A melatonina, conhecida por
regular o ciclo do sono e vigília, pode ser, em alguns anos, um novo
aliado ao tratamento do câncer de mama. A descoberta faz parte de uma
pesquisa desenvolvida por cientistas da Faculdade de Medicina de São
José do Rio Preto (Famerp), em colaboração com colegas do Hospital Henry
Ford de Detroit, em Michigan, nos Estados Unidos. O hormônio produzido
naturalmente pela glândula pineal, em resposta à escuridão, tempo
potencial de retardar o crescimento dos tumores do câncer de mama. O
estudo esclarece que essa capacidade se deve ao papel que a substância
pode desempenhar no controle da formação de novos vasos sanguíneos a
partir da vasculatura já existente do tumor, denominada angiogênese. O
estudo foi publicado recentemente na revista científica PLoS One.
A pesquisa foi desenvolvida durante três anos, no âmbito do projeto Avaliação da angiogênese em resposta ao tratamento com melatonina no câncer de mama: estudo in vitro e in vivo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Experimentos foram feitos em linhagens de células tumorais e em camundongos no Laboratório de Investigação Molecular do Câncer (LIMC) e no Henry Ford Hospital pela aluna Bruna Jardim-Perassi, com a coordenação da professora e pesquisadora Debora Aparecida de Campos Zuccari.
No Brasil, apesar de o uso da melatonina não ser proibido, ela não é vendida, mas nos Estados Unidos já é comercializada para controle do sono e também como suplemento alimentar. Zuccari afirma que o objetivo do estudo foi ver o impacto da melatonina sobre a viabilidade celular, a multiplicação das células em cultura e o crescimento do tumor e angiogênese in vivo, uma vez que já se sabia que o hormônio, quando administrado em doses terapêuticas (acima dos níveis encontrados no organismo), apresenta propriedades antioxidantes. “É possível que ele possa suprimir o crescimento de alguns tipos de células cancerosas, principalmente quando combinado com certas drogas já usadas no tratamento do câncer”, afirma.
Testes
No experimento in vitro, foram usadas duas linhagens diferentes de células tumorais mamárias. A primeira delas representou um tipo de tumor estrógeno positivo, que geralmente tem um bom prognóstico e dificilmente causa metástase. A segunda incluía tumores mais agressivos, conhecidos como triplo negativo, já que não respondem ao tratamento antiestrogênio, com tendência à metástase. Debora Zuccari explica que, quando o tumor está em processo de crescimento, parte do tecido passa a sofrer com a falta de oxigênio (hipóxia), estimulando a expressão dos genes responsáveis pela formação de novos vasos sanguíneos como o VEGF (fator de crescimento endotelial vascular), para aumentar o aporte de nutrientes e oxigênio no local.Para mimetizar as condições de hipóxia no estudo in vitro, os pesquisadores aplicaram cloreto de cobalto nas células, fazendo com que a substância consumisse o oxigênio do meio e estimulasse a expressão de genes responsáveis pela formação de novos vasos. “Uma parte das culturas foi tratada com doses de melatonina que variaram entre 0,5 e 10 milimols (mmol). Nas duas linhagens, a dose de 1mmol foi a que mostrou maior benefício, reduzindo em 50% a viabilidade celular quando comparada ao controle”, afirma a professora.Já no estudo in vivo, foram utilizados dois grupos de camundongos atímicos (roedores geneticamente modificados, que não têm o timo), nos quais foram implantadas células tumorais para avaliar os efeitos da melatonina sobre a angiogênese. Em um grupo foram administradas doses diárias via intraperitoneal de melatonina (40mg/kg) por 21 dias seguidos, durante a noite, cerca de uma hora antes de a iluminação da sala em que estavam confinados ser desligada. O outro grupo recebia injeções sem o medicamento, apenas como forma de deixá-los nas mesmas condições de manuseio do grupo tratado.Os tumores foram medidos semanalmente com um paquímetro digital e, depois dos 21 dias, todos os camundongos foram submetidos à tomografia computadorizada por emissão de fóton único (Spect) com radiotraçador Tc-99m-HYNIC-VEGF-c para determinar se a melatonina ajudou a diminuir o tamanho do tumor ou se houve mudança na formação de novos vasos sanguíneos. No grupo tratado, os pesquisadores constataram que a proliferação de células cancerosas foi reduzida em comparação ao que aconteceu com animais que não receberam a melatonina. Ainda de acordo com a pesquisa, o hormônio também reduziu a densidade dos vasos sanguíneos do tumor e do receptor de VEGF. “O tratamento foi eficaz tanto na redução do crescimento do tumor quanto na proliferação celular”, destaca Zuccari.O próximo passo, de acordo com a pesquisadora, é promover testes clínicos para comprovar a eficácia do tratamento em humanos. “Estamos viabilizando um estudo para pacientes com câncer de mama já em fase terminal, sem outra opção de tratamento. Ainda faltam estudos para comprovar a utilização da melatonina como tratamento para o câncer de mama e essa comprovação ainda pode demorar”, acrescenta.Próximos passosO presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Evanius Wiermann, destaca a importância do estudo para o avanço no tratamento da doença, mas afirma também que é preciso ter o pé no chão para saber que ainda são necessárias mais análises para comprovar a eficácia da melatonina na regressão dos tumores e chegar de fato ao mercado. A partir de agora, os pesquisadores que desenvolveram o estudo têm, pelo menos, mais três fases pela frente que podem levar cerca de 10 anos. Segundo Wiermann, primeiro é necessário identificar o perfil de segurança da melatonina sobre o câncer de mama. “Eles precisam ver qual a dose máxima tolerada, seus efeitos colaterais e outras sequelas do tratamento com o hormônio”, explica.A fase dois se baseia na administração da medicação em diversos pacientes com a doença, com tumores diferentes, para testar o nível de eficácia do medicamento. “É preciso saber se é possível reduzir o tamanho dos tumores em humanos com a melatonina. Muitas vezes, o que é testado e faz bem nos camundongos não produz o mesmo efeito nos humanos”, lembra o presidente da SBOC.Depois de descobrir a eficácia da melatonina para o tratamento do câncer (em qual tipo de tumor ela atua bem), o estudo passará para a etapa final, quando o novo tratamento será comparado ao que já é usado como padrão. “Para que ele possa ser usado e comercializado, deve ser melhor do que o procedimento que já é adotado como padrão ou produzir o mesmo efeito, sendo menos tóxico”, ressalta Wiermann. De acordo com o oncologista, esse é um caminho extremamente longo, pois, cada 100 moléculas estudadas e que são promissoras para o tratamento do câncer, apenas cinco chegam à fase três do estudo, e, dessas, só uma prova ser melhor do que o método já adotado.
Fonte: Correio Braziliense
A pesquisa foi desenvolvida durante três anos, no âmbito do projeto Avaliação da angiogênese em resposta ao tratamento com melatonina no câncer de mama: estudo in vitro e in vivo, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Experimentos foram feitos em linhagens de células tumorais e em camundongos no Laboratório de Investigação Molecular do Câncer (LIMC) e no Henry Ford Hospital pela aluna Bruna Jardim-Perassi, com a coordenação da professora e pesquisadora Debora Aparecida de Campos Zuccari.
No Brasil, apesar de o uso da melatonina não ser proibido, ela não é vendida, mas nos Estados Unidos já é comercializada para controle do sono e também como suplemento alimentar. Zuccari afirma que o objetivo do estudo foi ver o impacto da melatonina sobre a viabilidade celular, a multiplicação das células em cultura e o crescimento do tumor e angiogênese in vivo, uma vez que já se sabia que o hormônio, quando administrado em doses terapêuticas (acima dos níveis encontrados no organismo), apresenta propriedades antioxidantes. “É possível que ele possa suprimir o crescimento de alguns tipos de células cancerosas, principalmente quando combinado com certas drogas já usadas no tratamento do câncer”, afirma.
Testes
No experimento in vitro, foram usadas duas linhagens diferentes de células tumorais mamárias. A primeira delas representou um tipo de tumor estrógeno positivo, que geralmente tem um bom prognóstico e dificilmente causa metástase. A segunda incluía tumores mais agressivos, conhecidos como triplo negativo, já que não respondem ao tratamento antiestrogênio, com tendência à metástase. Debora Zuccari explica que, quando o tumor está em processo de crescimento, parte do tecido passa a sofrer com a falta de oxigênio (hipóxia), estimulando a expressão dos genes responsáveis pela formação de novos vasos sanguíneos como o VEGF (fator de crescimento endotelial vascular), para aumentar o aporte de nutrientes e oxigênio no local.Para mimetizar as condições de hipóxia no estudo in vitro, os pesquisadores aplicaram cloreto de cobalto nas células, fazendo com que a substância consumisse o oxigênio do meio e estimulasse a expressão de genes responsáveis pela formação de novos vasos. “Uma parte das culturas foi tratada com doses de melatonina que variaram entre 0,5 e 10 milimols (mmol). Nas duas linhagens, a dose de 1mmol foi a que mostrou maior benefício, reduzindo em 50% a viabilidade celular quando comparada ao controle”, afirma a professora.Já no estudo in vivo, foram utilizados dois grupos de camundongos atímicos (roedores geneticamente modificados, que não têm o timo), nos quais foram implantadas células tumorais para avaliar os efeitos da melatonina sobre a angiogênese. Em um grupo foram administradas doses diárias via intraperitoneal de melatonina (40mg/kg) por 21 dias seguidos, durante a noite, cerca de uma hora antes de a iluminação da sala em que estavam confinados ser desligada. O outro grupo recebia injeções sem o medicamento, apenas como forma de deixá-los nas mesmas condições de manuseio do grupo tratado.Os tumores foram medidos semanalmente com um paquímetro digital e, depois dos 21 dias, todos os camundongos foram submetidos à tomografia computadorizada por emissão de fóton único (Spect) com radiotraçador Tc-99m-HYNIC-VEGF-c para determinar se a melatonina ajudou a diminuir o tamanho do tumor ou se houve mudança na formação de novos vasos sanguíneos. No grupo tratado, os pesquisadores constataram que a proliferação de células cancerosas foi reduzida em comparação ao que aconteceu com animais que não receberam a melatonina. Ainda de acordo com a pesquisa, o hormônio também reduziu a densidade dos vasos sanguíneos do tumor e do receptor de VEGF. “O tratamento foi eficaz tanto na redução do crescimento do tumor quanto na proliferação celular”, destaca Zuccari.O próximo passo, de acordo com a pesquisadora, é promover testes clínicos para comprovar a eficácia do tratamento em humanos. “Estamos viabilizando um estudo para pacientes com câncer de mama já em fase terminal, sem outra opção de tratamento. Ainda faltam estudos para comprovar a utilização da melatonina como tratamento para o câncer de mama e essa comprovação ainda pode demorar”, acrescenta.Próximos passosO presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Evanius Wiermann, destaca a importância do estudo para o avanço no tratamento da doença, mas afirma também que é preciso ter o pé no chão para saber que ainda são necessárias mais análises para comprovar a eficácia da melatonina na regressão dos tumores e chegar de fato ao mercado. A partir de agora, os pesquisadores que desenvolveram o estudo têm, pelo menos, mais três fases pela frente que podem levar cerca de 10 anos. Segundo Wiermann, primeiro é necessário identificar o perfil de segurança da melatonina sobre o câncer de mama. “Eles precisam ver qual a dose máxima tolerada, seus efeitos colaterais e outras sequelas do tratamento com o hormônio”, explica.A fase dois se baseia na administração da medicação em diversos pacientes com a doença, com tumores diferentes, para testar o nível de eficácia do medicamento. “É preciso saber se é possível reduzir o tamanho dos tumores em humanos com a melatonina. Muitas vezes, o que é testado e faz bem nos camundongos não produz o mesmo efeito nos humanos”, lembra o presidente da SBOC.Depois de descobrir a eficácia da melatonina para o tratamento do câncer (em qual tipo de tumor ela atua bem), o estudo passará para a etapa final, quando o novo tratamento será comparado ao que já é usado como padrão. “Para que ele possa ser usado e comercializado, deve ser melhor do que o procedimento que já é adotado como padrão ou produzir o mesmo efeito, sendo menos tóxico”, ressalta Wiermann. De acordo com o oncologista, esse é um caminho extremamente longo, pois, cada 100 moléculas estudadas e que são promissoras para o tratamento do câncer, apenas cinco chegam à fase três do estudo, e, dessas, só uma prova ser melhor do que o método já adotado.
Fonte: Correio Braziliense
Zilu pede indenização por exposição após traição de Zezé
Segundo o jornal Extra, Zezé Di Camargo vai assinar o divórcio de Zilu
nos próximos dias. Porém, não vai se livrar de pagar uma quantia exigida
pela ex-mulher. Desde 2012, quando se separaram, negociam um acordo
financeiro. Zilu fez um bom número de exigências, como dinheiro,
imóveis, fazendas e também direitos às participações nos lucros da marca
Zezé Di Camargo. Os advogados, porém, conseguiram convencer a ex a
reaver seus pedidos.
Além disso, Zilu teria pedido um alta indenização pela exposição, após o cantor assumir o romance que vinha mantendo às escondidas, havia nove anos, com a jornalista capixaba Graciele Lacerda. Zilu teria incluído nos arquivos do processo do divórcio provas de infidelidades do sertanejo, inclusive a confissão de Graciele, confirmando na rede social Instagram, na semana passada, o tempo de namoro com o cantor.
Fonte: Terra
Além disso, Zilu teria pedido um alta indenização pela exposição, após o cantor assumir o romance que vinha mantendo às escondidas, havia nove anos, com a jornalista capixaba Graciele Lacerda. Zilu teria incluído nos arquivos do processo do divórcio provas de infidelidades do sertanejo, inclusive a confissão de Graciele, confirmando na rede social Instagram, na semana passada, o tempo de namoro com o cantor.
Fonte: Terra
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