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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Por R$ 1,6 bilhão, banco chinês leva 74% do Bicbanco









Segundo últimos dados divulgados, o Bicbanco é o 11º em operações de crédito entre os bancos privados brasileiros (Foto: Carol Domingues)
Um dos primeiros bancos fundados no Ceará, em Juazeiro do Norte, o Bicbanco anunciou ontem a venda de seu controle para o China Construction Bank (CCB) por R$ 1,62 bilhão. Desde a criação, em 1938, a instituição financeira brasileira teve o foco voltado ao segmento de pequenas e médias empresas.O CCB, segundo maior banco comercial na China - com 14.859 trilhões de yuan (cerca de R$ 5,5 trilhões) em ativos totais e empréstimos de 8,095 trilhões de yuan (de cerca de R$ 3 trilhões) - comprará o equivalente a 73,96% do capital total do Bicbanco das mãos da família cearense Bezerra de Menezes e passará a controlar a instituição. As ações preferenciais ou ordinárias foram vendidas ao preço de R$ 8,9017 a unidade. O fato relevante ainda explicita: o negócio "irá demarcar, para o CCB, o início das suas operações diretas no Brasil. Prevê-se que (o Bicbanco) continue a operar como banco comercial, com foco no segmento de mercado de médio porte". "A transação com o CCB representa um grande e natural passo para o Bicbanco. Com a conclusão da transação, o banco estará melhor equipado para atender seus diversos clientes, dando-lhes acesso a uma plataforma mais ampla de produtos e serviços no Brasil e internacionalmente", disse o CEO da instituição cearense, José Bezerra de Menezes, que passa a ser acionista minoritário no Bicbanco.Negócio dissipa rumoresA troca de controle no Bicbanco deve dissipar temores sobre a solidez financeira do banco, segundo especialistas do setor. A instituição brasileira teve sua nota de crédito rebaixada pela agência Moody´s e viu o valor dos seus bônus externos derreter. A desvalorização foi tanta que o próprio banco recomprou parte dos títulos.O Bicbanco, atualmente, é o 11º em operações de crédito entre os bancos privados no Brasil. Tem cerca de R$ 17 bilhões em ativos e carteira de crédito de R$ 11,61 bilhões, segundo dados de junho. O índice de Basileia, que mede quanto o banco pode emprestar sem comprometer capital, fechou junho em 18,5%, acima dos 11% mínimos exigidos pelo Banco Central.´Ponte entre China e Brasil´Com ações negociadas nas bolsas de Hong Kong e Xangai, o CBB atua na área de empréstimos para infraestrutura, financiamentos imobiliários e cartões bancários. Tem mais de 14 mil filiais na China e o controle acionário do Bicbanco marca o início das operações dele no Brasil. O CBB ainda possui filiais em Hong Kong, Cingapura, Frankfurt, Johannesburg, Tóquio, Seul, Cidade de Ho Chi Minh, Nova Iorque, Sydney, Melbourne e Taipé. "Essa transação caracteriza uma situação em que ambos os lados ganham. Realizada a aquisição, grandes oportunidades de desenvolvimento emergirão. Esperamos construir uma ponte entre a China e o Brasil e promover ativamente uma relação bilateral mais forte, estimulando as interações econômicas e comerciais", disse o presidente do CBB, Hongzhang Wang.Preço aos controladoresO preço a ser pago aos controladores - que pode sofrer ajuste - representa um prêmio de 18,7% sobre o valor de fechamento das ações preferenciais do Bicbanco na bolsa paulista de ontem.Os papéis dessa classe fecharam o dia valendo R$ 7,50 na Bovespa, com valorização de 1,35% na sessão. Os rumores sobre a venda do Bicbanco para a instituição chinesa fizeram as ações do Bicbanco chegarem a subir mais de 5% nas vésperas do negócio.O CCB enviará à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em até 30 dias contados a partir da data de fechamento, um pedido de Oferta Pública de Aquisição (OPA) para os papéis do Bicbanco detidos por minoritários.Reorganização societáriaA operação ainda prevê a reorganização societária do Bicbanco e suas acionistas diretas: Gemini Holding, BIC Corretora de Câmbio e Valores, e Primus Holding, sendo que esta última detém 100% do capital da BIC Corretora. As ações do banco que pertencem à corretora serão transferidas para a Gemini, e as ações de emissão da BIC Corretora serão transferidas para pessoas físicas que fazem parte do grupo de controle da companhia.Com isso, a BIC Corretora não será adquirida pelo CCB. O plano prevê ainda o encerramento da Gemini e da Primus, que serão consolidadas na companhia.A transferência do controle do Bicbanco ao CCB ainda depende de aprovação do Banco Central, de decreto presidencial, das autoridades regulatórias chinesas e de autoridades bancárias das ilhas Cayman, informou o Bicbanco.HistóricoCriado em 1938, o Bicbanco nasceu sob a alcunha de Cooperativa de Crédito do Juazeiro , fomentando negócios dos cooperados da região do Cariri cearense. Em 1948, passou ao controle dos Bezerra de Menezes e a se chamar Banco do Juazeiro.

Na década de 1970, os controladores promoveram a incorporação do Banco Industrial do Cariri (70) e do Banco dos Proprietários (72). Foi neste período também que mudou de sede de Juazeiro do Norte para Fortaleza e teve a razão social alterada para Banco Industrial do Ceará (BIC).

Em 1982, o Bicbanco inaugurou a primeira agência em São Paulo, na época onde mais agências foram abertas no País.

No início dos anos de 1990, precisamente em 1992, o nome Bicbanco foi consolidado e o conceito de multiplicidade foi incorporado pelo grupo liderado pelos Bezerra de Menezes. Assim, nasceram as coligadas BIC Corretora de Câmbio, BIC Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários e BIC Arrendamento Mercantil.

Já nos anos 2000, a sede do Bicbanco saiu de Fortaleza e foi para São Paulo (2002). Em seguida (2004), abre a primeira agência no exterior, nas Ilhas Cayman.

Fonte: Diário do Nordeste

Jovem de 14 anos enterra mãe e irmãs mortas de sede tentando cruzar o Saara








Militares e voluntários cavam sepulturas para dezenas de mortos na tentativa de cruzar o deserto do Saara (Foto: AP)
Os corpos de 92 pessoas foram encontrados no Deserto do Saara, no norte do Níger, na quinta-feira. Elas eram, acredita-se, migrantes, que morreram de sede depois de uma sucessão de eventos que começou com uma pane em um dos caminhões em que viajavam.Shafa, uma menina de 14 anos que sobreviveu à tragédia após ter enterrado a mãe e as irmãs, contou o que passou ao programa de rádio Newsday, do Serviço Mundial da BBC:"Estávamos indo para a Argélia visitar parentes. Éramos mais de 100 em um comboio de dois veículos. Nosso caminhão quebrou e foi preciso um dia inteiro para consertá-lo. Depois disso, a água acabou.Conseguimos encontrar um poço, mas a água era pouca. Os motoristas pediram que a gente aguardasse no local, enquanto eles fossem atrás de mais água.Mas uma noite e um dia depois eles não tinham retornado, e foi quando as pessoas começaram a morrer de sede. No segundo dia sem água, 15 pessoas do grupo morreram.Continuamos a viagem levando os corpos conosco e foi quando o segundo caminhão voltou trazendo água, graças a Deus.Cruzamos com forças de segurança da Argélia, mas os soldados deram meia volta porque não poderiam ser vistos nos ajudando. Seria ilegal.Eles disseram que teríamos de nos esconder dentro de uma trincheira, onde passamos mais uma noite sem água.Muitas mulheres e crianças morreram. Os motoristas tinham um pouco de água, mas não dividiram conosco.De lá fomos levados de volta para o Níger e, ao entrarmos no país, os motoristas retiraram os corpos do caminhão e os enterraram. As mães primeiro e as crianças por cima.Eles disseram que seríamos levados de volta para nossa cidade, mas no meio do caminho a gasolina acabou. Eles pediram dinheiro para comprar mais combustível e disseram que teríamos de descer dos caminhões. Nunca mais voltaram.Esperamos dois dias no deserto, sem comida, sem água, até que decidimos começar a andar.Alguns veículos passaram, tentamos pará-los sem sucesso. Um dos carros até atropelou e matou três que estavam no nosso grupo.Àquela altura éramos oito, incluindo minha mãe e minhas irmãs mais novas. Quando ficamos muito cansadas, nos sentamos embaixo de uma árvore e foi quando uma de minhas irmãs morreu. E foi lá onde a enterramos.Continuamos andando e no dia seguinte minha outra irmã morreu. No terceiro dia, minha irmã morreu. Eu mesma as enterrei.Nenhum dos carros que passavam queria parar para me socorrer.Depois de um tempo eu encontrei uma árvore, sentei-me à sombra e quando estava quase desistindo um carro passou.Eu tirei a blusa e comecei a acenar vigorosamente. O motorista parou e perguntou o que tinha acontecido. Eles me deram leite, água e um biscoito de arroz.E foi assim que consegui chegar a Arlit, onde me reuni com meu avô.E aqui estou. Meu pai faleceu há um tempo, e agora perdi minha mãe e minhas irmãs.Estou morando com minha tia. Pelo que soube, apenas eu, uma menina e 18 homens sobreviveram. Éramos mais de 100".

Fonte: BBC Brasil

Icó-CE: Adolescente é assassinado com seis tiros na frente da namorada

André Costa
Flávio Alencar de Souza, de 17 anos, foi assassinado com seis tiros em Icó (Foto: Richard Lopes)
Um jovem de 17 anos foi assassinado com seis tiros na tarde desta quinta-feira, 31, na cidade de Icó. Flávio Alencar de Souza caminhava com sua namorada e cunhado na Rua Monsenhor Frota, no bairro Conjunto Cidade Nova, quando foi surpreendido por dois homens armados em uma motocicleta sem placa.O garupeiro sacou um revólver calibre 38 e efetuou seis disparos contra Flávio. O jovem foi baleado duas vezes no braço, duas nas costas e outros dois tiros acertaram a nuca do adolescente que já tombou sem vida. Os executores usavam capacete e fugiram sem ser identificados.

A Polícia suspeita de crime por acerto de contas. Pirata, como popularmente a vítima era conhecida, já tinha passagens pela Fundação Casa por envolvimento com tráfico de drogas e furtos. Sua mãe, Francinete Alencar atualmente está presa na Cadeia Pública de Icó também acusada de traficar entorpecentes.

*Com informações do colaborador e radialista Richard Lopes.

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