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quinta-feira, 23 de março de 2017

Prótese nos seios pode causar tipo raro de linfoma, diz FDA

Segundo uma análise preliminar, o problema parece ser mais incidente em pacientes que têm próteses com textura


A FDA, agência americana responsável pelo controle de alimentos e medicamentos, relatou na terça-feira casos e mortes de pacientes com um tipo raro de câncer associado a próteses nos seios. No comunicado, o órgão disse ter recebido, até o dia 1º de fevereiro, relatos de 359 casos, incluindo nove mortes, de mulheres com linfoma anaplásico de células grandes, tumor que afeta o sistema linfático. 

Em 2011, a FDA já havia identificado uma possível associação entre o desenvolvimento do tumor e os implantes mamários. No entanto, na época o número de casos relatados não era o suficiente para determinar quais fatores contribuíam para o aumento do risco. Desde então, a agência passou a monitorar os casos deste tipo de câncer em mulheres com próteses.

Prótese com textura

Nos casos relacionados aos implantes, a doença se desenvolve nos seios, geralmente no tecido formado ao redor da prótese. Segundo uma análise preliminar, o problema parece ser mais incidente em pacientes que têm próteses com textura. Dos 359 casos relatados, 231 incluíam informações sobre a superfície do implante. Destes, 203 eram texturizados e 28 lisos. Já o conteúdo da prótese parece não ter relação com a doença. Dos 312  relatos com essa informação, 186 eram de gel de silicone e 126 de solução salina.

O cirurgião plástico Alex Wong, pesquisador da Universidade do Sul da Califórnia, explicou ao jornal americano The New York Times que a reação do corpo a próteses texturizadas é diferente das lisas, pois os tecidos crescem nas ranhuras microscópicas. “Nós ainda estamos tentando entender por que a superfície importa”, ressaltou Wong, acrescentando que em alguns casos o câncer parece estar associado com infecções bacterianas.

Tratamento: remoção do implante

A doença geralmente é descoberta após o surgimento de sintomas, como nódulos, dor, acúmulo de líquidos e inchaço. Na maioria dos casos, a doença é tratada com a remoção do implantes e do tecido ao redor, mas algumas pacientes precisam de terapias mais agressivas, como quimioterapia e radiação.

Frente às evidências, a FDA passou a concordar com a Organização Mundial de Saúde, que já havia concluído que a doença está relacionada com os implantes.
http://veja.abril.com.br/

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