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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Ceará tem em média 81 casos de dengue por dia








De 2003 a 2013 foram 413 óbitos, sendo 64% (264) de dengue por complicação e 36% (149) de dengue hemorrágica. (Foto: Google Images)
A chuva deste início de ano traz esperança ao povo nordestino que sofre com a estiagem, mas também preocupação, sobretudo para os órgãos de saúde, pois aumenta a possibilidade de proliferação do Aedes aegypti - mosquito transmissor da dengue. A espécie se reproduz preferencialmente em ambientes com água parada, seja ela limpa ou suja, embora também possa se adaptar a outros ambientes.

De 2003 a 2013, o Ceará registrou 296.867 casos da doença, o que representa uma média de 29.687 pessoas infectadas por ano e 81 por dia. Os anos de 2008, 2011 e 2012 foram os com maior número de casos: 44.244, 56.714 e 51.701, respectivamente. Embora haja registro de dengue durante todo o ano, os meses de fevereiro a maio, que envolvem a quadra chuvosa, concentram o maior número de casos. No ano passado, 24.765 foram confirmados em 163 dos 184 municípios cearenses (88%). Desse total, 8.748 concentraram-se na Capital (35%).

Já os óbitos dos últimos dez anos somam 413, sendo 64% (264) de dengue por complicação e 36% (149) de dengue hemorrágica. De 2012 para 2013, houve redução de 52% do número de casos, que passaram de 51.701, em 2012, para 24.765 no ano passado. Apesar disso, houve crescimento de 36% no número de mortes. Os óbitos saltaram de 44 (2012) para 60 (2013). Em 2013 predominou, com 78%, os óbitos de dengue por complicação. No ano passado, os vírus circulantes foram do tipo 1 e 4. Os dados são da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).

Cuidados

Para evitar a proliferação do Aedes aegypti é preciso estar atento a alguns cuidados: não deixar água parada em pneus fora de uso e na calha, as vasilhas que ficam abaixo dos vasos de plantas não podem ter água (o ideal é usar areia), garrafas e recipientes semelhantes devem ser armazenados em locais cobertos, de cabeça para baixo, não descartar lixo em terrenos baldios e manter a lata de lixo bem fechada.

Cuidados que não vêm sendo tomados próximo à casa da técnica de enfermagem Meire Silvestre, 38, moradora do bairro Jóquei Clube. Ela reclama que há meses tem de conviver com o matagal e o lixo, muitas vezes deixado pelos próprios moradores, em um terreno baldio que dá para o quintal de sua casa. A sua preocupação é porque o espaço serve de foco do mosquito da dengue. A auxiliar de enfermagem tem uma irmã que já teve dengue três vezes. Inconformada com a situação, acionou, diversas vezes, a Secretaria Executiva Regional (SER) III, que não teria tomado providência. "Eles dizem que vão mandar um fiscal, mas ele nunca apareceu por aqui", denuncia.

Em nota, a SER III afirma que enviará um fiscal ao local hoje para verificar o tipo de terreno, se é privado ou não. Caso seja privado, explica que a Regional irá notificar o proprietário para que seja feita uma limpeza o quantos antes, pois, neste caso, o órgão não tem como realizar o serviço sem autorização do dono. Acrescenta, ainda, que agentes de endemias realizam, diariamente, um trabalho passando em cada casa alertando sobre os riscos e cuidados com a dengue.

Prevenção

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informa que, durante todo o ano passado, foi executado o Plano de Contingência e Controle de Endemias de Dengue, seguindo as recomendações do Ministério da Saúde. O plano inclui a vigilância e controle do Aedes aegypti, comunicação e mobilização com a sociedade, vigilância epidemiológica e serviços públicos de assistência ao paciente. Informa, ainda, que as mesmas diretrizes foram pautadas em 2014, já em execução.

No que diz respeito à chuva, algumas ações foram pensadas: nebulização especial durante a madrugada e, principalmente, nos locais de grande fluxo de pessoas, bloqueio dos casos da dengue com borrifação especial no quarteirão da ocorrência, visitas domiciliares aos imóveis com atenção especial aos locais com infestação e ações educativas.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) para obter dados do plano de ações de combate à dengue no Estado, mas as ligações não foram atendidas, e os e-mails não foram respondidos.

Descoberta de variante do vírus preocupa

Neste ano, a preocupação é com o surgimento de um novo fator: a descoberta de mais uma variante do vírus da dengue, a partir de análises feitas em amostras de sangue colhidas durante uma epidemia da doença em 2007, na Malásia. O tipo 5 da doença pode tornar ainda mais difícil o desenvolvimento de uma vacina contra a dengue.

Victor Emanuel Pessoa Martins, professor da Universidade de Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), comenta que, por mais distante geograficamente que a Malásia esteja do Brasil, o tráfego de pessoas entre os países (principalmente via aérea) reduziu quaisquer distâncias que separem os países. "Neste caso, a população estaria suscetível à nova variante do vírus da dengue", afirma. O especialista complementa que se pode esperar, inclusive, o aumento do número das formas graves da doença.

Risco

"Qualquer nova variante de vírus que circule em uma área previamente isenta de sua presença oferecerá riscos para a população exposta, tendo em vista que o sistema imunológico dos indivíduos desta população ainda não possui o repertório de defesa (anticorpos) preparado para combatê-la", frisa.

O especialista esclarece que o surgimento da variante do vírus é resultado dos processos de evolução observados ao longo do tempo, e que podem ser favorecidos pela circulação simultânea de mais de uma variante desses vírus em uma mesma área. Já com relação aos vetores, estes eventualmente podem sofrer alterações na sua capacidade de transmitir os novos vírus.

Fonte: Diário do Nordeste

Haddad afirma que ação do Denarc na Cracolândia foi ´lamentável´








Ação da Polícia Civil termina em prisões e tumulto na Cracolândia. (Foto: JF Diorio/Estadão Conteúdo)
O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), se disse indignado com a ação da Polícia Civil que terminou com prisões e tumulto na Cracolândia e a considerou "lamentável".

Além disso, o prefeito afirmou que a ação da Polícia Civil não foi "pactuada" com a Prefeitura. "O governo municipal não tinha o menor conhecimento do que ocorreria ali. Se tivéssemos tomado conhecimento, não concordaríamos com a maneira como foi procedido. Ali havia cidadãos comuns, beneficiários do programa (Operação de Braços Abertos), agentes da saúde, agentes da assistência social e outros servidores, que foram surpreendidos por uma ação repressiva", declarou.

Haddad manifestou preocupação com a possibilidade de novas ações deste tipo voltarem a se repetir na Cracolândia. "Esse tipo de ação pode comprometer essa relação de confiança que foi estabelecida ao longo desses meses. E isso nós não podemos permitir", destacou.

Em nota, a Prefeitura informou que houve uso de bala de borracha e bombas de efeito moral contra "contra uma multidão formada por trabalhadores, agentes públicos de saúde e assistência e pessoas em situação de rua, miséria, exclusão social e grave dependência química".

No horário da ação policial, funcionários da Prefeitura e o secretário municipal de Segurança Urbana estavam na Cracolândia e faziam um balanço do Programa Braços Abertos, que busca oferecer vaga de trabalho para dependentes de crack. "Acho que o que nos cabe neste momento é manifestar essa indignação e reafirmar nosso compromisso com o programa (Braços Abertos) ", disse Haddad.

Nesta tarde, por volta das 15h, agentes do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) realizaram ação para prender traficantes na região. Cerca de trinta suspeitos foram levados para averiguação, segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil.

De acordo com a Polícia Civil, houve resistência por parte dos suspeitos e de usuários de drogas. Os policiais contam que foram atacados com paus e pedras e que três carros do Denarc foram depredados. Um policial teria ficado ferido ao levar uma paulada e foi encaminhado ao Instituto Médico-Legal para fazer exame de corpo de delito, segundo o Denarc.

A ação ocorreu por volta das 15h. De acordo com a reportagem da Rádio CBN, usuários de crack relataram o uso de bombas de efeito moral na abordagem policial. Tanto a Prefeitura de São Paulo quanto a Polícia Militar disseram não ter sido avisadas previamente da ação.
Ação da Polícia Civil termina em prisões e tumulto na Cracolândia. (Foto: JF Diorio/Estadão Conteúdo)

A delegada e diretora do Denarc, Elaine Maria Biasoli, disse que a ação policial na Cracolândia que terminou em prisões e tumulto ocorreu "dentro da legalidade". "O Denarc não possui bala de borracha. Nós temos, sim, munição antimotim para intimidar. É bomba de efeito moral, só", disse. A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que, no relatório enviado ao secretário Fernando Grella, os agentes do Denarc não relataram ter usado balas de borracha na operação.

Por meio de sua assessoria, o Denarc disse que as prisões não fazem parte de uma operação específica, mas integra as ações rotineiras que o departamento de combate ao tráfico já realiza na região. Para essas ações, o Denarc diz que não costuma pedir apoio de outras forças policiais. Desde o dia 1º de janeiro, ao menos 33 suspeitos de tráfico já foram detidos na região da Cracolândia, segundo a assessoria do departamento.

Braços Abertos

O programa da Prefeitura busca oferecer emprego para usuários de crack. Ao apresentar o programa no começo do mês, o prefeito Fernando Haddad tinha criticado ações violentas e "higienistas" já adotadas contra os usuários de droga na região.

No total, a Prefeitura ofereceu 400 vagas para que usuários trabalhem em atividades de zeladoria em praças. Com a iniciativa, os usuários deixaram barracos nas calçadas nas ruas Helvétia e Dino Bueno e se mudaram para cinco hotéis na região.

O custo por pessoa para a Prefeitura será de cerca de R$ 1.215 mensais por participante, incluindo por exemplo os valores que serão pagos com os hotéis. Os participantes terão café, almoço e jantar pelo programa Bom Prato.

Dependentes que têm companheiros ficarão em um quarto. No caso dos solteiros, eles ficarão hospedados em quartos com três ou quatro pessoas, segundo a Prefeitura.

Apesar do foco no trabalho, a ação é voltada e comandada pela área da saúde. O atendimento se dará especialmente no equipamento denominado Braços Abertos, instalado na região. Equipes do programa Consultório de Rua, que são vinculadas à UBS Santa Cecília e fazem abordagem aos usuários, continuarão o trabalho.

Nota da Prefeitura
Confira abaixo o posicionamento oficial da administração municipal:

"A administração municipal foi surpreendida pela ação policial repressiva realizada hoje na região da Cracolândia pelo Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), da Policia Civil.

A Prefeitura repudia esse tipo de intervenção, que fez uso de balas de borracha e bombas de efeito moral contra uma multidão formada por trabalhadores, agentes públicos de saúde e assistência e pessoas em situação de rua, miséria, exclusão social e grave dependência química. A "Operação de Braços Abertos" é uma política pública municipal pactuada com o governo estadual, que preconiza a não-violência e na qual a prisão de traficantes deve ser feita sem uso desproporcional de força.

Agentes da Prefeitura trabalham há seis meses para conquistar a confiança e obter a colaboração das pessoas atendidas. A administração reafirma seu empenho na solução deste problema da cidade e manifesta sua preocupação com este tipo de incidente, que pode comprometer a continuidade do programa. E expressou essa posição diretamente ao Governo do Estado.

Secretaria de Comunicação
Prefeitura de São Paulo"

Fonte: G1 São Paulo

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