
A Polícia Civil divulgou, na manhã desta terça-feira (11), a foto de
Caio Silva de Souza, de 23 anos, suspeito de acender o rojão que atingiu
o repórter cinematográfico Santiago Andrade durante protesto no Centro
do Rio na quinta-feira (6). Policiais da 17ª DP (São Cristóvão)
realizavam, em torno de 10h40, buscas na tentativa de cumprir o mandado
de prisão temporária expedido pela Justiça na segunda-feira (10).

De acordo com a polícia, é ele quem aparece nas imagens registradas por
fotógrafos e cinegrafistas usando calça jeans e camisa cinza suada.
Morador da Baixada Fluminense, ele já tem duas passagens pela polícia,
uma delas por ter sido vítima de agressão em uma manifestação e a outra
por um crime de menor potencial ofensivo, segundo a polícia. O rapaz foi
identificado após ajuda de Fábio Raposo, que confessou ter participado
da ação e está preso desde domingo (9). Em depoimento, Raposo disse que
Caio tem um perfil violento e que eles se conheciam apenas de outros
protestos. Investigação O delegado Maurício Luciano, que conduz as
investigações, disse que levou uma foto do suspeito para Fábio Raposo,
que está à disposição da Justiça, no Complexo Penitenciário de Gericinó,
em Bangu, Zona Oeste do Rio. Ele reconheceu o autor do disparo. Os dois
vão responder por homicídio doloso qualificado – quando há intenção de
matar –, pelo uso de artefato explosivo, e pelo crime de explosão. Se
condenados pelos crimes, a pena pode chegar a 35 anos de prisão. Segundo
o delegado, o autor do disparo tinha intenção de matar. “Foi um
homicídio intencional. Não foi um atentado à liberdade de imprensa.
Infelizmente, o Santiago estava na linha de tiro. A intenção era ferir
ou matar os policiais. Segundo o Fábio, ele tinha um perfil violento,
pelo porte físico”, explicou o titular da 17ª DP (São Cristovão). De
acordo com a decisão judicial, "o suspeito foi apontado por acender e
posicionar o artefato que atingiu o cinegrafista". Diz ainda o texto
expedido pelo Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado do Rio
de Janeiro: "A prisão temporária deve ser decretada para a garantia da
ordem pública, da futura aplicação da Lei Penal e da futura instrução
criminal. Há evidente necessidade de se resguardar a instrução, a fim de
que as provas sejam colhidas garantindo-se, ao final, a instrução
criminal da causa, que merece integral apuração, dada a lesividade
social para que os eventos violentos não mais se repitam", diz a
decisão. Advogado passou nome de suspeito O advogado de Raposo, Jonas
Tadeu, entregou à polícia, na segunda-feira, o nome, número de
identidade e CPF do suspeito de acender o rojão. Apesar de Fábio Raposo
ter colaborado para as investigações, o advogado afirmou que o delegado
Maurício Luciano descartou o benefício da delação premiada para seu
cliente. “Não está valendo. Mas isso vai ser uma discussão que eu vou
levar pra juízo”, disse Jonas Tadeu. A explosão – ocorrida durante
confronto entre a PM e manifestantes – foi registrada por fotógrafos,
cinegrafistas e câmeras de vigilância instaladas nas proximidades da
Central do Brasil. Após a divulgação das imagens, Fábio Raposo se
apresentou à polícia e disse ter passado o rojão ao homem que acendeu o
artefato que atingiu o cinegrafista. No depoimento na 17ª DP (São
Cristóvão), o rapaz afirmou não conhecer o suspeito de lançar o rojão em
meio à manifestação contra o aumento da passagem de ônibus. Fonte:
Terra
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