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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Redenção-CE: Tiros na cabeça mataram jovens



Márcia Feitosa
Os corpos das cinco vítimas, que tinham idades entre 14 e 19 anos, ainda permanecem na Comel aguardando liberação. (Foto: Kléber A. Gonçalves)
Todos os cinco jovens vítimas da chacina de Redenção foram mortos com tiros na cabeça. A Polícia Civil recebeu os laudos da Perícia Forense do Ceará (Pefoce), que atestam a causa das mortes. A delegada titular da Cidade, Cristina Cruz, preside o inquérito e teve acesso às conclusões dos médicos legistas da Coordenadoria de Medicina Legal (Comel). Os corpos foram encontrados em duas covas- rasas em um canavial na cidade de Redenção, a 63 km de Fortaleza, no dia 1º de setembro.

Além dos laudos cadavéricos, a delegada recebeu também os exames de DNA, conclusivos sobre o parentesco dos corpos dos garotos, que estão na Comel, com as pessoas que forneceram material genético para que fosse feito o confronto.

Quatro dos corpos são de adolescentes, com idades entre 14 e 16 anos. Conforme o diretor da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Ricardo Romagnoli, o quinto cadáver encontrado no mesmo canavial, que até agora não foi reclamado por ninguém, é de uma pessoa que tinha aproximadamente 19 anos. O corpo, do sexo masculino, foi morto com um tiro na mandíbula.

Cristina Cruz considera pouco provável que esta pessoa tenha alguma ligação com as outras quatro vítimas da chacina. Para ela, o quinto corpo encontrado pode ser de um adolescente que estava desaparecido desde o ano de 2012.

"Por enquanto, não houve nenhuma manifestação de ninguém que possa ser familiar deste jovem encontrado morto. Temos um registro de desaparecimento de um adolescente chamado ´Jonas´, feito há dois anos. Quando desapareceu, ele tinha 16 anos. Se estivesse vivo ultimamente, ele poderia ter aproximadamente 18 ou 19 anos", afirmou a delegada.

A titular de Redenção informou que já notificou a família do garoto, para que vá até à Pefoce para fazer o exame de DNA.

"Precisamos fazer tentativas de identificação que afastem, ou não, a hipótese de que alguém que conste nos registros de pessoas desaparecidas, possa ser o cadáver", afirmou.

Oitivas

As oitivas dos suspeitos, que foram notificados para comparecerem à Delegacia de Redenção ou à DHPP, já foram iniciadas. Cristina e Romagnoli se reuniram, na tarde de quinta-feira (25), para pontuar algumas informações novas acerca da chacina.

"O caso é muito complexo. São muitas coisas a serem apuradas. O que me parece é que existe um motivo específico para que alguém executasse todos. Eu acho que o fato deles serem envolvidos com delitos, por si só, não é forte o bastante para o que aconteceu. Acredito que algo em especial motivou as mortes", disse o delegado Romagnoli.

Conforme Cristina Cruz, oito pessoas que podiam ter alguma informação relevante sobre o fato já foram ouvidas, mas outras pessoas ainda devem comparecer à Delegacia. "Durante os depoimentos, novos nomes acabam sendo revelados e isto gera novas notificações. Todas as pessoas que forem mencionadas serão ouvidas", disse a delegada.

O caso

Os adolescentes vítimas da chacina, identificados como Jonathan Araújo de Brito, Iranildo Leitão da Silva Filho, Erineudo Leitão da Silva Brito e Távio da Silva Sousa, foram raptados no último dia 19 de agosto, da casa onde moravam juntos, no bairro Boa Fé. Segundo a Polícia, os garotos eram envolvidos com assaltos, furtos e, alguns deles, já tinham sido apreendidos portando armas de fogo.

Os operários de uma usina, instalada dentro do canavial encontraram os corpos e acionaram a Polícia. Os cadáveres, em estado de putrefação, passaram por diversos procedimentos na Comel, onde estão até hoje. É necessário que um alvará, expedido por um juiz, determine a liberação dos corpos, uma vez que não foi possível chegar a identificação precisa de nenhum deles pelos métodos científicos.

"O DNA foi conclusivo sobre o parentesco, mas não sobre a identidade. Somente o juiz, em posse dos laudos, pode dar esta ordem para denominarmos e liberarmos os corpos", explicou a coordenadora da Comel, a médica Hellena Carvalho.

Fonte: Diário do Nordeste

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