Saturnino e Ronaltty foram detidos, foto: Helene Santos
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Se forem condenados os dois podem ser sentenciados a uma pena de 20 a 30 anos de reclusão.
Um dos
suspeitos do latrocínio (roubo seguido de morte) do pastor evangélico
Francisco Darckson Silva Lira, 53, morto com 14 golpes de faca no Centro
de Fortaleza, afirmou, durante entrevista realizada na manhã desta
quarta-feira (25), que era beneficiado pelas caridades do reverendo.
O suspeito
Saturnino Araújo Angelim, 19, disse que o reverendo o ajudava em virtude
da companheira estar grávida. Em todo o momento da entrevista,
Saturnino negou ser o autor do crime contra o pastor Darckson Lira. Já o
titular do 34º DP (Centro), informou que parte da versão do suspeito é
inverídica. A Polícia vai solicitar imagens de circuito de segurança
para obter informações sobre esse suposto terceiro envolvido.
Saturnino
foi preso com Ronaltty Ferreira da Silva, 21. Ambos colidiram o veículo
do pastor,um automóvel Kia durante uma perseguição. A dupla chocou-se
contra um poste na Praça da Bandeira, na Rua Meton de Alencar. Os dois
foram encaminhados ao 34º DP (Centro) e autuados em flagrante por
latrocínio. Se forem condenados, eles podem ser sentenciados com uma
pena entre de 20 a 30 anos de reclusão. Saturnino responde na Justiça
por dois crimes de assalto. Já Ronaltty, responde por crimes de
receptação e porte ilegal de arma de fogo.
"Ele ajudava
a gente. Ele ia me deixar em casa quando eu saía do trabalho. Um outro
cara desceu do carro. Teve um cara que abordou nós [SIC]. Ele [pastor]
sempre ia me buscar. Eu marquei com ele, a gente se conhecia. Ele
[pastor] me chamou pra sair, ele [pastor] me ajudava, pois o meu bebê
vai nascer agora. Ele [olha para o outro suspeito], também estava atrás,
com o outro [terceiro suspeito]". comenta.
O reverendo fundou o Ministério Vale da Bênção há 33 anos, foto: Helene Santos
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O delegado
Romério Almeida informou que já solicitou as imagens de câmeras de
segurança para objetivar e identificar a possível participação de outras
pessoas. A Perícia do veículo e da faca que vitimou o religioso também
devem passar pela Perícia. Ainda segundo o titular, o objetivo também é
descobrir se foi subtraído mais algum pertence do reverendo.
"O
pastor tinha amizade com esses rapazes. Por volta da meia-noite, eles
marcaram um encontro na Duque de Caxias e o pastor ficou aguardando eles
chegarem. E logo em seguida, o pastor foi esfaqueado várias vezes,
morto e jogado fora do carro. Os dois indivíduos fugiram do veículo.
Houve o acionamento por parte dos populares. Os policiais visualizaram o
carro no bairro Damas, daí houve a perseguição e os veículos vieram a
colidir com um poste. Eles fugiram a pé, logo em seguida foram
encontrados e dentro do carro foi encontrada a arma utilizada na morte
do pastor, um facão. Eles [dupla] inventaram uma mentira dizendo tinham
sido abordados por um terceiro indivíduo, que jogou o pastor fora e
obrigou que fugissem com o carro. O "Lorinho' [Saturnino] disse que já
tinha amizade e mantinha encontros íntimos com
o pastor. E queremos avançar nesses aspectos para sabermos o
que realmente originou essa ação. Um relacionamento homossexual. Ele
falou que teve um relacionamento e nós vamos continuar as
investigações", explica o titular.
O velório do
pastor é realizado do templo central da Igreja Vale da Benção, na Rua
Goiás, bairro Pan Americano, nesta quarta-feira (25). Já o sepultamento
de Darckson Lira é realizado na próxima quinta-feira (25), no cemitério
Jardim Metropolitano.
O caso
A vítima foi
morta no Centro de Fortaleza por volta de 1h da madrugada desta
quarta-feira (25). Darckson Lira apresentava cerca de 14 perfurações a
faca. Os suspeitos fugiram no carro da vítima. Por volta das 2h30min, a
dupla que estava no veículo Kia se chocou contra um poste na Praça da
Bandeira.
Fonte: DN
APÓS A MORTE DE QUATRO POLICIAIS, SECRETÁRIO DE SEGURANÇA FAZ DESABAFO: "A POLÍCIA ESTÁ SOZINHA"
Abalado com a
morte de quatro policiais no fim de semana, o secretário estadual de
Segurança, José Mariano Beltrame, afirmou, nesta segunda-feira, 23, que
‘‘a polícia está sozinha no combate à criminalidade no Rio’’. Ele fez o
desabafo durante o velório do policial civil Thiago Thomé de Deus, de 29
anos, assassinado na manhã de domingo no bairro do Fonseca, em Niterói.
À tarde, ele criticou ainda o modelo orçamentário estabelecido pela
Constituição Federal, que impede um maior repasse de verbas para as
polícias dos estados:
— Acho que
as pastas de saúde e educação precisam mesmo ter maior peso na
participação orçamentária, pois são setores importantes, mas me
considero só nessa luta de cobrar mais para a segurança dos estados. É
muito desigual. O governo federal só nos ajuda mandando recursos para a
formação de policiais. Não há um orçamento anual previsto. As pessoas se
esquecem que todos têm de participar. A polícia é o único ente do poder
público dentro de uma área conflagrada. A polícia é sempre a bucha do
canhão. Não existe uma polícia como a nossa no mundo. É o policial que
põe o peito na frente e encara esse estado de barbárie.
Sem citar nomes, Beltrame cobrou um maior apoio de instituições à política de pacificação implantada no estado.
— A polícia
está sozinha nessa selvageria toda com essas pessoas que não tem apego
algum pela vida e matam por um celular. Precisamos da ajuda das outras
instituições que compõem o conceito de segurança pública. A ponta disso
tudo é a polícia, e ela continua sozinha nessa luta — afirmou o
secretário, que repetiu um alerta. — A polícia está se esgotando. A
situação de impunidade impera, há uma banalização da vida. Tiram a vida
das pessoas de uma maneira muito natural, tiram por causa de um carro,
de R$ 30, de um celular. Isso tem a ver com impunidade.
Aparências de adolescentes
Thiago Thomé
de Deus e a mulher voltavam para casa após assistirem ao Desfile das
Campeãs na Sapucaí quando um grupo de jovens abordou o carro do casal.
De acordo com investigadores, o agente tentou reagir e sacou uma
pistola, mas a arma teria falhado. Segundo testemunhas, alguns dos
assassinos aparentavam ser adolescentes.
O chefe da
Polícia Civil, delegado Fernando Veloso, também esteve no velório do
policial no Cemitério do Maruí. Fazendo coro às críticas de Beltrame,
ele defendeu uma discussão sobre a reincidência criminal e o tratamento
dado a adolescentes infratores:
— Já passou da hora de a nossa legislação sair do mundo da fantasia e vir para a realidade.
Fonte: O Globo
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