Trabalho do Corpo de Bombeiros já dura mais de 20 horas.
Tanque com 3 milhões de litros de óleo diesel se rompeu e dificulta trabalho.
O incêndio de grandes proporções que atinge a área industrial de Santos,
no litoral de São Paulo, desde a manhã desta quinta-feira (2), já dura
mais de 20 horas e não tem previsão para acabar. Os trabalhos do Corpo
de Bombeiros continuaram por toda a madrugada e seguem na manhã desta
sexta-feira (3). De acordo com a corporação, um dos tanques que explodiu
estava carregado com 3 milhões de litros de óleo diesel, o que
dificulta o serviço e pode fazer com que as chamas durem ainda alguns
dias.
Segundo os bombeiros, ninguém morreu no incêndio. Pelo menos 15 pessoas
que trabalhavam no local precisaram de atendimento médico. Todas já
foram liberadas. Devido a uma fagulha, o bombeiro Claudio Rodrigues
Gonçalves, de 39 anos, foi encaminhado para o Pronto Socorro da Santa
Casa com lesão ocular, para avaliação oftalmológica. A situação do
paciente é estável.
Em entrevista ao G1 na
noite desta quinta, o capitão Marcos Palumbo, porta-voz dos bombeiros,
disse que a corporação não consegue controlar as chamas.
"É difícil. A situação, em geral, está controlada. As chamas, porém, são
outra história. Não há previsão para encerrar os trabalhos. Um dos
tanques que explodiu estava repleto de óleo diesel. O que podemos
confirmar agora, com certeza, é que ninguém se feriu gravemente durante a
explosão".
A internauta Josilayne Carvalho registrou uma das explosões no local (veja o vídeo abaixo).
Por volta das 18h10, uma nova explosão causou correria entre
profissionais da imprensa e bombeiros, que precisaram se reposicionar.
Resfriamento de tanques
O foco dos bombeiros, a partir de agora, é o resfriamento dos tanques que ainda não foram atingidos, afirmou o capitão Palumbo. "Houve evacuação. Durante a tarde, um tanque acabou entrando em colapso e o combustível vazou. Tivemos que mudar de estratégia por causa desse incidente. Nosso trabalho principal é resfriar os tanques para evitar novos problemas", completou.
O foco dos bombeiros, a partir de agora, é o resfriamento dos tanques que ainda não foram atingidos, afirmou o capitão Palumbo. "Houve evacuação. Durante a tarde, um tanque acabou entrando em colapso e o combustível vazou. Tivemos que mudar de estratégia por causa desse incidente. Nosso trabalho principal é resfriar os tanques para evitar novos problemas", completou.
Segundo os bombeiros, a temperatura média no foco principal do incêndio
gira em torno dos 800ºC, o que causou o derretimento de quatro tanques.
Por causa do calor, os bombeiros ficam a uma distância de 100 metros do
local das chamas para fazer a contenção do fogo. A água não é
direcionada para as labaredas, já que o líquido evapora antes de atingir
o chão por causa do calor.
Fumaça
O incêndio, que atinge tanques de combustível em uma empresa particular no bairro Alemoa, começou por volta das 10h desta quinta. Durante todo o dia, uma enorme coluna de fumaça preta pôde ser vista por moradores de várias cidades da Baixada Santista.
O incêndio, que atinge tanques de combustível em uma empresa particular no bairro Alemoa, começou por volta das 10h desta quinta. Durante todo o dia, uma enorme coluna de fumaça preta pôde ser vista por moradores de várias cidades da Baixada Santista.
Por causa do incêndio, a entrada do Porto de Santos, pela Via Anchieta,
precisou ser fechada. Os motoristas também encontravam lentidão, por
volta das 19h50, na entrada da cidade.
De acordo com a Polícia Militar, os trabalhos realizados pelo Corpo de
Bombeiros na área afetada devem durar entre dois e quatro dias,
dependendo do progresso realizado pelos profissionais.
Após a primeira explosão, a Prefeitura de Santos informou que 15 pessoas
foram atendidas ainda no local, todos homens com superaquecimento do
corpo. Três pessoas foram levadas ao Pronto Socorro Central após terem
sofrido ainda com crise nervosa e inalação de fumaça.
Moradores contam que uma explosão começou o incêndio e outras foram
ouvidas na sequência. O local atingido pertence à empresa Ultracargo.
A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) informa que a área
atingida fica fora do Porto e que enviou a sua Brigada de Incêndio da
Guarda Portuária para ajudar no combate ao incêndio.
De acordo com a GloboNews, 80 bombeiros trabalham no local, com apoio de
22 viaturas, sendo que oito delas foram enviadas da capital paulista.
O Corpo de Bombeiros afirma que equipes do Serviço de Atendimento Móvel
de Urgência (Samu), da Defesa Civil, da Sabesp e da Polícia Militar
acompanham os trabalhos.
Três navios estavam atracados no Porto de Santos e dois foram retirados
do local para evitar problemas com possíveis explosões. Uma empresa, que
fica a 2 km do local do incêndio, emitiu alerta para os funcionários
deixarem a área devido ao risco de serem atingidos por destroços caso
haja uma grande explosão.
A Ultracargo informou que a equipe da brigada de incêndio evacuou a área
e acionou um plano de ajuda mútua assim que a primeira explosão foi
registrada.
A empresa afirma que o incêndio está contido, o que não foi confirmado
pelos bombeiros. As causas do acidente serão investigadas assim que a
situação for normalizada.
Testemunha
Um dos funcionários da Ultracargo ouvidos peloG1 afirma que não há pessoas feridas. Ele conta que estava trabalhando no momento da primeira explosão.
Um dos funcionários da Ultracargo ouvidos peloG1 afirma que não há pessoas feridas. Ele conta que estava trabalhando no momento da primeira explosão.
"Eu estava em um dos tanques, no lote 1, quando escutei uma grande
explosão. O fogo se alastrou muito rápido e só pensei em sair daqui",
diz Anderson Santos da Silva.
Ele trabalha próximo de onde o fogo começou e diz que todos os
funcionários saíram do local às pressas. "Todos os funcionários foram
liberados na hora, ficando apenas os homens do Corpo de Bombeiros
próximo aos tanques", afirmou.
A empresa
O local onde ocorre o incêndio abriga 175 tanques de capacidade de até 10 mil m³, cada um, em uma área de 183.871 m². A Ultracargo armazena produtos como combustíveis, óleos, vegetais, etanol, corrosivos e químicos.
O local onde ocorre o incêndio abriga 175 tanques de capacidade de até 10 mil m³, cada um, em uma área de 183.871 m². A Ultracargo armazena produtos como combustíveis, óleos, vegetais, etanol, corrosivos e químicos.
Em entrevista à GloboNews, o especialista em gerenciamento de riscos
Gustavo Cunha Mello disse que os tanques que armazenam esses materiais
explosivos são construídos com reforço nas laterais, por isso os
recipientes não se desfazem quando ocorre a explosão e evitam que
líquidos inflamáveis se espalhem.
Estradas
Devido ao incêndio, a Ecovias, concessionária que opera o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), bloqueou o acesso ao Viaduto do Alemoa, no Km 64 da Anchieta. Os veículos pesados, que não são autorizados a circular no trecho urbano, deverão aguardar até a liberação da via.
Devido ao incêndio, a Ecovias, concessionária que opera o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), bloqueou o acesso ao Viaduto do Alemoa, no Km 64 da Anchieta. Os veículos pesados, que não são autorizados a circular no trecho urbano, deverão aguardar até a liberação da via.
Embora possam fazer o acesso pela Anchieta, os veículos de passeio
também estão sendo orientados a chegar a Santos pela Rodovia dos
Imigrantes.
O SAI está em Operação Descida (7x3). Para a descida, os motoristas
utilizam as duas pistas da Anchieta e a Sul da Imigrantes. Já a subida é
realizada pela pista Norte da Imigrantes.
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