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domingo, 20 de abril de 2014

Ônibus interestaduais se envolvem em acidentes a cada 16 horas no país










Ônibus tombado na Régis Bittencourt; BR-116 é a líder em registros (Foto: Giovana Sanchez/G1)
Um acidente envolvendo ônibus interestaduais é registrado a cada 16 horas, em média, nas rodovias do país. É o que mostra levantamento feito pelo G1 com base nos dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) de 2013.

Foram registrados 549 acidentes no ano passado, um aumento de quase 15% em relação a 2012, quando houve 480 registros. O Distrito Federal lidera a lista, com um terço do total (186). Uma das explicações da Polícia Rodoviária Federal para o índice do DF é o alto número de viagens feitas pela população de cidades do entorno, como Valparaíso de Goiás, para Brasília em ônibus com características urbanas, mas que são considerados interestaduais por cruzarem a divisa.

Goiás teve 67 acidentes com ônibus de passageiros. Já Minas Gerais, que tem a maior malha rodoviária do Brasil, aparece na terceira posição no ranking, com 65 registros.

Ao todo, 149 pessoas morreram e outras 837 ficaram feridas. As ocorrências são repassadas à ANTT pelas empresas. A legislação obriga que elas informem o registro de acidentes e assaltos envolvendo serviços de transporte rodoviário interestadual. Há hoje 255 empresas operando no país em 2.647 linhas diferentes.

Entre as rodovias, a BR-116, em São Paulo, é a campeã de acidentes envolvendo ônibus interestaduais (16 em 2013). A estrada abriga um trecho crítico, na Serra do Cafezal, único com pista simples. As obras de duplicação, que chegaram a ser adiadas mais de uma vez, só começaram após uma licença emitida pelo Ibama em 2013.

Conhecida como Régis Bittencourt e apelidada no passado de "rodovia da morte", ela foi palco de um violento acidente na véspera de Natal no ano passado, quando 15 pessoas morreram. A polícia acredita, no entanto, que o motorista do ônibus, que ia de Curitiba para o Rio, tenha dormido ao volante, já que ele trafegava na parte duplicada da via e num local sem curvas perigosas.

Para o médico e diretor da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) Dirceu Rodrigues Alves Junior, essa é uma das principais causas de acidentes envolvendo ônibus. “Alguns motoristas têm jornadas longas, de 10 a 12 horas, e muitos viram a noite na estrada. A gente sabe que, fisiologicamente, após oito horas de direção, o motorista já tem déficits de atenção, tornando a possibilidade de um acidente duas vezes maior.”

Alves Junior diz, no entanto, que a alta velocidade ainda é a causa número um, em razão da vontade de se chegar mais rápido ao destino. “Tem também a questão da droga, que tem sido muito utilizada em substituição ao álcool, devido aos testes de bafômetro. As mais usadas são a maconha e a cocaína.”

O inspetor Stênio Pires, da Polícia Rodoviária Federal, afirma que a corporação tem reforçado a fiscalização para coibir os acidentes. Segundo ele, no ano passado foram adquiridos 130 novos equipamentos – uma espécie de pistola-radar – para flagrar os veículos acima do limite nas vias. Pires afirma ainda que o fato de motoristas estarem deixando de beber demonstra que as blitze têm dado resultado. "O que a PRF tem feito em conjunto com alguns estudiosos agora é testar equipamentos para detecção de outras drogas que estão sendo usadas. Mas é algo que ainda está sendo trabalhado. Talvez no ano que vem a gente possa utilizá-los."

Sobre o número de acidentes, o inspetor da PRF diz que é preciso levar em conta que o número de viagens tem aumentado. "Nos últimos anos, com o aumento da renda, as pessoas estão viajando mais e muitas não têm condição de ir de avião. É natural, portanto, que ocorram mais acidentes de ônibus. Mas o número de vítimas fatais tem diminuído ainda assim. E isso tem relação com a fiscalização intensa da PRF e com o próprio trabalho que a ANTT tem feito com a segurança de infraestrutura dos ônibus."

Os dados da ANTT mostram, de fato, que em 2013 houve apenas três mortes a mais e 12 feridos a menos que em 2012, apesar da alta nas colisões.

Fonte: G1

Aparelho que detecta dengue em 20 minutos é desenvolvido









Um aparelho portátil e de baixo custo, desenvolvido por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), é capaz diagnosticar com precisão os pacientes com o vírus da dengue em apenas 20 minutos, já a partir dos primeiros sintomas. A novidade está sendo possível porque um estudo mostrou alta concentração da proteína NS1, produzida pelo vírus. Atualmente, o exame para detectar a doença só pode ser feito no sexto dia, o que faz com que ela seja confundida com outras infecções e nem sempre tratada da forma adequada. A demora no diagnóstico pode levar, especialmente nos casos de reincidência, à morte.

“O teste convencional não pode ser feito nos primeiros dias, porque ele mede a concentração de anticorpos. [O paciente] tem que ter quadro avançado de dengue. O novo aparelho detecta a proteína já nos primeiros dias”, disse o professor Francisco Guimarães, responsável pelo estudo. O dispositivo, similar ao que é utilizado na medição de glicemia, funciona da seguinte forma: o anticorpo que reage à proteína NS1 é cultivado na gema do ovo. Em seguida, ele é colocado em alta concentração sobre uma membrana metálica, a qual em contato com o sangue infectado, reage eletricamente.

Guimarães destaca que a utilização de ovos de galinha para produzir os anticorpos foi uma das formas encontradas para baratear o custo do produto. “A gente gerou fora do corpo humano, sem usar animal, e isso faz com que o preço fique muito baixo. Apesar de o corpo ter milhões de proteínas, só aquela do vírus da dengue se liga ao anticorpo”, explicou. O aparelho deve custar entre R$ 100 e R$ 200. “A ideia é que todo posto de saúde, mesmo em lugares mais remotos, possam fazer o teste rápido, sem que o sangue tenha que ser levado para grandes centros. Evita-se a demora no resultado, pois é um teste direto”.

O professor espera que, em no máximo dois anos, o dispositivo esteja disponível para venda. “Fizemos o protótipo, mas ele tem que passar ainda pela etapa de desenvolvimento do produto, de validação pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], de produção e só então a etapa de venda. Esse é o prazo mais otimista”, avaliou. A próxima fase da pesquisa é desenvolver biossensores que identifiquem o tipo de vírus da dengue. “Se o paciente pegou o tipo 1 e na cidade está alastrando o tipo 3, a chance dele ter hemorrágica é grande, pois é preciso ser infectado por vírus distintos. Por isso a importância de identificar o tipo”.

Fonte: Agência Brasil

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