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terça-feira, 5 de agosto de 2014

Hospital no Crato fecha por falta de recursos











Unidade dispunha de 23 leitos para internamento feminino e 22 para masculino. Em alguns períodos, capacidade chegava a 100 pacientes (Foto: Diário do Nordeste)
A crise financeira que vinha sendo observada no Hospital Regional Manuel de Abreu nos últimos anos levou a unidade a encerrar as atividades de atendimento à população no início desta semana. O hospital funcionava no Crato desde 1970 e, atualmente, se mantinha, exclusivamente, dos recursos de internamentos custeados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A unidade dispunha de 23 leitos para internamento feminino e 22 leitos para internações masculinas. Em épocas de maior lastro financeiro, a capacidade para internamentos chegava a ser de até 100 pacientes. Hoje, no entanto, um cálculo preliminar realizado pela direção do hospital aponta a existência de uma dívida superior a R$ 400 mil junto a fornecedores, funcionários e impostos atrasados.

Nos últimos meses, o valor mensal capitaneado através das internações do SUS chegava a cerca de R$ 70 mil, enquanto as despesas ultrapassavam os R$ 110 mil. Desde o mês de janeiro, os sócios do equipamento vinham injetando recursos próprios na unidade, objetivando o pagamento de algumas dívidas. A estrutura física do hospital oferecia salas cirúrgicas, enfermarias, consultórios médicos, ambulatórios e uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

DesativadoGrande parte destes setores, no entanto, acabou sendo desativada com o passar dos anos por conta das dificuldades financeiras. Desde o início deste ano, apenas o setor clínico continuava disponibilizado. A situação se agravou nos últimos meses, levando os proprietários a decidirem pelo fechamento.

A unidade era recebia, além de moradores do Crato, pacientes de Farias Brito, Nova Olinda, Santana do Cariri e Exu (PE). Com o fechamento, a perspectiva é que os pacientes destes municípios passem a buscar atendimento no Hospital Regional do Cariri (HRC), o que pode ocasionar sobrecarga no equipamento.

Conforme informou a diretora administrativa do equipamento recém-fechado, Fabíola Alencar, a problemática da unidade vinha sendo discutida há algum tempo, sendo realizadas audiências públicas pela Câmara Municipal e encaminhados ofícios por setores da sociedade civil organizada ao governo do Estado. "No ano passado, vários encontros aconteceram entre a direção do hospital e a Secretaria de Saúde do Município. Fizeram promessas de ajudar, mas nenhuma ação foi concretizada", afirmou.

Fabíola Alencar disse, ainda, que esteve reunida com o prefeito do Município, Ronaldo Sampaio Gomes de Mattos, ocasião em que o gestor teria se mostrado indiferente à situação do hospital. Ela disse também não compreender os motivos da falta de posicionamento do Estado em relação ao ofício encaminhado.

Conforme a secretária de Saúde do Crato, Aline Alencar, o Município jamais se negou a prestar auxílio ao Hospital Manuel de Abreu. A proposta apresentada à diretoria, no ano passado, seria referente à contratação de profissionais para dar suporte ao setor ambulatorial do equipamento. As contratações, no entanto, não teriam acontecido porque surgiram dúvidas em relação à legalidade do processo.

Em nota, a Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) informou que, devido à importância do Hospital Manuel de Abreu para a população do Crato, o órgão estadual está analisando todas as possibilidades de cooperação financeira. Afirma que está mantendo contato com a Secretaria de Saúde do Crato que, com base na Constituição Federal, é que faz a gestão da saúde do Município, para manter o hospital funcionando. A Sesa também informou que mantém no Crato convênios com dois Hospitais Polos, o Hospital São Francisco e o Hospital São Raimundo.

Fonte: Diário do Nordeste

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