Uma operação conjunta da Subsecretaria de Inteligência (SSINTE), da
Secretaria de Segurança, com o apoio do Grupo de Atuação Especial de
Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público, realizam,
nesta quinta-feira, a Operação Ave de Rapina. O objetivo é cumprir 16
mandados de prisão contra policiais militares do 17º BPM (Ilha do
Governador), além de 32 de busca e apreensão. Os PMs são acusados de
sequestrar e exigir R$ 300 mil para libertar traficantes do Morro do
Dendê, na Ilha do Governador, ,a Zona Norte do Rio, e de Senador Camará,
na Zona Oeste da cidade.
Entre os PMs suspeitos está o comandante do batalhão, tenente-coronel
Dayzer Corpas Maciel, que, segundo as investigações, receberia R$ 40 mil
para não reprimir o tráfico. Outro oficial envolvido no esquema é o
chefe da Segunda Seção (P-2) da unidade, primeiro-tenente Vítor Mendes
da Encarnação. Eles - que tiveram a prisão preventiva decretada pela
Justiça - já estão presos. Os dois serão afastados de suas funções por
ordem judicial.
O crime, segundo a investigação, foi cometido no dia 16 de março deste
ano. Os policiais receberam a informação de que traficantes armados
sairiam da Ilha, pela Estrada do Galeão, num Ford Ecosport vermelho. Na
altura da cabine da PM da Base Aérea do Galeão, o veículo foi
interceptado e cinco traficantes foram abordados. A ação foi flagrada
por uma câmera de segurança. Com os traficantes foram localizados quatro
fuzis, 18 granadas, três pistolas, oito carregadores e munição. Também
havia cordões de ouro e relógios.
De acordo com a denúncia encaminhada à Auditoria de Justiça Militar
Estadual, ao chegar ao local da ocorrência, o primeiro-tenente Vítor
Mendes determinou a divisão de tarefas entre os policiais e decidiu que
seriam encaminhados à 37ª DP (Ilha do Governador) apenas três
traficantes - André Cosmo Correa Vaz, Rodrigo da Silva Alves e Evenílson
Ferreira Pinto - e um fuzil.
Os outros dois ocupantes do carro - Atileno Marques da Silva, o Palermo,
e Rogério Vale Mendonça, o Belo - tinham um papel de destaque na
hierarquia do tráfico e foram levados para o bairro Itacolomi, ainda na
Ilha. Lá, os PMs negociaram a libertação da dupla com uma advogada. Os
suspeitos foram libertados sete horas após a prisão, após o pagamento de
R$ 300 mil. Os policiais ainda venderam a traficantes do Morro do Dendê
os três fuzis apreendidos, pelo valor de R$ 140 mil. O restante da
apreensão foi dividido entre os PMs.
Além da Subsecretaria de Inteligência e do Gaeco, participam da ação a
Corregedoria Geral Unificada (CGU), a Polícia Civil e a Delegacia de
Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais
(Draco/IE).
extra.globo.com/casos
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