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sábado, 4 de outubro de 2014

Vídeos de tortura na web banalizam a violência e podem gerar depressão, afirmam especialistas


Traficantes em São Gonçalo torturam jovem acusado de roubar munição
Traficantes em São Gonçalo torturam jovem acusado de roubar munição
Ana Carolina Pinto

Nas últimas semanas, cenas de tortura registradas em vídeo e compartilhadas nas redes sociais chocaram o país. Casos como o da jovem Rayssa Sarpi, estuprada e espancada por traficantes da favela Faz Quem Quer, em Rocha Miranda; ou da adolescente sequestrada e agredida por outra mulher por vingança, em Santos, litoral de São Paulo, tornaram-se conhecidos depois que as imagens foram divulgadas pelos próprios algozes das vítimas. Mas o que está por trás do ato de cometer um crime e assumi-lo em público? Quais os sentimentos que estas imagens despertam em quem as assiste? Por que tantas pessoas compartilham esse tipo de vídeo nas redes sociais?
Rayssa Sarpi foi morta após ser torturada e estuprada por traficantes no Rio de Janeiro
Rayssa Sarpi foi morta após ser torturada e estuprada por traficantes no Rio de Janeiro Foto: Reprodução/Facebook
Para a psicóloga Luciana Ruffo, do Núcleo de Pesquisa da Psicologia da Informática, de São Paulo, o fenômeno está ligado ao avanço da tecnologia no cotidiano das pessoas. Assim, tanto os criminosos quanto as pessoas que assistem às imagens têm à mão mais recursos — como smartphones e acesso a internet mais baratos — para compartilhar e ver essas cenas. Somada à violência cotidiana, essas ferramentas acabam sendo usadas da pior maneira: para propagar a barbárie.
— A internet, de uma maneira geral, é um grande facilitador para fenômenos humanos, é um acelerador de coisas. Ela não gera fenômenos humanos. Não tem nada até hoje que tenha acontecido, em termos de comportamento, que seja diferente do que acontecia antes por causa da internet. O que acaba acontecendo é que a internet faz com que tudo aconteça mais rápido e de uma forma um pouco mais intensa. Quando a violência se banaliza no dia a dia, isso também se torna banal para eu assistir. A gente acaba ficando num lugar em que, de alguma forma, começa a tolerar a violência e a fazer parte daquele. Aquilo começa a se tornar “parcialmente aceitável”. Se a gente pega uma realidade onde um monte de gente morre, onde as coisas acontecem na tua frente, onde as pessoas são torturadas, onde isso pode acontecer com você, isso começa a criar esse mesmo fenômeno do “rouba, mas não mata” — analisa Luciana.
Apesar de não ser possível traçar um perfil entre todos os que cometem esse tipo de crime, a psicóloga acredita que a intenção por trás da gravação de uma sessão de tortura ou linchamento tem o mesmo objetivo: mostrar poder.
— Para quem faz e compartilha, é muito claro o seguinte: não adianta só a atitude, porque a atitude tem uma função de mostrar, vamos mostrar assim, um certo tipo de poder. E se ela não é compartilhada, vai ter poder sobre uma pessoa ou sobre uma pequena comunidade. Existe um lado psicológico aí comprometido. Uma coisa é você estar bravo, vai lá e briga com a pessoa. Uma explosão de raiva é uma coisa. Agora, isto tem uma coisa de intimidar de uma forma definitiva. “Olha, se eu fiz isso eu posso fazer coisa muito pior”. Tem essa questão de mostrar uma dominância sobre o outro, que acontece em qualquer um desses vídeos. Na verdade, quando você tortura alguém você mostra que você domina, que você tem poder, que você é aquele que, enfim, consegue fazer as coisas do jeito que você quer, e impor a sua regra, a sua lei sobre o outro.
Os impactos para quem assiste a esses vídeos nas redes sociais também podem ser devastadores. Se a princípio, o compartilhamento desses vídeos pode ser movido por mera curiosidade, por um sentimento de justiça ou mesmo por morbidez, em alguns casos, Luciana afirma que a exposição constante a este tipo de violência pode, inclusive, gerar depressão em pessoas predispostas à doença.
Jovem torturado por traficantes em São Gonçalo
Jovem torturado por traficantes em São Gonçalo Foto: Reprodução de vídeo
— Tem um impacto psicológico muito grande, mesmo. Toca a gente de uma forma muito pesada. Tem um impacto emocional, tem uma desestabilização, porque tudo que inflige dor e sofrimento ao ser humano, apesar da nossa curiosidade, também lembra a gente da nossa finitude e da nossa possibilidade de passar por aquilo. E acho que ao ver o outro, a gente se sente muito tocado pelo sofrimento alheio, e isso gera uma angústia muito grande. Só que é uma angústia que a gente não tem como resolver, e essa impotência é muito complicada.
As denúncias sobre este tipo de vídeo têm crescido no Brasil. A ONG SaferNet registrou no ano passado mais de 31 mil reclamações contra imagens de “apologia e incitação a crimes contra a vida”, como são classificados esses tipos de gravação, a maioria divulgada no Facebook. Thiago Tavares, presidente da instituição, classifica a situação como “extremamente preocupante”.
— O Brasil é um país profundamente marcado pela violência. E as redes sociais nada mais são que uma caixa de ressonância que amplifica aquilo que existe na sociedade. Então, uma sociedade violenta, que enxerga a violência como uma forma de resolver seus conflitos, vai usar as redes sociais para promover esse tipo de linguagem e se relacionar com as pessoas com esse tipo de linguagem. É extremamente preocupante. As redes sociais acabam produzindo a banalização da violência. Isso acaba invadindo, entrando na sua casa, na sua tela, através das redes sociais. É um problema estrutural do país. A apologia e incitação à violência se constitui em um crime previsto no Código Penal, seja num ato presencial ou pela internet. O meio não importa, o que importa é a conduta.
Para denunciar vídeos de tortura ou linchamento, acesse o site da SaferNet e avise à plataforma (o site) responsável por abrigar tal conteúdo.


/extra.globo.com/noticias

Ex-BBB Renatinha posa de camisola decotada: 'Acordei de bom humor'

'Hoje é sexta. Um fim de semana maravilhoso para vocês', disse ela em legenda de foto.

do EGO, no Rio
Renata D’Ávila acordou tarde nesta sexta-feira, 3, e resolveu publicar uma foto em seu Instagram. Ainda de camisola, ela mandou beijo para os seguidores e fez questão de lembrá-los sobre as eleições que acontecem no próximo domingo, 5. "Bom dia. Acordei de bom humor hoje e vocês? Hoje é sexta. Um fim de semana maravilhoso para vocês. E não se esqueçam que domingo tem votação e devemos levar a sério! O que vocês acharam do debate dos candidatos a presidente ontem? Estão torcendo para quem?", escreveu ela na legenda.

Esta não é a primeira vez que Renatinha provoca os seguidores ao acordar. Recentemente, ela mostrou seu pijaminha decotado para enfrentar o dia chuvoso. "Sexta-feira chuvosa é assim... De pijama a manhã toda, sem querer saber de nada", escreveu ela.
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Renatinha (Foto: Reprodução/Instagram)Renatinha (Foto: Reprodução/Instagram)

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