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terça-feira, 25 de março de 2014

Campos Sales-CE: Corpo crivado de balas e usando capacete é encontrado na zona rural


Demontier Tenório////(Foto: Agência Miséria)
O corpo foi encontrado por populares em uma estrada carroçável (Foto: Agência Miséria)
O corpo de um homem de 52 anos foi encontrado por populares no final da tarde desta segunda-feira em uma estrada carroçável na zona rural de Campos Sales. Antonio Lisboa da Silva, residia no município de Salitre e, provavelmente, retornava do Sítio Várzea Grande em Campos Sales. Foi na estrada de acesso a essa localidade que o mesmo terminou visto crivado de balas e com um capacete na cabeça.

O fato foi comunicado à polícia e militares da Companhia de Campos Sales estiveram no local quando isolaram a área e acionaram o rabecão para trazer o corpo a fim de ser necropsiado no IML (Instituto Médico Legal) de Juazeiro do Norte. Os PMs ainda não sabem dizer se a vítima pilotava uma moto e foi vítima de latrocínio ou vinha na garupa e se desentendeu com alguém. O caso está envolto em mistério e o desvendamento pode se dar a partir de depoimentos de familiares.

O último homicídio registrado em Campos Sales foi no dia 11 de fevereiro quando tombou morto o ex-presidiário Luciomar José de Oliveira, de 36 anos, o Tetê, que residia no Distrito de Quixariu, Ele estava na residência do seu pai, no bairro Saquinho, e foi atraído até à porta por um desconhecido que sacou uma arma e efetuou quatro disparos. A vítima tinha cumprido pena por tráfico de drogas e era suspeito de envolvimento com roubos e uma tentativa de homicídio tendo deixado a Cadeia Pública de Campos Sales há seis meses.

População carcerária do Brasil aumentou mais de 400% em 20 anos









(Foto: Liniker Xavier/Divulgação)
As cenas de prisões superlotadas, cercadas de violência e maus tratos, que foram vistas recentemente no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, refletem os problemas de todo o sistema carcerário brasileiro. Dados do Ministério da Justiça (MJ) mostram o ritmo crescente da população carcerária no Brasil. Entre janeiro de 1992 e junho de 2013, enquanto a população cresceu 36%, o número de pessoas presas aumentou 403,5%.

De acordo com o Centro Internacional de Estudos Penitenciários, ligado à Universidade de Essex, no Reino Unido, a média mundial de encarceramento é de 144 presos para cada 100 mil habitantes. No Brasil, o número de presos sobe para 300.

Ao Repórter Brasil, o diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), do MJ, Augusto Eduardo Rossini, explicou que o aumento de esforços de segurança pública é um dos fatores determinantes para a grande quantidade de presos no Brasil. “Houve um esforço grande no sentido do aparelhamento das polícias, para elas terem mais eficácia, não só eficiência”.

Atualmente, são aproximadamente 574 mil pessoas presas no Brasil. É a quarta maior população carcerária do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos (2,2 milhões), da China (1,6 milhão) e Rússia (740 mil).

“Estamos inseridos em uma sociedade que, lamentavelmente, tem aquela sensação de que a segurança pública depende do encarceramento. Se nós encarcerarmos mais pessoas, nós vamos conseguir a paz no País. Se isso fosse verdade, já teríamos conquistado a paz há muito tempo”, criticou Douglas Martins, do Conselho Nacional de Justiça.

Dentro dos presídios, a reportagem constatou condições precárias, como falta de espaço e de higiene, o que leva a uma série de doenças, além de poucos profissionais de saúde para tratá-los.

A violência é, sobretudo, um dos grandes desafios dos gestores do setor. “O preso sofre violência sexual, não recebe a alimentação adequada, morre no sistema prisional. E como é que ele se sente mais seguro? É se associando a uma facção do crime organizado. E isso transformou as facções, hoje, em verdadeiros monstros no país”, explicou Martins.

Na outra ponta do problema estão aqueles que mantêm os presídios funcionando, e que também têm queixas a fazer. “Fica uma categoria sem valorização, sem prestígio, sem uma atribuição definida. Cada estado pode inserir ou retirar atribuição, passar a atribuição para uma outra categoria que não deveria fazer. Então, nós precisamos de uma organização maior, em nível federal, do sistema prisional do país”, analisou o presidente do Sindicato dos Agentes de Atividades Penitenciárias do Distrito Federal, Leandro Allan.

Fonte: Agência Brasil

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