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sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Fortaleza-CE: Irmãos gêmeos espancados após assaltar estudante

 

 
Os irmãos gêmeos Francisco Edivan Moreira Girão e Francisco Erivan Moreira Girão, de 18 anos, foram levados para o IJF com ferimentos na cabeça. (Foto: Diário do Nordeste)
Dois irmãos foram espancados, após assaltarem um estudante, que saía do Centro de Humanidades II (CH2) da Universidade Federal do Ceará (UFC), na manhã de ontem. De acordo com a Polícia, o rapaz ainda estava na calçada da Instituição, quando foi abordado pela dupla, que fingiu estar amada e roubou um aparelho celular.

Populares que estavam no local perceberam que os jovens não portavam nenhuma arma e investiram contra eles. Um dos suspeitos de roubo foi detido imediatamente; o outro tentou fugir, mas acabou sendo alcançado no quarteirão seguinte, ainda na Avenida da Universidade. A partir desse momento, os dois passaram a ser xingados e espancados, durante cerca de dez minutos, segundo testemunhas.

Um servidor terceirizado da UFC disse que algumas pessoas sugeriram que os irmãos fossem linchados, mas a Polícia chegou e impediu que as agressões continuassem. "A grande maioria batia, chutava e até cuspia. Foi muito tempo de tumulto. Não sei como eles não morreram. O plano era bater até quando eles não tivessem mais vida. Algumas pessoas tentaram fazer com que eles parassem, mas só a Polícia conseguiu acalmar os ânimos. Não fui bater em ninguém. Não acho que seja um direito meu", disse o funcionário da UFC.

Uma patrulha da 1ªCia do 5ºBPM (Centro) ficou no local esperando a chegada da ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que levou os gêmeos Francisco Edivan Moreira Girão e Francisco Erivan Moreira Girão, de 18 anos, para o Instituto Doutor José Frota (IJF). Ambos apresentavam escoriações e ferimentos na cabeça e aparentavam estar desorientados.

Vingança

Um estudante que usava a farda de um colégio particular da Capital disse que participou do espancamento, por vingança. "Assumo que bati. Eles me assaltaram, há uns quinze dias", disse o garoto, que declarou ter 15 anos e não revelou o nome.

Uma universitária do curso de Psicologia, que se identificou apenas como Clara, disse que defendeu os irmãos e que está indignada com o acontecido. "Nunca vi tamanha brutalidade. Foi uma cena de selvageria. Eu entendo que as pessoas estão cansadas dessa violência, mas não é possível eles acharem que o certo é bater em quem a pratica até matar. Eu estava gritando pedindo para parar, quando um homem se virou para mim com o punho fechado e perguntou se eu queria apanhar também", disse Clara.

Fonte: Diário do Nordeste

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