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domingo, 15 de dezembro de 2024

Braga Netto é o primeiro General 4 estrelas preso, na história do Brasil!


A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã deste sábado (14) o general Walter Souza Braga Netto, investigado em inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado. A prisão ocorreu em Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ).

Além disso, buscas foram realizadas na residência do general. Após a detenção, Braga Netto foi levado ao Comando Militar do Leste, onde ficará sob custódia do Exército.

Braga Netto, general da reserva, foi ministro da Casa Civil e da Defesa durante o Governo Bolsonaro e integrou a chapa como candidato a vice-presidente de Bolsonaro na eleição de 2022. Em novembro, a Polícia Federal indiciou o general, o ex-presidente e outros integrantes do governo por tentativa de golpe de Estado e outros crimes.

No pedido de prisão preventiva apresentado neste sábado, a PF argumentou que a liberdade de Braga Netto representava risco à ordem pública, devido à possibilidade de ele voltar a cometer ações ilícitas. Segundo as investigações, Braga Netto teria desempenhado um papel central, sendo descrito por investigadores como “a cabeça, o mentor do golpe, mas sob o comando de Bolsonaro”.

A Polícia Federal aponta que Braga Netto coordenou ações ilícitas executadas por militares das Forças Especiais, conhecidos como “kids pretos”, e teria entregue dinheiro em uma sacola de vinho para financiar operações.

De acordo com a PF, Braga Netto também teria tentado obter informações sigilosas da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, além de buscar alinhar versões entre investigados e controlar informações fornecidas.

Outra acusação da PF é de que Braga Netto teria tido participação efetiva na coordenação de ações clandestinas que visavam prender e executar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

Segundo apuração da Polícia Federal, Braga Netto financiou diretamente ações ilícitas, inclusive com a entrega de dinheiro em uma sacola de vinho para “golpistas”. Desde o início das investigações, os investigadores debatiam se havia elementos suficientes para prender o general.

Embora sua centralidade na trama de tentativa de golpe fosse evidente, a PF optou por aguardar mais evidências para evitar erros em uma investigação de grande repercussão.

A PF concluiu que Braga Netto foi o arquiteto do golpe de Estado, sendo a principal autoridade por trás do planejamento e conferindo respaldo e credibilidade entre oficiais e comandantes. Apesar de Bolsonaro ser apontado como o principal beneficiário da tentativa de golpe, Braga Netto era considerado a “mente operacional” responsável por coordenar as ações com as Forças Armadas.

Com a evolução das investigações e informações obtidas na delação premiada de Mauro Cid, a Polícia Federal decidiu que havia elementos suficientes para prender Braga Netto. A prisão, contudo, foi adiada para evitar que coincidisse com o dia 13 de dezembro, data do AI-5, evitando possíveis interpretações de provocação aos militares.

A operação da PF também foi ajustada para ocorrer após o retorno do general de uma viagem com a família, visando minimizar constrangimentos e realizar buscas em sua residência durante o dia.

Na casa de Braga Netto, segundo a PF, ocorreu uma reunião em 12 de novembro de 2022 para apresentar o planejamento de ações clandestinas destinadas a impedir a posse do governo eleito e restringir o exercício do Judiciário. Após a aprovação do plano, iniciaram-se as ações, que incluíram financiamento e organização de manifestações em apoio a um golpe militar que mantivesse Jair Bolsonaro no poder. Também foi destacada a mobilização de militares das Forças Especiais para atuar nos protestos.

A PF afirma ainda que Braga Netto e o general Augusto Heleno seriam integrantes de um “gabinete de crise” pós-golpe, sendo Braga Netto o coordenador geral. Há também indicações de que o grupo ligado ao general tentou acessar irregularmente informações da delação de Mauro Cid.

Fonte: Gazeta Brasil

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