O jovem de 18 anos que usou uma coleira de cachorro para matar a namorada de 17, em Sidrolândia, a 70 km de Campo Grande, disse em depoimento nesta segunda-feira (1º) que agiu em "legítima defesa", porque a namorada o teria agredido com um cabo de vassoura.
Ao G1, a delegada que investiga o caso, Thais Duarte Miranda, afirmou que o suspeito demonstrou frieza quando questionado sobre o motivo de assassinar a jovem:
"Ele disse 'Não aceito apanhar de mulher', alegando que ela o teria agredido com um cabo de vassoura e usado uma faca para ameaçá-lo."
Segundo a polícia, primeiro, Paulo Eduardo dos Santos tentou esganar a vítima com as mãos, e depois, usou um fio de cabo de celular, que arrebentou. Em seguida, pegou a coleira do cachorro do casal e sufocou Jheniffer Cáceres de Oliveira até a morte. Eles tinham um relacionamento há 1 ano e 4 meses.
Segundo Thais, pelas circunstâncias em que a jovem foi morta, a agressividade do ataque do suspeito não caracteriza defesa:
“Ele tentou esganá-la primeiro, depois usou o fio do celular para sufocá-la e por fim, pegou um terceiro objeto para finalizar o que intencionava".
Ainda de acordo com a delegada, Paulo informou que a discussão foi motivada por ciúme. A jovem teria deixado o namorado em um bar e ido para outro estabelecimento, onde ele a encontrou conversando com um homem.
“A gente consegue ver enquanto ele narra a história, a raiva do fato dela estar conversando com esse homem. Para ele, é como se Jheniffer estivesse 'dando moral' para esse outro rapaz e isso parece ter sido o grande problema para ele”, explica.
O suspeito teria narrado os fatos sem demonstrar arrependimento e nenhum tipo de emoção, segundo a delegada. Ele contou a história com riqueza de detalhes e informou que enrolou o corpo da jovem em um cobertor e a deixou no chão.
De acordo a com delegada, na última segunda-feira (1º) , Paulo foi para aulas de auto-escola, momento em que vizinhos sentiram mau cheiro e acionaram a polícia.
Segundo Thais, vizinhos informaram que suspeitavam que a vítima já sofria agressões, pois ela sempre usava casacos para esconder supostas lesões. O Corpo de Jheniffer foi encaminhado para o Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) de Campo Grande e deve ser sepultado na cidade de Dois Irmãos do Buriti (MS).
Paulo Eduardo deve passar na tarde desta terça-feira (2) por uma audiência de custódia. Ele irá responder pelos crimes de feminicídio e ocultação de cadáver.
O caso
O corpo de Jheniffer Cáceres de Oliveira foi encontrado na manhã dessa segunda (1º), após vizinhos sentirem mau cheiro vindo da residência do casal. Ela foi encontrada dentro do quarto da casa.
Segundo o delegado Diego Dantas, o suspeito dormiu ao lado do corpo desde a madrugada do último sábado (30). Ele foi localizado e preso próximo a residência de onde aconteceu o crime.
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