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quarta-feira, 8 de março de 2023

Mãe de bebê que morreu após ingerir colírio disse que filho estava bem antes de tomar o remédio: ‘Ele era meu sonho’

 


A mãe do Ravi Lorenzo, que morreu com 2 meses de vida após beber um remédio errado, disse que o filho estava bem antes de tomar o medicamento, e até sorria para os pais. O mal estar começou logo depois de tomar colírio para glaucoma, em vez de bromoprida, que é indicado para tratar enjoo. O bebê morreu no domingo (5), em Formosa, no Entorno do Distrito Federal.

"Ele era o meu sonho, tudo que eu pedi para Deus, e levar meu filho assim, tão prematuro, um bebê. É muito difícil. Um pouco antes, meu filho estava bem, sorrindo, foi só aplicar esse remédio que ele ficou ruim e eu perdi ele", desabafou a mãe, Emanuely Fonseca.

A Drogaria Ultra Popular informou na segunda-feira (6) que vai contribuir com as investigações, a qual trará os devidos esclarecimentos sobre os fatos em questão.

A Polícia Civil investiga se o atendente da farmácia vendeu o medicamento errado e se houve supervisão de um farmacêutico na venda. O delegado Paulo Henrique Ferreira disse que se o erro for identificado, a pessoa pode responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar.

O delegado aguarda também o laudo completo do exame cadavérico, que vai dizer a causa da morte e se há ligação com a ingestão do colírio.

Medicamento errado

O colírio "tartarato de brimonidina", que foi vendido para a família do bebê, é contraindicado para menores de 2 anos, segundo a bula do remédio.

A bula diz ainda que o medicamento pode causar efeitos colaterais como dificuldade na respiração, diminuição no batimento cardíaco e coma.

“O avô paterno foi a farmácia comprar o remédio, chegou lá com a receita, entregou a receita para ele [atendente] e foi a hora que ocorreu o erro do homem da farmácia. Era um remédio para enjoo e ele acabou dando um colírio”, contou Emanuely Fonseca.

À TV Anhanguera, o Conselho Regional de Farmácia de Goiás (CRF-GO) disse que não havia erro na receita e a letra do médico estava legível. Luciane Cali, vice-presidente do conselho, disse que um fiscal do conselho vai até à farmácia para apurar se tinha algum farmacêutico no local no momento da venda do remédio.

“Lá está claramente escrito que é uso oral, como você dispensa um colírio para uso oral? É um erro muito grotesco”, disse Luciane.

Além da consideração sobre a receita, Luciane disse que a forma em que os medicamentos estavam expostos chamou atenção.

“Quando você coloca grupos de medicamentos, selecionados de acordo com o mecanismo de ação ou com a patologia que eles servem, acaba gerando uma certa confusão. O importante é que quem está dentro da farmácia conheça sobre o medicamento”, explicou.

Efeitos colaterais após uso do colírio em menores de 2 anos:

* apneia (dificuldade na respiração);
* bradicardia (diminuição no batimento cardíaco);
* coma, hipotensão (pressão baixa);
* hipotermia (temperatura corporal baixa);
* hipotonia (redução da força muscular);
* letargia (perda da sensibilidade e do movimento);
* palidez;
* depressão respiratória;
* sonolência.

Nota da farmácia Ultra Popular

A Drogaria Ultra Popular, sediada na cidade de Formosa- GO, através de sua defesa constituída, vem por meio desta informar que, sobre o infeliz fato ocorrido no ultimo dia 04/03/2023, este está sobre devida apuração das autoridades competentes, e, com comprometimento, respeito, lisura e transparência.

A Drogaria Ultra Popular informa que estará, sempre que solicitada, contribuindo para com as investigações, a qual trará os devidos esclarecimentos sobre os fatos em questão. Dessa forma, a Drogaria Ultra Popular, refuta qualquer juízo de valor antecipado e se solidariza com a perda e familiares.

Fonte: g1

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