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Dois acusados de matar três policiais militares, além de ferir e sequestrar outros PMs, em Quixadá, no Sertão Central do Ceará, foram absolvidos pelo júri popular, na última quinta-feira (12). A dupla integraria uma organização criminosa especializada em roubos a carros-fortes, que entrou em confronto com equipes da Polícia Militar do Ceará (PMCE), há mais de 8 anos, segundo as investigações policiais.
O júri popular (formado por sete pessoas) respondeu "não" para a autoria de 21 crimes que foram atribuídos ao réu David William Lázaro e "não" para a autoria de 20 crimes pelos quais João Victor da Silva foi acusado, em julgamento realizado na 1ª Vara do Júri de Fortaleza. A sessão de julgamento foi desaforada de Quixadá para a Capital, por decisão da Justiça, "para assegurar a ordem pública e o julgamento imparcial pelos jurados".
Um crime de sequestro atribuído a João Victor teve a punibilidade prescrita, já que o réu era menor de 21 anos na época do crime, o que diminui o prazo prescricional pela metade (de 8 para 4 anos). Como o crime aconteceu há mais de 8 anos, o crime já prescreveu. Os réus foram absolvidos e os alvarás de soltura, expedidos pela Justiça.
21 crimes foram atribuídos aos dois réus: 3 homicídios duplamente qualificados (para assegurar a vantagem de outro crime e contra autoridade); 5 tentativas de homicídio; 2 sequestros; 7 roubos majorados; 3 adulterações de sinal identificador de veículo automotor; e organização criminosa.
Ao total, 11 réus foram denunciados pelo Ministério Público do Ceará (MPCE) por participação nos crimes. Um deles, José Massiano Ribeiro, foi condenado à pena de 123 anos e 4 meses de reclusão, em julgamento realizado no dia 17 de dezembro de 2021. Os outros acusados aguardam julgamento.
Como aconteceu a série de crimes
A série de crimes atribuída ao bando se iniciou na tarde de 30 de junho de 2016. Uma patrulha da Polícia Militar, com dois policiais, foi acionada para verificar um veículo que estaria sendo utilizado por criminosos, na estrada. Quando a viatura policial se aproximou do automóvel, houve a primeira troca de tiros. Os PMs pediram apoio.
Outra equipe policial, formada por quatro militares, também foi acionada para a ocorrência. No Distrito de Juatama, em Quixadá, os PMs se depararam com um veículo Toyota Hilux de cor prata, com registro de roubo, ocupada por aproximadamente seis homens.
Houve novo confronto. Armados com fuzis, os criminosos mataram no local o sargento Francisco Guanabara Filho e o soldado Antônio Lopes Miranda Filho. O cabo Antônio Joel de Oliveira Pinto ficou ferido e foi levado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
Outro policial também foi baleado, enquanto dois PMs foram levados pelos criminosos na fuga, em uma viatura da Polícia Militar do Ceará. Os dois agentes acabaram liberados pela quadrilha, em uma estrada entre Quixadá e Ibaretama.
O confronto sangrento causou clamor na população cearense e teve repercussão nacional. A investigação policial apontou que o grupo criminoso fortemente armado se preparava para atacar carros-fortes utilizados por instituições bancárias para transportar dinheiro.
Com informações do Diário do Nordeste.
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