Demontier Tenório/// (Foto: Cícero Valério/Agência Miséria)
Antonio Weiner Fernandes da Silva, de 37 anos, morreu após acidente de trânsito (Foto: Cícero Valério/Agência Miséria)
Um grave acidente foi registrado no final da madrugada deste sábado
deixando o saldo de um morto e outro gravemente ferido em Crato. Por
volta das 05h30min o empresário do ramo de eventos, Antonio Weiner
Fernandes da Silva, de 37 anos, perdeu o controle do seu veículo e
chocou-se violentamente contra um poste da rede elétrica após subir o
canteiro central da Avenida Padre Cícero.
Ele morreu no local, enquanto seu companheiro de viagem foi socorrido às pressas para o Hospital Regional do Cariri. João Anderson Martins, de 27 anos, é vocalista da Banda Os Meninos e, segundo informações de familiares, o mesmo fraturou o fêmur e houve ainda uma ruptura na bacia. Ele é filho do radialista Fernando Martins da Vale FM e tinha feito show no Texas antecedendo a dupla sertaneja Jorge & Mateus.
Ao término, Weiner e Anderson decidiram ir até o município de Crato fazer um lanche e já estavam de retorno a Juazeiro do Norte quando aconteceu o acidente com o veículo I30 da Hyundai de cor prata e placas PFW-4376, inscrição de Toritama (PE) nas imediações do antigo Café Itaytera. Weiner residia no bairro Novo Juazeiro e ficou preso às ferragens após o poste se partir ao meio e cair sobre o carro.
Ele era sócio do Texas e, há bastante tempo, atuava na promoção de eventos alguns em parceria com o radialista e empresário Jota Rodrigues. A polícia foi avisada e os Soldados Lucas, J. Santos e Regis do Ronda do Quarteirão de Crato estiveram no local e acionaram uma equipe dos Bombeiros para resgatar o corpo do motorista do interior do veículo que ficou bastante destruído.
Ele morreu no local, enquanto seu companheiro de viagem foi socorrido às pressas para o Hospital Regional do Cariri. João Anderson Martins, de 27 anos, é vocalista da Banda Os Meninos e, segundo informações de familiares, o mesmo fraturou o fêmur e houve ainda uma ruptura na bacia. Ele é filho do radialista Fernando Martins da Vale FM e tinha feito show no Texas antecedendo a dupla sertaneja Jorge & Mateus.
Ao término, Weiner e Anderson decidiram ir até o município de Crato fazer um lanche e já estavam de retorno a Juazeiro do Norte quando aconteceu o acidente com o veículo I30 da Hyundai de cor prata e placas PFW-4376, inscrição de Toritama (PE) nas imediações do antigo Café Itaytera. Weiner residia no bairro Novo Juazeiro e ficou preso às ferragens após o poste se partir ao meio e cair sobre o carro.
Ele era sócio do Texas e, há bastante tempo, atuava na promoção de eventos alguns em parceria com o radialista e empresário Jota Rodrigues. A polícia foi avisada e os Soldados Lucas, J. Santos e Regis do Ronda do Quarteirão de Crato estiveram no local e acionaram uma equipe dos Bombeiros para resgatar o corpo do motorista do interior do veículo que ficou bastante destruído.
Crato-CE: Água depende da floresta preservada
Espécie criticamente ameaçada de extinção, o Soldadinho do Araripe é exclusivo do território cearense (Foto: Ciro Albano)
É na vegetação úmida, mata mais verdejante que fica na encosta da
Chapada do Araripe e próxima às nascentes, o ambiente, onde o Soldadinho
do Araripe (Antilophia bokermanni), o pássaro global mais ameaçado de
extinção, busca refúgio da onda de destruição que quase dizimou sua
espécie. Único pássaro, exclusivo em território cearense, a pequena ave
da família dos piprídeos, com sua plumagem branca, rabo preto e um
espetacular topete vermelho que cai sobre o bico é a prioridade máxima
para conservação da biodiversidade no Estado do Ceará, com apenas 200
casais observados.
O Soldadinho do Araripe, como afirma o biólogo da Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis) e um dos descobridores da espécie, Weber Girão, é um símbolo para conservação das águas e matas da Chapada do Araripe, que são justamente os fatores que fazem do Cariri um oásis.
Essa "ilha verde" - resquício de Mata Atlântica entre a mata branca da Caatinga - está inserida na Área de Proteção Ambiental (APA) Chapada do Araripe. O gerente da APA, Paulo Fernando Maier Sousa, afirma que a APA Chapada do Araripe, ainda tem dificuldades com limites em seu 1 milhão e 63 hectares. "É descrita como uma curva de nível: começa em Pernambuco, aos 640 metros de altitude; aqui no Ceará chega aos 500 metros; e, no Piauí, a 480 metros. Estamos reconstruindo os limites, apesar das dificuldades de encontrar alguns documentos e estamos fazendo isso junto ao conselho com representantes dos três Estados". Ele lamenta que, por isso, o Plano de Manejo da APA esteja atrasado oito anos.
Maier destaca que a APA tem um problema considerado grave que são as queimadas. Em 2009, por exemplo, foi segunda unidade de conservação no País em número de focos de calor, que é diferente de área queimada. "Como é uma região muito ocupada, de uso sustentável, não é estranho porque isso é uma prática tradicional. As vezes o fogo perde o controle. A gente tem um monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), satélites com sensores térmicos que registram diariamente o número de focos de calor. Segundo Meier, ano passado foram mais de 2.000 focos de calor nos municípios que compõem a APA, mas 838 dentro da APA. "Neste ano, estamos tentando conseguir um conjunto de equipamentos que possam ser colocados à disposição de trabalhadores, nos diferentes municípios, para o combate aos incêndios florestais".
Floresta NacionalDentro da APA, temos a primeira Floresta Nacional (Flona) do Brasil, a Floresta Nacional do Araripe. Segundo William Brito, chefe da Flona e funcionário do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Unidade de Conservação (UC) tem, com a área incorporada da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), 40 mil ha. Brito explica que a Flona foi criada em 1946, mas só foi demarcada em 1973, 27 anos depois.
Passear durante a manhã por esse ambiente verde e enevoado é uma experiência única. Brito revela que a umidade que vem das chuvas, vai para as fontes, e faz com que a vegetação seja subperenifolia, ou seja, mesmo na época mais seca, ela não perde as folhas totalmente, como acontece na Caatinga. "Boa parte das plantas que vivem na encosta estão adaptadas para aproveitar o orvalho, a umidade que está nessa névoa. Isso é o espelho dos brejos úmidos do Nordeste. A neblina se dissipa por volta das 10 horas, mas as plantas já absorveram a umidade", resume alegremente.
Conforme o chefe da Flona, os brejos de altitude têm como principal característica a diversidade: "nós temos, na encosta da Chapada, a mata úmida. Quando começamos a subir a Chapada e nos afastamos dessa mata úmida, essa umidade vai diminuindo e a mata se transforma em cerradão, aquilo que, no bioma cerrado, aparece nos cursos d´água. Ao se afastar um pouco mais, a secura aumenta e temos o Cerrado, onde predominam o pequizeiro e a janaguba. Se afastando mais, você tem o Carrasco, um ecossistema muito específico da nossa região, só existe no Araripe e na Ibiapaba. Ao passar para o outro lado, temos a Caatinga. Mata Úmida, Mata Seca, Cerradão, Cerrado, Carrasco e Caatinga. É um complexo. A Chapada do Araripe é uma ´Ilha de Mata num mar de Caatinga", filosofa Brito.
O Soldadinho do Araripe, como afirma o biólogo da Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis) e um dos descobridores da espécie, Weber Girão, é um símbolo para conservação das águas e matas da Chapada do Araripe, que são justamente os fatores que fazem do Cariri um oásis.
Essa "ilha verde" - resquício de Mata Atlântica entre a mata branca da Caatinga - está inserida na Área de Proteção Ambiental (APA) Chapada do Araripe. O gerente da APA, Paulo Fernando Maier Sousa, afirma que a APA Chapada do Araripe, ainda tem dificuldades com limites em seu 1 milhão e 63 hectares. "É descrita como uma curva de nível: começa em Pernambuco, aos 640 metros de altitude; aqui no Ceará chega aos 500 metros; e, no Piauí, a 480 metros. Estamos reconstruindo os limites, apesar das dificuldades de encontrar alguns documentos e estamos fazendo isso junto ao conselho com representantes dos três Estados". Ele lamenta que, por isso, o Plano de Manejo da APA esteja atrasado oito anos.
Maier destaca que a APA tem um problema considerado grave que são as queimadas. Em 2009, por exemplo, foi segunda unidade de conservação no País em número de focos de calor, que é diferente de área queimada. "Como é uma região muito ocupada, de uso sustentável, não é estranho porque isso é uma prática tradicional. As vezes o fogo perde o controle. A gente tem um monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), satélites com sensores térmicos que registram diariamente o número de focos de calor. Segundo Meier, ano passado foram mais de 2.000 focos de calor nos municípios que compõem a APA, mas 838 dentro da APA. "Neste ano, estamos tentando conseguir um conjunto de equipamentos que possam ser colocados à disposição de trabalhadores, nos diferentes municípios, para o combate aos incêndios florestais".
Floresta NacionalDentro da APA, temos a primeira Floresta Nacional (Flona) do Brasil, a Floresta Nacional do Araripe. Segundo William Brito, chefe da Flona e funcionário do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Unidade de Conservação (UC) tem, com a área incorporada da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), 40 mil ha. Brito explica que a Flona foi criada em 1946, mas só foi demarcada em 1973, 27 anos depois.
Passear durante a manhã por esse ambiente verde e enevoado é uma experiência única. Brito revela que a umidade que vem das chuvas, vai para as fontes, e faz com que a vegetação seja subperenifolia, ou seja, mesmo na época mais seca, ela não perde as folhas totalmente, como acontece na Caatinga. "Boa parte das plantas que vivem na encosta estão adaptadas para aproveitar o orvalho, a umidade que está nessa névoa. Isso é o espelho dos brejos úmidos do Nordeste. A neblina se dissipa por volta das 10 horas, mas as plantas já absorveram a umidade", resume alegremente.
Conforme o chefe da Flona, os brejos de altitude têm como principal característica a diversidade: "nós temos, na encosta da Chapada, a mata úmida. Quando começamos a subir a Chapada e nos afastamos dessa mata úmida, essa umidade vai diminuindo e a mata se transforma em cerradão, aquilo que, no bioma cerrado, aparece nos cursos d´água. Ao se afastar um pouco mais, a secura aumenta e temos o Cerrado, onde predominam o pequizeiro e a janaguba. Se afastando mais, você tem o Carrasco, um ecossistema muito específico da nossa região, só existe no Araripe e na Ibiapaba. Ao passar para o outro lado, temos a Caatinga. Mata Úmida, Mata Seca, Cerradão, Cerrado, Carrasco e Caatinga. É um complexo. A Chapada do Araripe é uma ´Ilha de Mata num mar de Caatinga", filosofa Brito.
Recursos hídricos
De acordo com ele, mais de 70 pesquisas estão em andamento na Flona do
Araripe. O extrativismo beneficia 1.500 famílias, que, nesta época,
coletam Pequi. "A Floresta cumpre seu papel social e ecológico. Podemos
dizer, hoje, que o maior fornecedor de água para a Região Metropolitana
do Cariri é a Flona do Araripe. É uma área de 40 mil ha, cada hectare
são 10 mil m2. Se imaginar que em cada metro quadrado cai mil litros de
água por ano e 90% disso, no mínimo, infiltra, quem bebe água em
Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha, Missão Velha tem que agradecer todos
os dias a existência da Flona", afirma.
Mas a água não é só solução na Chapada do Araripe. O biólogo Weber Girão alerta que o Soldadinho é considerado ameaçado de extinção pela degradação florestal, desmatamento e mau uso dos recursos hídricos. "A legislação brasileira diz que você não deve fazer encanamento total de nascente. Você deve respeitar os 50 metros e muitas nascentes aqui são encanadas 100%. O cara faz uma caixa de alvenaria em torno da nascente e sai um cano. Se o passarinho quiser beber água só se ele for um pica-pau para furar o cano para pegar água. O que acontece com isso? A vegetação da nascente seca, a vazão da água diminui", alerta.
Na Nascente do Batateira, um dos habitats do Soldadinho, existem 59 outorgas para uso da água. São canos que retiram a água do local e levam para uso em lavoura, consumo e lazer. Segundo Claire Anne Viana, geóloga e analista em gestão de recursos hídricos e águas subterrâneas da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh), hoje, no Crato, se usa 380 litros de água por habitante por dia, quase quatro vezes o que recomenda a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). "São 29 poços funcionando 20 horas por dia", alerta.
O nível, apesar de não ser o ideal, ainda não é o problema principal. "O problema não é quantidade, mas qualidade (da água). Nós temos observado que está crescendo a alteração no nível de nitrato. No começo do nosso projeto (60 poços analisados), em 2009, tínhamos cinco poços que apresentavam alteração de nitrato. Cinco anos depois, passamos ter 12 poços com alteração, o que não significa dizer que não se pode usar. Mas isso está crescendo", enfatizou.
Mas a água não é só solução na Chapada do Araripe. O biólogo Weber Girão alerta que o Soldadinho é considerado ameaçado de extinção pela degradação florestal, desmatamento e mau uso dos recursos hídricos. "A legislação brasileira diz que você não deve fazer encanamento total de nascente. Você deve respeitar os 50 metros e muitas nascentes aqui são encanadas 100%. O cara faz uma caixa de alvenaria em torno da nascente e sai um cano. Se o passarinho quiser beber água só se ele for um pica-pau para furar o cano para pegar água. O que acontece com isso? A vegetação da nascente seca, a vazão da água diminui", alerta.
Na Nascente do Batateira, um dos habitats do Soldadinho, existem 59 outorgas para uso da água. São canos que retiram a água do local e levam para uso em lavoura, consumo e lazer. Segundo Claire Anne Viana, geóloga e analista em gestão de recursos hídricos e águas subterrâneas da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos do Ceará (Cogerh), hoje, no Crato, se usa 380 litros de água por habitante por dia, quase quatro vezes o que recomenda a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). "São 29 poços funcionando 20 horas por dia", alerta.
O nível, apesar de não ser o ideal, ainda não é o problema principal. "O problema não é quantidade, mas qualidade (da água). Nós temos observado que está crescendo a alteração no nível de nitrato. No começo do nosso projeto (60 poços analisados), em 2009, tínhamos cinco poços que apresentavam alteração de nitrato. Cinco anos depois, passamos ter 12 poços com alteração, o que não significa dizer que não se pode usar. Mas isso está crescendo", enfatizou.
FIQUE POR DENTRONascentes sofrem com encanamento desordenadoAmbientalistas
denunciam o problema dos encanamentos nas nascentes da Chapada do
Araripe. A nascente da Batateira é uma delas. Atualmente existem 59
autorizações (outorgas) para uso da água. Segundo a Companhia de Gestão
dos Recursos Hídricos (Cogerh), a maior outorga é da Sociedade Anônima
da Água e Esgoto do Crato (SAAEC), que utiliza a água para abastecimento
humano. Os técnicos da Cogerh explicam que não é qualquer um que pode
fazer uma ligação da fonte para sua casa ou propriedade. É necessário
preencher uma ficha. Para cada uso, existe uma especialidade. A primeira
é a de abastecimento humano; a segunda é para uso para animais; a
terceira, indústria; a quarta, irrigação; e a última é lazer. Conforme a
Cogerh, 65 famílias e mais 20 mil pessoas do bairro Seminário usam a
água, que possui uma comissão gestora.
Fonte: Diário do Nordeste
Fonte: Diário do Nordeste



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