Valdemar, preso desde 5 de dezembro na Papuda: político se preparou para
continuar dando as ordens no PR, mesmo atrás das grades (Foto: Monique
Renne/Correio Braziliense)
Mesmo preso no Complexo da Papuda desde 5 de dezembro, o ex-deputado
Valdemar Costa Neto (PR-SP), condenado a sete anos e 10 meses de prisão
no processo do mensalão, continua dando as ordens no Partido da
República (PR). A legenda é aliada do governo Dilma Rousseff (PT) e
comanda o Ministério dos Transportes. Na semana passada, Valdemar teve
uma reunião na cadeia com o secretário-geral da legenda e seu homem de
confiança, o senador Antônio Carlos Rodrigues (PR-SP). De dentro da
prisão, traça metas para eleger uma bancada de 40 deputados nas próximas
eleições, conjectura alianças nos estados e faz sondagem de potenciais
candidatos com possibilidade de votações expressivas.
Ao ser questionado, o senador Antônio Carlos Rodrigues, que ocupou a vaga deixada por Marta Suplicy (PT-SP) quando a petista assumiu o Ministério da Cultura, confirmou, na primeira conversa por telefone com o Correio, que ele ainda tem ascendência no partido. “Sem dúvida alguma. Não é por ele se encontrar nessa situação que iremos desprezá-lo”, justificou. Depois, no segundo contato com a reportagem, mudou o tom. O parlamentar, escolhido estrategicamente por Valdemar para conduzir as decisões da sigla, fez questão de salientar que ele já repassou o comando do partido. “O Valdemar se afastou do partido. Ele está estudando, fazendo um curso na prisão. Fiz uma visita particular. Ele é meu amigo”, ressaltou.
Consciente de que não escaparia da condenação imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o político preparou o PR para continuar sob o seu controle enquanto estiver privado de liberdade. Na presidência do partido, colocou o ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, que perdeu o cargo após denúncias de corrupção.
Um parlamentar do PR, ouvido reservadamente, confirma a influência do ex-deputado. Alega que o ex-presidente do PR está enfraquecido pelas circunstâncias que o cercam, mas diz que as decisões políticas que moldam o caminho do partido continuam sendo suas. De acordo com ele, de dentro da cadeia, Valdemar orienta os correligionários por meio do senador Antônio Carlos em relação a alianças e candidaturas em 2014.
Ele salienta que o ex-presidente do PR é uma figura muito querida na legenda, que sempre conversou muito com a bancada e que, por isso, continua exercendo uma liderança política natural dentro da sigla. “Ele se preparou para a prisão, mas, antes disso, preparou o partido para este momento. Da prisão, ele pensa e repassa as estratégias para as próximas eleições.”
O acordo para fechar o nome do deputado Bernardo Santana (PR-MG) como novo líder da sigla na Câmara, por exemplo, foi costurado por Valdemar antes de ser preso. O parlamentar assume o posto no fim de fevereiro. Além de dois advogados, Antonio Carlos Rodrigues é único político escolhido como porta-voz informal do partido. O atual líder do PR na Câmara, Anthony Garotinho (RJ), tentou ir a Papuda para um encontro com Valdemar, mas foi barrado. “Liguei para a secretária dele. Queria ir visitá-lo, mas tive a informação de que ele só estava recebendo os advogados. Acho estranho que ele tenha recebido o Antônio Carlos.”
Garotinho afirmou que Valdemar fez uma reunião após a condenação para informar os novos rumos do partido em virtude de sua prisão. “Estive nesta reunião e ele afirmou que estava passando o comando do partido, o que ele já vinha fazendo desde que teve esse problema.”
EscândaloAcusado de envolvimento no escândalo do mensalão, Valdemar renunciou pela primeira vez a um mandato de deputado federal em agosto de 2005. Disse que o dinheiro recebido do PT era para ser utilizado na campanha eleitoral e não para fazer com que deputados votassem de acordo com o que determinava o governo Lula. Com o fim da primeira parte do julgamento do mensalão, ele foi condenado inicialmente em regime semiaberto por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Após a primeira renúncia, foi eleito novamente para a Câmara em 2006 e reeleito em 2010. O político deixou o cargo no mesmo dia em que o presidente do STF, Joaquim Barbosa, determinou a prisão na Papuda. A carta de renúncia foi lida em plenário pelo deputado Luciano Castro (PR-RR). “Ainda que a Constituição garanta a este parlamentar o direito ao exercício do mandato até o fim do processo de cassação, não cogito impor ao parlamento a oportunidade de mais um constrangimento.” Costa Neto era presidente do Partido Liberal (PL) na época do mensalão e foi acusado de receber mais de R$ 8 milhões do esquema em troca de apoio do partido ao Congresso.
Fonte: Correio Brasiliense
Ao ser questionado, o senador Antônio Carlos Rodrigues, que ocupou a vaga deixada por Marta Suplicy (PT-SP) quando a petista assumiu o Ministério da Cultura, confirmou, na primeira conversa por telefone com o Correio, que ele ainda tem ascendência no partido. “Sem dúvida alguma. Não é por ele se encontrar nessa situação que iremos desprezá-lo”, justificou. Depois, no segundo contato com a reportagem, mudou o tom. O parlamentar, escolhido estrategicamente por Valdemar para conduzir as decisões da sigla, fez questão de salientar que ele já repassou o comando do partido. “O Valdemar se afastou do partido. Ele está estudando, fazendo um curso na prisão. Fiz uma visita particular. Ele é meu amigo”, ressaltou.
Consciente de que não escaparia da condenação imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o político preparou o PR para continuar sob o seu controle enquanto estiver privado de liberdade. Na presidência do partido, colocou o ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento, que perdeu o cargo após denúncias de corrupção.
Um parlamentar do PR, ouvido reservadamente, confirma a influência do ex-deputado. Alega que o ex-presidente do PR está enfraquecido pelas circunstâncias que o cercam, mas diz que as decisões políticas que moldam o caminho do partido continuam sendo suas. De acordo com ele, de dentro da cadeia, Valdemar orienta os correligionários por meio do senador Antônio Carlos em relação a alianças e candidaturas em 2014.
Ele salienta que o ex-presidente do PR é uma figura muito querida na legenda, que sempre conversou muito com a bancada e que, por isso, continua exercendo uma liderança política natural dentro da sigla. “Ele se preparou para a prisão, mas, antes disso, preparou o partido para este momento. Da prisão, ele pensa e repassa as estratégias para as próximas eleições.”
O acordo para fechar o nome do deputado Bernardo Santana (PR-MG) como novo líder da sigla na Câmara, por exemplo, foi costurado por Valdemar antes de ser preso. O parlamentar assume o posto no fim de fevereiro. Além de dois advogados, Antonio Carlos Rodrigues é único político escolhido como porta-voz informal do partido. O atual líder do PR na Câmara, Anthony Garotinho (RJ), tentou ir a Papuda para um encontro com Valdemar, mas foi barrado. “Liguei para a secretária dele. Queria ir visitá-lo, mas tive a informação de que ele só estava recebendo os advogados. Acho estranho que ele tenha recebido o Antônio Carlos.”
Garotinho afirmou que Valdemar fez uma reunião após a condenação para informar os novos rumos do partido em virtude de sua prisão. “Estive nesta reunião e ele afirmou que estava passando o comando do partido, o que ele já vinha fazendo desde que teve esse problema.”
EscândaloAcusado de envolvimento no escândalo do mensalão, Valdemar renunciou pela primeira vez a um mandato de deputado federal em agosto de 2005. Disse que o dinheiro recebido do PT era para ser utilizado na campanha eleitoral e não para fazer com que deputados votassem de acordo com o que determinava o governo Lula. Com o fim da primeira parte do julgamento do mensalão, ele foi condenado inicialmente em regime semiaberto por crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Após a primeira renúncia, foi eleito novamente para a Câmara em 2006 e reeleito em 2010. O político deixou o cargo no mesmo dia em que o presidente do STF, Joaquim Barbosa, determinou a prisão na Papuda. A carta de renúncia foi lida em plenário pelo deputado Luciano Castro (PR-RR). “Ainda que a Constituição garanta a este parlamentar o direito ao exercício do mandato até o fim do processo de cassação, não cogito impor ao parlamento a oportunidade de mais um constrangimento.” Costa Neto era presidente do Partido Liberal (PL) na época do mensalão e foi acusado de receber mais de R$ 8 milhões do esquema em troca de apoio do partido ao Congresso.
Fonte: Correio Brasiliense
Número de mortos em acidente com ônibus na Régis sobe para 16
Ônibus com destino ao Rio de Janeiro caiu em ribanceira na rodovia Régis
Bittencourt; acidente deixou 16 mortos e vários feridos (Foto: Edison
Temoteo/Futura Press/Folhapress)
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo confirmou, na
manhã desta segunda-feira (23), a morte da 16ª vítima do acidente com um
ônibus da viação Nossa Senhora da Penha, na rodovia Régis Bittencourt,
na madrugada de ontem.
O corpo da funcionária pública Valéria Santos Leite foi identificado por um dos filhos na madrugada desta segunda-feira no IML (Instituto Médico Legal). O filho confirmou que o corpo, que por estar sem identificação não constava em nenhuma lista de óbitos, era de Valéria.
Segundo a Polícia Civil, ela estava dentro do ônibus, mas seu nome não constava na lista oficial de passageiros porque ela havia comprado a passagem em janeiro deste ano e cancelado. Ela trocou o bilhete por outro em branco que foi carimbado no dia da viagem.
Valéria é a 54ª passageira do ônibus, que saiu da pista e caiu em um barranco na rodovia Régis Bittencourt, no km 301 em São Lourenço da Serra (Grande São Paulo).
Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), o ônibus seguia no sentido São Paulo quando saiu da pista em uma curva, no km 301, e caiu em um barranco de cerca de 10 metros de altura.
O ônibus havia saído de Curitiba na noite de sábado com destino ao Rio.
Ao todo 30 passageiros ficaram feridos e foram levados para hospitais da região. Até às 8h, desta segunda-feira, quinze pessoas continuavam internadas. Uma das vítimas permanece na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Geral de Itapecerica da Serra, na região metropolitana.
O motorista do ônibus, Oseas dos Santos Gomes, 56, foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar) e lesão corporal.
Segundo o delegado Renato Gonçalves Coletes, do 1º DP de Itapecerica da Serra (Grande São Paulo), "tudo indica" que o condutor caiu no sono.
Em depoimento, ele afirmou que, quando percebeu, o ônibus já estava caindo, o que reforça a hipótese da polícia.
A reportagem não conseguiu entrar em contato com ele. Procurada, a Viação Penha não informou se o motorista já tem advogado.
A administradora Kelly Cristina Guimarães, 33, mora em Curitiba, mas também compareceu à delegacia. Sua mãe, Regina Célia Guimarães, 58, morreu no acidente.
"Ela ia pela primeira vez ao Rio, para passar as festas de fim de ano com a família", diz.
Em nota, a empresa de ônibus informou que "se solidariza com os familiares e amigos das vítimas".
HISTÓRICO VIOLENTOA Régis Bittencourt é uma das rodovias mais perigosas do Brasil, segundo um levantamento feito pela Polícia Rodoviária Federal. Em 2013, aconteceram 866 acidentes com 423 feridos e 36 mortos.
O trecho mais violento fica entre o km 270 e o km 280, na região de Taboão da Serra. Ali, aconteceram neste ano 268 acidentes, com 167 feridos e sete mortos.
O Estado de Santa Catarina tem a rodovia com o trecho mais violento do país. Entre o km 200 e km 210 da BR-101, houve 1.049 acidentes com 516 feridos e 13 mortes.
Fonte: Folha.com
O corpo da funcionária pública Valéria Santos Leite foi identificado por um dos filhos na madrugada desta segunda-feira no IML (Instituto Médico Legal). O filho confirmou que o corpo, que por estar sem identificação não constava em nenhuma lista de óbitos, era de Valéria.
Segundo a Polícia Civil, ela estava dentro do ônibus, mas seu nome não constava na lista oficial de passageiros porque ela havia comprado a passagem em janeiro deste ano e cancelado. Ela trocou o bilhete por outro em branco que foi carimbado no dia da viagem.
Valéria é a 54ª passageira do ônibus, que saiu da pista e caiu em um barranco na rodovia Régis Bittencourt, no km 301 em São Lourenço da Serra (Grande São Paulo).
Segundo a PRF (Polícia Rodoviária Federal), o ônibus seguia no sentido São Paulo quando saiu da pista em uma curva, no km 301, e caiu em um barranco de cerca de 10 metros de altura.
O ônibus havia saído de Curitiba na noite de sábado com destino ao Rio.
Ao todo 30 passageiros ficaram feridos e foram levados para hospitais da região. Até às 8h, desta segunda-feira, quinze pessoas continuavam internadas. Uma das vítimas permanece na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Geral de Itapecerica da Serra, na região metropolitana.
O motorista do ônibus, Oseas dos Santos Gomes, 56, foi indiciado por homicídio culposo (sem intenção de matar) e lesão corporal.
Segundo o delegado Renato Gonçalves Coletes, do 1º DP de Itapecerica da Serra (Grande São Paulo), "tudo indica" que o condutor caiu no sono.
Em depoimento, ele afirmou que, quando percebeu, o ônibus já estava caindo, o que reforça a hipótese da polícia.
A reportagem não conseguiu entrar em contato com ele. Procurada, a Viação Penha não informou se o motorista já tem advogado.
A administradora Kelly Cristina Guimarães, 33, mora em Curitiba, mas também compareceu à delegacia. Sua mãe, Regina Célia Guimarães, 58, morreu no acidente.
"Ela ia pela primeira vez ao Rio, para passar as festas de fim de ano com a família", diz.
Em nota, a empresa de ônibus informou que "se solidariza com os familiares e amigos das vítimas".
HISTÓRICO VIOLENTOA Régis Bittencourt é uma das rodovias mais perigosas do Brasil, segundo um levantamento feito pela Polícia Rodoviária Federal. Em 2013, aconteceram 866 acidentes com 423 feridos e 36 mortos.
O trecho mais violento fica entre o km 270 e o km 280, na região de Taboão da Serra. Ali, aconteceram neste ano 268 acidentes, com 167 feridos e sete mortos.
O Estado de Santa Catarina tem a rodovia com o trecho mais violento do país. Entre o km 200 e km 210 da BR-101, houve 1.049 acidentes com 516 feridos e 13 mortes.
Fonte: Folha.com
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