sábado, 20 de junho de 2015

Lula critica inércia do governo e diz que será o próximo alvo do juíz Moro


 Bocão News
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a aliados que a prisão dos presidentes da Odebrecht e da Andrade Guiterrez é uma demonstração de que ele será o próximo alvo da operação Lava Jato. Lula também reclamou nesta sexta-feira (19) do que chamou de inércia da presidente Dilma Rousseff para contenção dos danos causados pela investigação.
 
Ainda segundo seus interlocutores, Lula se queixa da atuação do ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que teria convencido Dilma a minimizar o impacto político da operação.
 
Nas conversas, ele se mostra preocupado pelo fato de não ter foro privilegiado, podendo ser chamado a depor a qualquer momento. Por isso, expressa insatisfação que o caso ainda esteja sob condução do juiz Sérgio Moro.
 
Para petistas, os desdobramentos podem afetar o caixa do partido e por em xeque a prestação de contas da campanha da presidente. A detenção de Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo colocou a cúpula do PT em "estado de alerta" e preocupa o Palácio do Planalto pelos efeitos negativos na economia.
 
Para assessores do ministro Joaquim Levy (Fazenda), o "ritmo da economia, que já está fraco, ficará mais lento".
 
No entanto, a estratégia adotada pelo partido e pelo governo foi a de afirmar que, dada influência das duas empreiteiras, a investigação atingirá as demais siglas, incluindo o PSDB.
 
Nessa linha, um ministro citou o nome da operação "Erga Omnes" (expressão em latim que significa "para todos") para afirmar que não só o PT será afetado.
 
Durante a campanha presidencial de 2014, segundo esses interlocutores do governo, ambos executivos fizeram chegar reservadamente ao Planalto a sua intenção de votar na oposição.
 
Nesta sexta, Lula manteve sua agenda: um almoço com o ministro da Educação, Renato Janine, e o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, além do secretário municipal de Educação, Gabriel Chalita. Segundo participantes, ele exibia bom humor.
 
Apesar do argumento de que outros partidos serão afetados, a tensão é maior entre petistas. Desde o fim de 2014, a informação, que circulava no meio empresarial e político, era de que Marcelo Odebrecht não "cairia sozinho" caso fosse preso.
 
A empresa sempre negou ameaças. Entre executivos e políticos, contudo, as supostas ameaças eram vistas como um recado ao PT dada a proximidade entre a Odebrecht e Lula –a empresa patrocinou viagens do ex-presidente ao exterior, para tentar fomentar negócios na África e América Latina.
 
Um dos presos é Alexandrino Alencar, diretor da Odebrecht que acompanhava Lula nessas viagens patrocinadas pela empreiteira. Integrantes dizem que "querem pegar Lula". Lula também se encontrou com executivos da Odebrecht no exterior. Bocão News

‘Terão que construir mais 3 celas: para mim, Lula e Dilma’, diz Emílio Odebrecht

Bocão News
No fervor das emoções ao ver o filho sendo preso, em mais uma das investigações da Operação Lava Jato, o patriarca da família da família Odebrecht, o empresário Emílio Odebrecht, teve acessos de raiva. Em um deles bradou: “Se prenderem o Marcelo (Odebrecht, filho de Emilio e atual presidente da empresa), terão de arrumar mais três celas”, costuma repetir o patriarca, de acordo com esses relatos. “Uma para mim, outra para o Lula e outra ainda para a Dilma.”
De acordo com a revista Isto É, o ódio do empresário que ergueu a maior empreiteira da América Latina, não recai apenas pelos principais líderes do PT, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas também aos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros.
Emilio Odebrecht acredita, sem evidências, que o governo do PT está por trás das investigações lideradas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. A dúvida que paira no ar é se os comentários de Emilio Odebrecht eram apenas desabafos ou eram uma ameaça real a Dilma e a Lula. Os interlocutores não sabem dizer. Mas o patriarca tem temperamento forte, volátil e não tolera ser contrariado.
Dia da prisão
Quando os policiais amanheceram em sua casa, Marcelo Odebrecht se descontrolou. Por mais que a iminência da prisão dele fosse comentada amiúde em Brasília, o empresário agia como se fosse intocável. Desde maio do ano passado, quando ÉPOCA revelara as primeiras evidências da Lava Jato contra a Odebrecht, o empresário dedicava-se a desancar o trabalho dos procuradores. Conforme as provas se acumulavam, mais virulentas eram as respostas do empresário e da Odebrecht. Antes de ser levado pela PF, ele fez três ligações. Uma delas para um amigo que tem interlocução com Dilma e Lula – e influência nos tribunais superiores em Brasília. “É para resolver essa lambança”, disse Marcelo ao interlocutor, determinando que o recado chegasse à cúpula de todos os poderes. “Ou não haverá República na segunda-feira.” Bocão News

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