A radicalização, com certeza, não vai trazer benefícios para aqueles que radicalizam |
Parte da mídia vem
dando cada vez mais espaço para as manifestações do dia 15 de março,
pelo pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O panelaço
promovido ontem, logo após o discurso em rede nacional de Dilma, nas
varandas dos bairros nobres teve grande repercussão nos jornais de
grande circulação.
O
movimento que se prepara para ir às ruas, se apresenta como democrático
e representante do povo. Mas dependendo de algumas de suas lideranças,
não é bem assim.
Uma matéria publicada nesta segunda-feira (09/03) pela Folha de S.Paulo cita um grupo chamado “Legalistas”, que tem convocado simpatizantes do golpe militar no Rio de Janeiro.
Um
dos líderes é o sargento da reserva da Aeronáutica e professor de
educação física Tôni Imbrósio Oliveira, de 58 anos. Ele defende a tomada
do poder pelos militares e diz que hoje não confia em nenhuma
instituição do Estado além das Forças Armadas.
Há
também os que pregam a cartilha liberal, com enxugamento do Estado e a
privatização de empresas públicas. Kim Kataguiri, de 19 anos, largou o
curso de Economia na Federal do ABC. Ele justificou em entrevista à
Folha: "Eu sabia mais do que o professor, que não conhecia nem Milton
Friedman (economista americano ídolo dos liberais), e o pessoal me
chamava de ‘reacinha’". Kim faz parte do MBL, o Movimento Brasil Livre, favorável ao impeachment.
Já
a figura mais conhecida do “Vem pra rua” é o empresário, Rogério
Chequer, de 46 anos. Comenta-se que o movimento é ligado ao PSDB (tendo
feito passeatas a favor de Aécio Neves em 2014), mas Chequer nega que o
grupo receba dinheiro ou material de partido.
O
que se percebe em todos esses movimentos é que são todos compostos por
pessoas de classes sociais privilegiadas, como se notou neste domingo
(08/03), logo após o discurso em rede nacional, em que a presidenta
Dilma pediu paciência e reafirmou seus compromissos com o país.
O panelaço e os gritos de ódio partindo das varandas de prédios em áreas nobres deixaram isso claro.
Fica
a pergunta: por que os que podem comer, estudar, trabalhar, ter
hospitais para atendimentos de saúde, ao invés de estarem batendo suas
panelas cheias, não estão procurando o caminho da paz? Sabemos muito bem
que o ódio não constrói.
A radicalização do ódio, com certeza não trará benefícios para
os que radicalizam. Só servirá para fazer emergir um líder “mais
louco”, que com mais insensatez e mais violência, poderá a vir a ser
nosso comandante
Jornal do Brasil
FOTO: DIVULGAÇÃO/INTERNET
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segunda-feira, 9 de março de 2015
As panelas (cheias) dos que odeiam a democracia
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