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domingo, 15 de dezembro de 2024

‘Ameba comedora de cérebro’ que matou criança no Ceará pode ser encontrada em açudes

Foto Divulgação 
Naegleria fowleri. Falando pelo nome original, você talvez não saiba identificar, mas essa é a chamada ‘ameba comedora de cérebro’, um microorganismo altamente letal e que foi encontrado em um açude do Ceará, matando em seguida uma criança de pouco mais de um ano. 

O grande perigo que a ameba carrega está justamente num fato pouco considerado e bastante comum na realidade do cearense: a Naegleria fowleri é uma ameba termofílica, ou seja, que se adapta a ambientes quentes. Ela pode ser encontrada em lagoas, rios, riachos com água doce e morna ou quente, o que cria um ambiente favorável à sua procriação. Piscinas que não recebem tratamento adequado com cloro também são propensas.

Foi o que aconteceu com a criança de 1 ano e 3 meses, que morava em um assentamento rural, em Caucaia. Uma investigação da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) encontrou a ameba no açude que abastecia as famílias do assentamento. A criança adquiriu a ameba no banho doméstico, na própria casa. A conclusão da Sesa é que a água não recebia o tratamento adequado.

A infecção ocorre quando a água contaminada entra pelo nariz. Ao alcançar o cérebro, a ameba penetra no tecido cerebral, causando meningoencefalite amebiana primária (MAP). Os sintomas começam cerca de cinco dias depois com dor de cabeça, febre, náusea e vômito, e nos casos mais avançados, evoluem para lesões no pescoço, confusão, desatenção, convulsões, alucinações e coma. Após o início dos sinais, a progressão da doença é rápida e a chance de morte é de 97%.

Banhos em açudes fazem parte da rotina do povo cearense. As atas temperaturas comuns na região, podem tornar a água morna e favorecer a proliferação da ameba, por isso a população precisa estar atenta.

Em todo o mundo, desde 1960, somente cerca de 200 casos de infecção por Naegleria fowleri foram confirmados, o que mostra que a doença é rara. O caso em Caucaia é o primeiro confirmado por exames no Brasil, mas há relato de um outro paciente que também teria morrido de meningoencefalite amebiana em São Paulo, em 1975.

Com informações do Site Revista Central.

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