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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Ceará: Candidatos trocam acusações durante debate


Candidatos: Eliane, Eunício, mediador e assistente, Ailton e Camilo. (Foto: Fabiane de Paula)
A proximidade do pleito para o Governo do Estado intensificou a condição emocional dos candidatos e aqueceu o debate realizado, ontem, pela TV Diário e retransmitido pela Rádio Verdes Mares. Logo na parte final, o representante do PSOL na disputa, Ailton Lopes, embargou a voz, nas considerações finais, e deixou o estúdio em direção ao banheiro visivelmente abalado. Ao entrar no camarote, o postulante começou a chorar, mas depois voltou para conceder entrevista à imprensa.

Durante o debate, os candidatos mais bem colocados de acordo com as últimas pesquisas eleitorais, Camilo Santana e Eunício Oliveira, também não foram cautelosos e partiram para o confronto direto. Logo no primeiro bloco em que foi permitida a elaboração de questionamentos entre os postulantes, o peemedebista direcionou a pergunta ao representante do PT na disputa.

Eunício Oliveira, ao fazer uma pergunta sobre segurança pública, tema previamente sorteado, o candidato Camilo Santana citou a importância das escolas em tempo integral como ação de combate à violência, mas logo dedicou à resposta para afirmar que o peemedebista estaria se aproveitando do tempo destinado ao horário eleitoral gratuito para acusar "covardemente" o petista de envolvimento no escândalo dos banheiros.

Covardemente

"Eu queria aproveitar essa oportunidade para dizer que, nos últimos dias, o senhor tem usado seu tempo de televisão para covardemente me acusar que eu estou envolvido no chamado escândalo dos banheiros. (...) Eu não era secretário das Cidades quando esse caso aconteceu, em 2010. Eu só assumi a Secretaria em janeiro de 2011 e fui eu, como secretário, que descobri o problema. Aliás, quem está sendo acusado, respondendo até criminalmente, são seus aliados", ressaltou ao fazer referência ao deputado estadual Téo Menezes (DEM) e ao ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Teodorico Menezes.

O candidato Eunício Oliveira, no entanto, rebateu o petista ao alegar que teria mostrado na propaganda eleitoral apenas que o TCE e o Ministério Público estariam investigando o caso.

"Eu nunca fiz uma acusação ao senhor e, muito menos, uma acusação leviana. (...) Quem faz acusações ao senhor é o Tribunal de Contas do Estado, quem está investigando o senhor é o Ministério Público. Nós somos os candidatos ao Governo do Estado e a população tem o direito de saber em quem vai votar no dia 5", frisou o peemedebista ao acrescentar ainda que Ciro Gomes é quem estaria fazendo acusações covardes contra ele.

Em seguida, Camilo Santana aproveitou a tréplica para destacar que, apesar de o Ministério Público tê-lo incluído no processo como secretário das Cidades, não estaria investigando se ele teve responsabilidade no escândalo dos banheiros.

A candidata Eliane Novais ainda endossou a polêmica em torno do tema ao lembrar que, na Assembleia Legislativa, Camilo Santana e nem o partido de Eunício Oliveira apoiaram a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para que a Casa contribuísse para a investigação naquela época.

O clima de acirramento entre os candidatos também foi perceptível antes da realização do debate. Eliane Novais e Eunício Oliveira chegaram primeiro à TV Diário acompanhados de assessores. Em Seguida, Camilo Santana chegou ao lado do prefeito Roberto Cláudio e, por último, Ailton Lopes ao lado de correligionários dos partidos.

Os quatro representantes na disputa trocaram cumprimentos rápidos e pouco trocaram palavras, dedicando o momento anterior ao debate mais para a conversa com os assessores.

Blocos

O debate foi dividido em cinco blocos. No primeiro, os candidatos responderam ao questionamento feito pelo mediador, jornalista Edison Silva, acerca do que o próximo governante pode fazer para tornar a máquina pública mais eficiente no enfrentamento às principais dificuldades reclamadas pela população.

Enquanto Eunício Oliveira pontuou que o governante precisa estar mais atento ao combate ao desperdício diante da pobreza do Estado, Eliane Novais acusou a atual administração da falta de vontade política para o enfrentamento dos problemas, Camilo Santana apresentou um panorama geral dos principais resultados alcançados pela atual gestão e Ailton Lopes destacou que os demais concorrentes representavam a defesa de um mesmo modelo de desenvolvimento econômico que não atende aos principais interesses dos que vivem no Estado.

Nos demais blocos, os candidatos se dividiram entre respostas às perguntas formuladas pelos próprios representantes na disputa acerca dos temas de saúde, educação, infraestrutura e segurança pública, previamente sorteado.

O acirramento entre os candidatos continuou no debate acerca da Saúde, que gerou embates em mais de um bloco. Ailton Lopes criticou a proposta de Camilo Santana em criar um sistema de avaliação das equipes que atuam nas unidades de atendimento à população ao avaliar que o projeto é uma forma de culpar o servidor público pela baixa estrutura. Já Eunício Oliveira reclamou da atual administração de ter inaugurado unidades de saúde sem se preocupar com a valorização do profissionais do setor.

Postulantes avaliam como positiva a discussão na TV

Marcado pelo acirramento do fim da campanha eleitoral, os candidatos ao Governo do Estado avaliaram o debate promovido pela TV Diário, ontem, como positivo e esclarecedor para os eleitores cearenses nesta reta final da eleição.

Após deixar o debate abalado, Ailton Lopes (PSOL) concedeu entrevista à imprensa. Ele destacou a importância do debate e criticou os candidatos que usam o momento para brigar. "Todo debate é fundamental, porque a gente coloca as ideias, claro que algumas candidaturas preferem ficar se engalfinhando e, na verdade, é uma pena. Pedimos um voto consciente e útil".

Camilo Santana (PT) afirmou que o momento permitiu expor aos eleitores as propostas de cada candidato para os próximos quatro anos. "Quanto mais debates melhor para que a população possa conhecer as propostas dos candidatos, o que eles pretendem fazer nos próximos quatro anos para o Ceará, portanto está de parabéns o Sistema".

Para Eunício Oliveira (PMDB), a oportunidade forneceu ao eleitor informações sobre os postulantes para que se consiga fazer uma avaliação correta sobre cada um. "Esse debate tem esse papel de esclarecer a população, para que o eleitor possa tomar conhecimento do que pensa cada cidadão que esteja disputando o Governo do Estado e tenha todas as informações".

Eliane Novais (PSB) ressaltou que o debate lhe proporcionou a chance de mostrar a diferença da sua candidatura das demais. "Foi muito bom o debate, todos os candidatos estiveram presentes, muitas vezes não há vontade de participar".

Insultos e agressões físicas de manifestantes na rua

Enquanto o debate com os candidatos ao Governo do Estado acontecia nos estúdios da TV Diário, do lado de fora diversos militantes dos candidatos com mais intenções de votos nas pesquisas, Camilo Santana (PT) e Eunício Oliveira (PMDB), lotavam os arredores do local com bandeiras e carros de som. Eles trocavam insultos, acusações aos candidatos e, em um certo momento, chegaram as vias de fato. A cena foi protagonizada por duas jovens que, após trocarem ofensas, foram ao chão se estapeando e puxando cabelo, mas logo foram contidas por seguranças e outros militantes.

A movimentação dos militantes que, em diversos momentos, foi marcada por clima de briga, também foi acompanhada por policiais militares posicionados nos arredores. Militantes, vestidos com blusas do candidato Eunício e com tampas de vaso sanitário nas cabeças, jogavam papel higiênico em militantes de Camilo e o acusavam de envolvimento no caso do desvio de kits sanitários. Eles também criticaram o governador Cid Gomes (PROS) o chamando de censurador. No ar, os dois candidatos trataram também desse assunto.

O grupo do petista revidava jogando água nos adversários políticos e gritando "Seja homem, senador", em referência a um vídeo do governador que circula na Internet. Os momentos foram acompanhados por membros e assessores da campanha de ambos candidatos. Poucos militantes de Ailton Lopes (PSOL) e Eliane Novais (PSB) estiveram nas proximidades da TV Diário.

Fonte: Diário do Nordeste

Em 4 anos, Câmara desconta R$ 3,7 mi por faltas; só 5 nunca faltaram

 
Tiririca no plenário da Câmara: ele é um dos 5 deputados que nunca faltaram (Foto: Sergio Lima/Folhapress)
Dos 513 deputados brasileiros, 508 faltaram em algum momento ao trabalho entre fevereiro de 2011 e agosto de 2014, mesmo trabalhando, basicamente, só três dias na semana.

No período, os deputados tiveram R$ 3,7 milhões descontados de seus vencimentos, o que equivale a 141 salários mensais.

As faltas mais comuns ocorrem justamente em ano eleitoral, como 2014, quando muitos deputados deixam de cumprir suas obrigações em Brasília para fazer campanha nos seus redutos.

Foi assim também em 2012, quando a Câmara efetuou o maior desconto dessa legislatura: R$ 1,2 milhão foram retirados dos vencimentos dos deputados. Neste ano, somente até agosto, foram R$ 744 mil descontados.

A Câmara tem sessões ordinárias de segunda à sexta-feira. As  deliberativas -- quando ocorrem as votações -- acontecem apenas às terças, quartas e quinta-feiras, e são elas cuja ausência gera faltas aos deputados.

Estiveram lá em todas as sessões deliberativas apenas cinco deputados: Tiririca (PR-SP), Reguffe (PDT-DF), Pedro Chaves (PMDB-GO), Manato (SDD-ES) e Lincoln Portela (PR-MG). Deles, apenas Reguffe não é candidato à reeleição, mas tenta uma vaga no Senado pelo Distrito Federal.

Fonte: UOL

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