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Fundação Nacional de Saúde (Funasa) está enviando ofício às prefeituras
do Interior do Ceará para alertar líderes comunitários e agricultores
sobre o golpe do poço profundo. O presidente da Funasa no Estado, Regino
Pinho, informou que mais prefeituras se pronunciaram acerca de vítimas
da ação criminosa. A participação do grupo em outros municípios foi
confirmada pela delegada Mary Cavalcante, plantonista da Delegacia de
Jaguaribe, que citou ter recebido informações do golpe também em Morada
Nova, Quixadá e Ibicuintinga.Quatro
pessoas apontadas pela Polícia como envolvidas na quadrilha do poço
profundo foram presas em flagrante na última sexta-feira, 20, acusadas
de enganar mais de 40 vítimas - a maioria agricultores - e receber mais
de R$ 30 mil com o golpe. No sábado, decisão do juiz de Direito da
Comarca de Baixio e responsável pelo plantão judiciário do 5º Núcleo,
Hildon Masters Cavalcante Costa, levou à liberação do grupo.De
acordo com Mary Cavalcante, o golpe consistia em abordar as vítimas
oferecendo a construção de um poço profundo no valor de R$ 800, sendo
que o valor normal é de R$ 20 mil. O grupo ainda ia até o local realizar
uma suposta demarcação do terreno onde seria construído o poço e
recebia a quantia em dinheiro das vítimas.DecisãoCom
a decisão judicial, os acusados de envolvimento no crime não
permaneceram mais que 24 horas presos. A informação foi confirmada pela
delegada Mary Cavalcante e pelo titular da Delegacia de Jaguaribe,
Adriano Félix. Eles ressaltaram que nenhum dos detidos teve de pagar
fiança. Francisco
Marques de Sousa, 53, Francisca Eloisa Antunes Pereira, 45, Antônio
Wilson Ferreira da Silva, 69, e José Maria Silva Valente, 57, foram
autuados em flagrante, na última sexta-feira, por estelionato e formação
de quadrilha. Francisco Marques, funcionário do Departamento Nacional
de Obras contra a Seca (Dnocs), também foi autuado por corrupção, pois
teria se utilizado de cargo público para aplicar golpes.A
Polícia apreendeu com o grupo R$ 10 mil em espécie (que seriam de
vítimas), um automóvel, anotações e documentos que comprovariam o crime.Segundo
a decisão do juiz, à qual O POVO teve acesso, a prisão só deve ser
mantida quando evidenciada a “necessidade”. “A prisão cautelar do agente
somente deve ser adotada ou mantida em situações excepcionais, mormente
quando estiverem presentes os motivos e circunstâncias para a
decretação da custódia preventiva”, relatou.O
juiz decidiu que não converteria o auto de prisão em flagrante em
prisão preventiva. “Não há nenhum dado concreto que configure ameaça à
ordem pública nas condutas supostamente praticadas”. O juiz argumentou
ainda que, pela ausência de requisitos que autorizam a prisão
preventiva, seria aplicada a liberdade provisória, “impondo, se for o
caso, as medidas cautelares”. Entre as medidas, o comparecimento dos
envolvidos à comarca onde residem todos os meses, a proibição de acesso
ou frequência a bares, boates e demais, além da proibição de ausentar-se
da comarca onde residem, exceto em situação de risco de vida. ServiçoDenúncias devem ser encaminhadas à FunasaOnde: avenida Santos Dumont, 1850, bairro Aldeota. Telefone: (85) 3312 6600 Saiba mais A
Funasa explica que nenhum agricultor ou líder comunitário deve pagar
pelo trabalho de perfuração dos poços profundos. O pagamento desse
serviço é realizado e intermediado pela prefeitura.O nome técnico da marcação é medição geofísica. A Funasa possui uma equipe técnica que vai até a área rural que será perfurada. O
órgão ainda detalha que a análise não pode ser feita por “qualquer
pessoa” e que os moradores ou pessoas que desejem esse tipo de serviço
devem, antes de efetuar qualquer tipo de acordo ou pagamento, entrar em
contato com a prefeitura ou com os órgãos responsáveis. Em caso de
abordagem de pessoas pedindo qualquer quantia em dinheiro em troca de
perfurações de poços profundos, a Funasa pede que denuncie.Segundo
o presidente estadual do órgão, uma das maiores preocupações é que as
pessoas que aplicam esse tipo de golpe utilizam nomes de diversos órgãos
de forma indevida. Então, é necessário se certificar sobre quem são as
pessoas que estão oferecendo o serviço.O Povo
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