"Ela me ensina aos pouquinhos e
uma hora vou aprendendo alguma coisa", diz o vendedor de picolé Francisco
Santana, o Zezinho.
(Foto: Reprodução) Por Alana
Soares/Agência Miséria
A imagem percorreu as redes sociais nos
últimos dias. A jovem Bárbara Matos Costa, 9, ensina o alfabeto e a escrita a
Francisco Santana Filho, 68. Sentados no pátio do Colégio Diocesano, em Crato,
os dois estão concentrados na atividade e não percebem o flagrante que
emocionaria a todos.
Há pelo menos dois anos esta mesma cena se repete. Cheia de carisma, a garota puxa conversa com Francisco, o popular "Zezinho", que vende picolé todas as manhãs há 44 anos (desde 1975). Pergunta se ele sabe ler e escrever. Ele responde que não teve tempo de aprender. Puxando o caderno da mochila, ela dispara "pois vou te ensinar". E assim começou.
Há pelo menos dois anos esta mesma cena se repete. Cheia de carisma, a garota puxa conversa com Francisco, o popular "Zezinho", que vende picolé todas as manhãs há 44 anos (desde 1975). Pergunta se ele sabe ler e escrever. Ele responde que não teve tempo de aprender. Puxando o caderno da mochila, ela dispara "pois vou te ensinar". E assim começou.
"Foi a coisa mais bonita do mundo", afirma Zezinho,
emocionado. "Ela me ensina aos pouquinhos e uma hora vou aprendendo alguma
coisa", diz. Ele já não tinha planos de aprender o ABC e diz "não ter
mais cabeça para isso", mas revela que aceitou o convite pelo gesto de
gentileza da garota.
Vendedor de picolé desde os 12 anos, Francisco nasceu e se criou no Crato. Não viu muito do mundo ao redor e, apesar de entrar todos os dias em escolas, não teve oportunidade de estudar. "Muitos dos alunos que conversavam comigo aqui, ´do jeito´ de Bárbara, hoje em dia são pais de família. Vi eles crescendo", lembra com carinho.
Vendedor de picolé desde os 12 anos, Francisco nasceu e se criou no Crato. Não viu muito do mundo ao redor e, apesar de entrar todos os dias em escolas, não teve oportunidade de estudar. "Muitos dos alunos que conversavam comigo aqui, ´do jeito´ de Bárbara, hoje em dia são pais de família. Vi eles crescendo", lembra com carinho.
"Foi a coisa mais bonita do
mundo", afirma Zezinho. No passado, ele foi homenageado pelo Colégio e
também presenteado com uma campanha para a compra do óculos de grau que
precisava. (Foto: Alana Soares/ Agência Miséria)
Bárbara começou a dar aulas improvisadas a Zezinho aos 7 anos. Ela conta que o ensina a desenhar as letras com os mesmos recursos que as professoras ensinaram a ela. Português, inclusive, é uma de suas matérias favoritas.
Agora aos 9, Bárbara cursa o 4º ano e sonha em ser médica ou veterinária, ou ainda, masterchef. Poderia ser muito bem professora também. Aliás, já o é. "Ele passou. Tirou um 9", ela responde quando questionada se fará prova com Zezinho, que comemora vibrando.
O gesto de solidariedade se espalhou pelo Colégio e, entre os colegas, pais e professores, abraços e felicitações não param de chegar. Nas redes sociais, ex-alunos escrevem mensagens para Zezinho e parabenizam Bárbara.
"A atitude veio dela mesma, do seu coração amoroso. Ninguém mandou ou sugeriu, por isso achamos tão bonito e importante", explica a professora Risélia Maria. "Foi ela como criança que sentiu a necessidade de ajudá-lo. Ela é uma menina valorosa". Para a Coordenadora Pedagógica Nágela Maia, a atitude de Bárbara é "tudo o que mais queremos ensinar: gentileza, amor e solidariedade".
Gentileza e amizade: Zezinho, Bárbara e
sua avó Silvana, acompanhados da professora Risélia e de uma funcionária da
escola. (Foto: Alana Soares/ Agência Miséria)
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