Bocão News
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a aliados que a prisão
dos presidentes da Odebrecht e da Andrade Guiterrez é uma demonstração
de que ele será o próximo alvo da operação Lava Jato. Lula também
reclamou nesta sexta-feira (19) do que chamou de inércia da presidente
Dilma Rousseff para contenção dos danos causados pela investigação.
Ainda segundo seus interlocutores, Lula se queixa da atuação do
ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que teria convencido
Dilma a minimizar o impacto político da operação.
Nas conversas, ele se mostra preocupado pelo fato de não ter foro
privilegiado, podendo ser chamado a depor a qualquer momento. Por isso,
expressa insatisfação que o caso ainda esteja sob condução do juiz
Sérgio Moro.
Para petistas, os desdobramentos podem afetar o caixa do partido e por
em xeque a prestação de contas da campanha da presidente. A detenção de
Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo colocou a cúpula do PT em "estado de
alerta" e preocupa o Palácio do Planalto pelos efeitos negativos na
economia.
Para assessores do ministro Joaquim Levy (Fazenda), o "ritmo da economia, que já está fraco, ficará mais lento".
No entanto, a estratégia adotada pelo partido e pelo governo foi a de
afirmar que, dada influência das duas empreiteiras, a investigação
atingirá as demais siglas, incluindo o PSDB.
Nessa linha, um ministro citou o nome da operação "Erga Omnes"
(expressão em latim que significa "para todos") para afirmar que não só o
PT será afetado.
Durante a campanha presidencial de 2014, segundo esses interlocutores do
governo, ambos executivos fizeram chegar reservadamente ao Planalto a
sua intenção de votar na oposição.
Nesta sexta, Lula manteve sua agenda: um almoço com o ministro da
Educação, Renato Janine, e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad,
além do secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita. Segundo
participantes, ele exibia bom humor.
Apesar do argumento de que outros partidos serão afetados, a tensão é
maior entre petistas. Desde o fim de 2014, a informação, que circulava
no meio empresarial e político, era de que Marcelo Odebrecht não "cairia
sozinho" caso fosse preso.
A empresa sempre negou ameaças. Entre executivos e políticos, contudo,
as supostas ameaças eram vistas como um recado ao PT dada a proximidade
entre a Odebrecht e Lula –a empresa patrocinou viagens do ex-presidente
ao exterior, para tentar fomentar negócios na África e América Latina.
Um dos presos é Alexandrino Alencar, diretor da Odebrecht que
acompanhava Lula nessas viagens patrocinadas pela empreiteira.
Integrantes dizem que "querem pegar Lula". Lula também se encontrou com
executivos da Odebrecht no exterior. Bocão News
‘Terão que construir mais 3 celas: para mim, Lula e Dilma’, diz Emílio Odebrecht
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No fervor das emoções ao ver o filho sendo preso, em mais uma das
investigações da Operação Lava Jato, o patriarca da família da família
Odebrecht, o empresário Emílio Odebrecht, teve acessos de raiva. Em um
deles bradou: “Se prenderem o Marcelo (Odebrecht, filho de Emilio e
atual presidente da empresa), terão de arrumar mais três celas”, costuma
repetir o patriarca, de acordo com esses relatos. “Uma para mim, outra
para o Lula e outra ainda para a Dilma.”
De acordo com a revista Isto É, o ódio do empresário que ergueu a maior
empreiteira da América Latina, não recai apenas pelos principais líderes
do PT, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, mas também aos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do
Senado, Renan Calheiros.
Emilio Odebrecht acredita, sem evidências, que o governo do PT está por
trás das investigações lideradas pelo procurador-geral da República,
Rodrigo Janot. A dúvida que paira no ar é se os comentários de Emilio
Odebrecht eram apenas desabafos ou eram uma ameaça real a Dilma e a
Lula. Os interlocutores não sabem dizer. Mas o patriarca tem
temperamento forte, volátil e não tolera ser contrariado.
Dia da prisão
Quando os policiais amanheceram em sua casa, Marcelo Odebrecht se
descontrolou. Por mais que a iminência da prisão dele fosse comentada
amiúde em Brasília, o empresário agia como se fosse intocável. Desde
maio do ano passado, quando ÉPOCA revelara as primeiras evidências da
Lava Jato contra a Odebrecht, o empresário dedicava-se a desancar o
trabalho dos procuradores. Conforme as provas se acumulavam, mais
virulentas eram as respostas do empresário e da Odebrecht. Antes de ser
levado pela PF, ele fez três ligações. Uma delas para um amigo que tem
interlocução com Dilma e Lula – e influência nos tribunais superiores em
Brasília. “É para resolver essa lambança”, disse Marcelo ao
interlocutor, determinando que o recado chegasse à cúpula de todos os
poderes. “Ou não haverá República na segunda-feira.” Bocão News
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