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sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Preso suspeito de ordenar ataques no Ceará mantinha celular dentro da cela

Ceará vive onda de violência há sete dias com pelo menos 82 ataques em 24 cidades do estado

Preso em Pernambuco usou celular dentro de unidade prisional para ordenar ataques no Ceará, afirma Polícia Federal — Foto: Reprodução
Preso que deu ordem de ataques no Ceará mantinha celular na cela

Um dos presidiários suspeitos de ordenar uma série de ataques no Ceará mantinha um celular dentro da cela onde estava preso, em uma unidade no estado de Pernambuco, segundo a Polícia Federal.
De acordo com a Polícia Federal, o preso, que não teve a identidade revelada, é um dos responsáveis por ordenar ataques a torres de eletricidade na Grande Fortaleza em abril deste ano. Os policiais suspeitam ainda de que ele participou do comando da onda criminosa que ocorre no Ceará desde sexta-feira (20).
O presidiário que está detido em Pernambuco é natural da Paraíba e já havia sido condenado pelo crime de explosão de caixas eletrônicos. Ele e outros 11 detentos que participam dos ataques no Ceará serão "isolados" em presídios federais de segurança máxima.

Mandados de prisão - A Polícia Federal, em parceria com forças de segurança do Estado do Ceará, cumpriu entre quarta e quinta-feira (25 e 26) 15 mandados de prisão contra os suspeitos de participação na sequência de ataques criminosos que ocorre nas cidades cearenses. Cinco deles já estavam presos e serão levados a presídios federais; outros nove estão foragidos.
De acordo com o secretário da Segurança do Ceará, André Costa, ordem para os ataques também ocorreram a partir de presidiários que estão em custódia no estado, enviando mensagens por meio de advogados e visitantes do sistema penitenciário.

Ceará sofre onda de ataques contra ônibus carros e prédios públicos — Foto: Camila Lima/Sistema Verdes Mares
Ceará sofre onda de ataques contra ônibus carros e prédios públicos

Onda de ataques - Desde sexta-feira (20), ocorreram pelo menos 82 ataques no Ceará. O crime mais comum é o uso de material inflamável para atear fogo em ônibus e veículos que prestam serviços públicos e em prédios públicos.
Pelo menos 69 pessoas foram detidas, entre adultos e adolescentes, por suspeita de envolvimento nos crimes. Na maioria dos casos, eles são capturados em flagrante com garrafas de combustível.
A Polícia Federal cumpriu nesta quinta-feira (26) 15 mandados de prisão contra criminosos responsáveis pela sequência de ataques. Um deles é fundador da facção que comanda a onda de violência e foi preso em Pernambuco, na quarta-feira (25).
Conforme a Polícia Federal, o grupo que atua na recente onda de ataques é o mesmo que usou material explosivo em pontes e torres de distribuição de eletricidade na Grande Fortaleza em abril deste ano.

Em Fortaleza, ônibus foi queimado em local próximo à oficina que realizava manutenção de peças  — Foto: Rafaela Duarte/SVM
Em Fortaleza, ônibus foi queimado em local próximo à oficina que realizava manutenção de peças

Motivo dos crimes - De acordo com o secretário da Segurança do Ceará, André Costa, os ataques são realizados porque os detentos querem a "volta de regalias" nos presídios. Em janeiro deste ano, após assumir a recém-criada Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), Mauro Albuquerque ordenou a retirada de tomadas das celas, usadas pelos presos para carregar celulares, e a suspensão das visitas íntimas.
O secretário também tornou mais rigorosa as fiscalizações dentro das unidades. Desde janeiro deste ano, foram apreendidos 5,9 mil celulares nas unidades prisionais do Ceará.
O governador do Ceará, Camilo Santana, afirmou que "não vai recuar um milímetro sequer" das medidas mais rigorosas adotadas nas prisões do estado.

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