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quarta-feira, 24 de maio de 2017

Defesa de Temer tenta adiar depoimento do presidente à Polícia Federal

A defesa do presidente Michel Temer (PMDB) pediu ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Edson Fachin que determine o adiamento do depoimento do presidente à Polícia Federal.

A defesa quer que o presidente preste depoimento somente após ser concluída a perícia do INC (Instituto Nacional de Criminalística) no áudio da conversa entre Temer e o empresário Joesley Batista.

Nesta quarta-feira (24), a Polícia Federal procurou os advogados do presidente Temer para tentar marcar a data do depoimento do presidente, no inquérito em que ele é investigado no STF por suspeita de envolvimento nos crimes de corrupção, obstrução à Justiça e organização criminosa.

"Nesta data, há poucos minutos, por meio de uma ligação ao primeiro advogado signatário, escrivã da Polícia Federal identificada como Cristiane apresentou questionamento sobre 'a data em que o presidente poderia ser inquirido' pela autoridade policial", informam os advogados de Temer no documento.

A informação consta em petição apresentada na tarde de hoje ao Supremo pelo advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que representa Temer no processo.

Mariz pede ainda que o presidente seja ouvido pelo próprio ministro Fachin, ou que possa responder a perguntas por escrito.

Temer passou a ser investigado no inquérito no STF por decisão do ministro Fachin, que aceitou o pedido de abertura da investigação feito pela PGR (Procuradoria-Geral da República).

Também são investigados nesse inquérito o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ambos afastados do mandato.

A PGR disse ver indícios do recebimento de propina paga pela JBS e da tentativa de interferir em investigações.

Além disso, a partir da gravação da conversa entre Joesley e Temer, a Procuradoria afirmou acreditar que o presidente deu aval para que o empresário comprasse o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso e condenado no curso da Operação Lava Jato.

Temer contesta essa interpretação da conversa, e já classificou a gravação como "fraudulenta", "clandestina" e "manipulada".

Aécio Neves negou a participação em irregularidades e disse estar "absolutamente tranquilo quanto à correção de todos os seus atos".

"Assim, pretende-se, primeiramente, a suspensão do ato de oitiva do Senhor Presidente da República, até a ultimação das providências periciais. Pede-se vênia, ainda, para reiterar que se o Presidente da República for ouvido deverá sê-lo em ato presidido por Vossa Excelência ou responder por escrito quesitos adredemente elaborados", diz trecho da petição da defesa de Temer ao STF.

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