Uma mulher morreu após ser estrangulada pelo marido durante uma visita
íntima no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Ribeirão Preto, no
interior de São Paulo, onde ele estava preso. O crime só foi descoberto
depois que o preso chamou os agentes para contar o que havia feito
Amanda Rigueiro e Adalto Marcelino estavam juntos há dez anos.
O
casal brigava muito. Segundo familiares da vítima, o ciúme possessivo
de Marcelino é o motivo do crime. A mãe de Amanda conta que a filha
sempre reclamava do marido dizendo que ele estava cada vez pior. A jovem
procurava usar roupas fechadas com medo de que alguém visse e contasse
ao marido. De acordo com a família, Amanda não podia fazer nada. Durante
as visitas ao CDP, as brigas eram frequentes. Marcelino está preso
desde dezembro de 2013 por roubo. Ele tempassagens pela polícia por
receptação e formação de quadrilha. No início, a prisão não o incomodava
muito, mas, com o tempo, a possessividade aumentou. Amanda visitava o
marido quase todos os fins de semana no presídio. Como a prisão não tem
um local reservado para visitas íntimas, os encontros ocorrem dentro das
celas. Os próprios presos que arrumam a cama, pendurando um lençol. A
jovem foi estrangulada até a morte em cima de um leito Marcelino foi
retirado da cela em uma maca. Depois do crime, ele passou mal com
suspeita de overdose de cocaína. O crime foi descoberto cerca de duas
horas depois, quando o próprio preso chamou os agentes para contar o que
havia acontecido. Nem os outrosdetentos que estavam no pavilhão sabiam
da morte. Após prestar depoimento, ele foi encaminhado para o castigo
Mesmo com as brigas constantes, Marcelino sempre dava a esperança de que
iria mudar, como em uma carta escrita por ele: — Amanda, me desculpe
pelas coisas que falei. Eu não estou muito bem com tudo que está
acontecendo. A mesma carta que pede perdão pode ser uma pista de que o
crime foi premeditado. Ele chamou Amanda para a visita no domingo —
Nesse domingo, eu quero ver você sorrindo, não quero saber das coisas
tristes. Me desculpe. Eu tenho uma surpresa para te falar. Você vai
ficar muito feliz com isso. Depois de prestar depoimento, Marcelino foi
para o castigo da penitenciária. Ainda nessa semana, ele irá para o
Presídio de Presidente Venceslau. Em 30 dias, a Justiça deve decidir se
ele cumprirá o regime diferenciado ou voltará para um presídio da
região. R7
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