O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, revelou que a família dele tem recebido ameaças e que está preocupado com isso, a ponto de ter pedido providências à presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, e à Polícia Federal.
“Nos dias atuais uma das preocupações que tenho não é só com julgamentos, mas também com segurança de membros de minha família. Tenho tratado desse tema e de ameaças que têm sido dirigidas a membros da minha família”, disse, em entrevista ao jornalista Roberto D’Avila na GloboNews.
O ministro não especificou de quem ou de onde vêm as ameaças, nem as relacionou a nenhum fato concreto.
Diante da declaração, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, disse que a PF tem equipes à disposição do STF para investigar as ameaças que classificou como “inaceitáveis”.
Em nota, a presidente do Supremo afirmou que já autorizou o aumento do número de seguranças para escolta permanente do ministro, o que foi confirmado por Fachin na entrevista.
“Algumas providências que solicitei à presidente e à PF por intermédio da delegada que trabalha aqui no tribunal já estão sendo adotadas”, disse. “Nem todos os instrumentos foram agilizados, mas eu efetivamente ando preocupado com isso – e esperando que não troquemos fechadura de uma porta já arrombada também nesse tema”, continuou o ministro.
Ao comentar como se sentia diante das ameaças, Fachin afirmou: “Fico preocupado, sim, com aqueles que, membros da minha família, não fizeram essa opção [de atuar no Supremo] e poderão eventualmente sofrer algum tipo de consequência. Mas espero que nada disso se passe”.
Fachin também é relator do pedido de habeas corpus preventivo apresentado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que começou a ser analisado pelo plenário na última quinta-feira.
Na ocasião, Fachin foi contrário à análise do habeas corpus pelo Supremo. Depois, o ministro votou contra a suspensão da sessão do STF – que adiou o julgamento para o dia 4 de abril. Por fim, Fachin foi contrário à decisão da Corte de conceder uma liminar (decisão provisória) para impedir que Lula seja preso até a decisão final sobre o habeas corpus. Ele ainda é relator de outras ações no STF.
O ministro assumiu a relatoria dos processos da Lava Jato depois que o ministro Teori Zavascki morreu após a queda de um avião em Paraty.
Fonte: Yahoo Notícias
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