mesmo objetivo:
mostrar poder.
— Para quem faz e compartilha, é muito claro o seguinte: não adianta só a
atitude, porque a atitude tem uma função de mostrar, vamos mostrar
assim, um certo tipo de poder. E se ela não é compartilhada, vai ter
poder sobre uma pessoa ou sobre uma pequena comunidade. Existe um lado
psicológico aí comprometido. Uma coisa é você estar bravo, vai lá e
briga com a pessoa. Uma explosão de raiva é uma coisa. Agora, isto tem
uma coisa de intimidar de uma forma definitiva. “Olha, se eu fiz isso eu
posso fazer coisa muito pior”. Tem essa questão de mostrar uma
dominância sobre o outro, que acontece em qualquer um desses vídeos. Na
verdade, quando você tortura alguém você mostra que você domina, que
você tem poder, que você é aquele que, enfim, consegue fazer as coisas
do jeito que você quer, e impor a sua regra, a sua lei sobre o outro.
Os impactos para quem assiste a esses vídeos nas redes sociais também
podem ser devastadores. Se a princípio, o compartilhamento desses vídeos
pode ser movido por mera curiosidade, por um sentimento de justiça ou
mesmo por morbidez, em alguns casos, Luciana afirma que a exposição
constante a este tipo de violência pode, inclusive, gerar depressão em
pessoas predispostas à doença.
— Tem um impacto psicológico muito grande, mesmo. Toca a gente de uma
forma muito pesada. Tem um impacto emocional, tem uma desestabilização,
porque tudo que inflige dor e sofrimento ao ser humano, apesar da nossa
curiosidade, também lembra a gente da nossa finitude e da nossa
possibilidade de passar por aquilo. E acho que ao ver o outro, a gente
se sente muito tocado pelo sofrimento alheio, e isso gera uma angústia
muito grande. Só que é uma angústia que a gente não tem como resolver, e
essa impotência é muito complicada.
As denúncias sobre este tipo de vídeo têm crescido no Brasil. A ONG
SaferNet registrou no ano passado mais de 31 mil reclamações contra
imagens de “apologia e incitação a crimes contra a vida”, como são
classificados esses tipos de gravação, a maioria divulgada no Facebook.
Thiago Tavares, presidente da instituição, classifica a situação como
“extremamente preocupante”.
— O Brasil é um país profundamente marcado pela violência. E as redes
sociais nada mais são que uma caixa de ressonância que amplifica aquilo
que existe na sociedade. Então, uma sociedade violenta, que enxerga a
violência como uma forma de resolver seus conflitos, vai usar as redes
sociais para promover esse tipo de linguagem e se relacionar com as
pessoas com esse tipo de linguagem. É extremamente preocupante. As redes
sociais acabam produzindo a banalização da violência. Isso acaba
invadindo, entrando na sua casa, na sua tela, através das redes sociais.
É um problema estrutural do país. A apologia e incitação à violência se
constitui em um crime previsto no Código Penal, seja num ato presencial
ou pela internet. O meio não importa, o que importa é a conduta.
Para denunciar vídeos de tortura ou linchamento, acesse o site da SaferNet e avise à plataforma (o site) responsável por abrigar tal conteúdo.
/extra.globo.com/noticias
Ex-BBB Renatinha posa de camisola decotada: 'Acordei de bom humor'
'Hoje é sexta. Um fim de semana maravilhoso para vocês', disse ela em legenda de foto.
Renata D’Ávila acordou
tarde nesta sexta-feira, 3, e resolveu publicar uma foto em seu
Instagram. Ainda de camisola, ela mandou beijo para os seguidores e fez
questão de lembrá-los sobre as eleições que acontecem no próximo
domingo, 5. "Bom dia. Acordei de bom humor hoje e vocês? Hoje é sexta.
Um fim de semana maravilhoso para vocês. E não se esqueçam que domingo
tem votação e devemos levar a sério! O que vocês acharam do debate dos
candidatos a presidente ontem? Estão torcendo para quem?", escreveu ela
na legenda.
Esta não é a primeira vez que Renatinha provoca os seguidores ao acordar. Recentemente, ela mostrou seu pijaminha decotado para enfrentar o dia chuvoso. "Sexta-feira chuvosa é assim... De pijama a manhã toda, sem querer saber de nada", escreveu ela.
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