A polêmica criada em cima do uniforme da seleção feminina de ciclismo da Colômbia, que cria uma ilusão de ótica e faz parecer que as as atletas estão “seminuas”, deixou a criadora da roupa surpresa. Integrante da equipe, Angie Tatiana Rojas, de apenas 22 anos, não imaginava que a peça poderia criar tantos problemas. Até porque já é usada há mais de nove meses.
Em entrevista à “BBC Mundo”, a jovem afirmou que a cor da parte de
baixo, que vai do umbigo até as coxas, era para ser dourada e não cor da
pele. Por um problema na impressão, os uniformes saíram dessa forma,
mas todos os patrocinadores aprovaram o desenho e a versão final da
roupa. Somente agora, após a Volta da Toscana, na Itália, no fim de
semana, que o uniforme chamou a atenção.
– A intenção era usar as cores oficiais de todos os patrocinadores. E a
cor bege era, na verdade, para ser dourada, que é uma das cores de um
deles. Mas o que se confeccionou ficou nessa cor bege. Como íamos
competir em El Salvador, em fevereiro, decidimos deixá-lo assim mesmo.
Não nos parece desagradável e necessitávamos do uniforme para competir,
porque não tínhamos mais tempo – contou Angie Rojas, que ainda está na
Itália com a equipe.
A colombiana disse que na primeira corrida não houve reclamações por
parte da organização. A equipe não esperava ganhar destaque mundial por
causa do uniforme, em vez do desempenho nas pistas.
– Foi uma prova tão especial para a gente e para mim pessoalmente,
porque nunca havia pedalado em terras europeias. Porém, mais do que
incomodadas com a polêmica, nós estamos surpresas e curiosas. Talvez,
pelo lugar que nos encontramos, não nos damos conta da magnitude do
assunto. Há uma incerteza sobre o que irá acontecer quando chegarmos ao
nosso país – falou a jovem.
Por causa da polêmica, Angie Rojas não sabe se o uniforme continuará a
ser usado. Ainda mais após o presidente da Federação Internacional de
Ciclismo (UCI), Brian Cookson, se manifestar nas redes sociais e
repudiar a escolha do uniforme, que chamou de “inaceitável” e
“indecente”. A entidade vai investigar o caso.
– Ainda faltam algumas provas, acho que vamos ter que usá-los. A não ser
que os patrocinadores ou novos patrocinadores que possam surgir queiram
mudar após esse movimento que se formou – opinou.
A única certeza da ciclista e de suas companheiras é que, mesmo após a
má repercussão que a peça ganhou, elas não vão desistir de lutar por
conquistas no esporte.
– A polêmica não vai evitar que a gente siga competindo, representando o
nosso o país e façamos o que mais gostamos, que é praticar o ciclismo
de rua – falou.
extra.globo.com/esporte/
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