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domingo, 1 de agosto de 2021

Sem dinheiro para comprar gás homem colhe galhos na rua para poder cozinhar


O motorista Valdísio Alves da Cruz aproveita quando sai com a esposa para colher lenha que encontra pela rua, em 
Goiânia. Segundo ele, a iniciativa é uma solução para economizar no gás de cozinha e poder cozinhar para a família.
“Optei por cozinhar à lenha para economizar no gás. No preço que está, três botijões são R$ 300. A família é grande e está muito difícil manter a vida. Dá trabalho, mas vale a pena”, disse.
Segundo ele, a família vive com um salário mínimo e, alternando gás e lenha é possível fazer o botijão durar o dobro do tempo.
Presidente da Central Única das Favelas em Goiás (Cufa-GO), Breno Cardoso contou que um estudo feito em fevereiro de 2021 aponta que há 407 mil pessoas no estado vivendo na extrema pobreza – com cerca de R$ 10 por dia para pagar as contas e se alimentar. Por isso, a maioria depende de doações para ter comida na mesa.
“Vários fatores relacionados à pandemia fizeram com que isso acontecesse. Quando as aulas passam a ser remotas, por exemplo, as crianças voltam para casa, os pais que tinham emprego informal deixam de poder ir desenvolver seu trabalho para ficar com as crianças em casa”, observou.
Ainda de acordo com Breno, também por causa da pandemia, as doações para essas famílias carentes diminuíram muito, o que dificultou ainda mais a vida dessas pessoas.
Há dois meses trabalhando como merendeira, Aurora Pereira tinha um salão de beleza que precisou fechar por causa da pandemia da Covid-19. Segundo ela, a renda que ela tinha para sustentar a si própria e a filha caiu de cerca de R$ 3 mil para R$ 1,1 mil.
“Você olha para as coisas e não vê solução. Tem três talões de água sem pagar, você não tem um lanche para dar para sua filha. [...] Vai tirando tudo da sua vida, até alegria”, contou.
Outra família que mora em Goiânia e enfrenta dificuldades é a de Ketlen Raiane dos Santos. Ela está desempregada e o marido vive de bicos. O casal ainda precisa sustentar dois filhos pequenos - um menino de 2 anos e uma menina de 6 meses - e nem sempre tem comida em casa.
“Eu entro em desespero. Às vezes a gente pede na rua para dar comida para os nossos filhos. Se fosse só a gente ainda dava de passar, mas com duas crianças fica complicado. Criança não aguenta ficar com fome”, disse a mãe.
Informações com: G1

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