Pasadena e risco de não aprovar meta fiscal aumentam chances de impeachment para 2016
Dilma Rousseff ficou encurralada com a prisão do líder de seu governo no Senado, Delcídio do Amaral.
Os dois principais motivos são os seguintes:
1) Gravação indica envolvimento no escândalo de Pasadena
Anotações a mão de Nestor Cerveró, em sua minuta de delação premiada, indicam que Dilma “sabia de tudo de Pasadena” e que inclusive estaria cobrando o entãodiretor da Petrobras pelo negócio, tendo feito várias reuniões com ele.
O acordo de Cerveró foi firmado com a Procuradoria-Geral da República e submetido ao ministro Teori Zavascki, do STF, que ainda não decidiu sobre sua homologação.
O fato veio à tona nas conversas gravadas entre Delcídio, seu chefe-de-gabinete (preso junto com ele) Diogo Ferreira, o advogado Edson Ribeiro, que defendia Cerveró e também acabou preso nesta quinta-feira nos EUA, e o filho do ex-diretor , Bernardo Cerveró, nosso herói responsável pela gravação.
No diálogo, o senador revela que teveacesso ao documento sigiloso da delação do executivo por meio do banqueiro André Esteves, CEO do banco BTG Pactual, e questiona sobre as citações a Dilma, ao que Bernardo confirma terem sido feitos por seu pai.
Delcídio diz, aludindo às anotações de Cerveró: “Aí por exemplo, no caso da Dilma, ele disse: ‘A Dilma sabia de tudo de Passadena. Ela me cobrava diretamente. Pá, pá, pá. Fiz várias reuniões’.”
O áudio e a transcrição na íntegra estão AQUI.
2) Prisão aumenta risco de não aprovar meta fiscal
Por conta da votação no Senado sobre a prisão de Delcídio, Renan Calheiros teve de adiar para odia 3 de dezembro a sessão sobre o projeto que muda a meta fiscal de 2015, admitindo um rombo nas contas públicas de 119,9 bilhões de reais.
A Folha e o Estadão explicam as consequências desse adiamento para o governo.
Folha: “As prisões do líder do governo no Senado e de um dos príncipes do mercado financeiro agudizam a crise em várias frentes. No Congresso, votações importantes serão adiadas a ponto de o Palácio do Planalto já temer não conseguir aprovar a nova meta fiscal deste ano, o que o obrigaria a contingenciar nada menos do que R$ 100 bilhões até dezembro. Se não fechar as contas do ano em ordem, Dilma Rousseff começa 2016 extremamente vulnerável a um processo de impeachment”.
Para cumprir a meta antiga de superavit primário, de 1,1% do PIB, em apenas um mês, o governo sofreria um verdadeiro ‘shutdown': teria de dar calote na folha de pagamento e suspender um volume brutal de benefícios sociais.”
Estadão: “A presidente ficou diante de um problema dramático. Ela tem até o dia 30 para editar o próximo decreto de programação orçamentária – ainda sem a nova meta fiscal aprovada.
A escolha de Dilma será entre uma posição que pode paralisar completamente o governo, aplicando um duro corte de despesas federais, ou entre repetir uma manobra que já foi considerada ilegal pelos ministros do TCU, baseando o decreto na premissa da nova meta fiscal de 2015, ainda não votada”.
Dilma está mais uma vez por um fio e não será surpresa alguma se optar pela manobra ilegal.
É da natureza do PT.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
Os dois principais motivos são os seguintes:
1) Gravação indica envolvimento no escândalo de Pasadena
Anotações a mão de Nestor Cerveró, em sua minuta de delação premiada, indicam que Dilma “sabia de tudo de Pasadena” e que inclusive estaria cobrando o então
O acordo de Cerveró foi firmado com a Procuradoria-Geral da República e submetido ao ministro Teori Zavascki, do STF, que ainda não decidiu sobre sua homologação.
O fato veio à tona nas conversas gravadas entre Delcídio, seu chefe-de-gabinete (preso junto com ele) Diogo Ferreira, o advogado Edson Ribeiro, que defendia Cerveró e também acabou preso nesta quinta-feira nos EUA, e o filho do ex
No diálogo, o senador revela que teve
Delcídio diz, aludindo às anotações de Cerveró: “Aí por exemplo, no caso da Dilma, ele disse: ‘A Dilma sabia de tudo de Passadena. Ela me cobrava diretamente. Pá, pá, pá. Fiz várias reuniões’.”
O áudio e a transcrição na íntegra estão AQUI.
2) Prisão aumenta risco de não aprovar meta fiscal
Por conta da votação no Senado sobre a prisão de Delcídio, Renan Calheiros teve de adiar para o
A Folha e o Estadão explicam as consequências desse adiamento para o governo.
Folha: “As prisões do líder do governo no Senado e de um dos príncipes do mercado financeiro agudizam a crise em várias frentes. No Congresso, votações importantes serão adiadas a ponto de o Palácio do Planalto já temer não conseguir aprovar a nova meta fiscal deste ano, o que o obrigaria a contingenciar nada menos do que R$ 100 bilhões até dezembro. Se não fechar as contas do ano em ordem, Dilma Rousseff começa 2016 extremamente vulnerável a um processo de impeachment”.
Para cumprir a meta antiga de superavit primário, de 1,1% do PIB, em apenas um mês, o governo sofreria um verdadeiro ‘shutdown': teria de dar calote na folha de pagamento e suspender um volume brutal de benefícios sociais.”
Estadão: “A presidente ficou diante de um problema dramático. Ela tem até o dia 30 para editar o próximo decreto de programação orçamentária – ainda sem a nova meta fiscal aprovada.
A escolha de Dilma será entre uma posição que pode paralisar completamente o governo, aplicando um duro corte de despesas federais, ou entre repetir uma manobra que já foi considerada ilegal pelos ministros do TCU, baseando o decreto na premissa da nova meta fiscal de 2015, ainda não votada”.
Dilma está mais uma vez por um fio e não será surpresa alguma se optar pela manobra ilegal.
É da natureza do PT.
Felipe Moura Brasil ⎯ http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil
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