Em sua delação premiada, o lobista Mário Góes disse à Polícia Federal que achava que nunca teria problemas decorrentes da atividade ilícita que confessou ter praticado porque “pessoas poderosas e até o partido do governo” estariam sendo beneficiados do esquema. O delator não especificou quem seriam os “poderosos”.
Góes é apontado pela força-tarefa da Operação Lava Jato como operador de propinas de empreiteiras junto à Diretoria de Serviços da Petrobras, cujos beneficiários finais eram o diretor Renato Duque e o gerente Pedro Barusco, segundo os investigadores.
A afirmação foi feita quando Góes explicava por que havia envolvido o filho, que aparece como sócio de uma das empresas usadas pelo lobista no esquema de negócios ilícitos.
Ele afirma que “nunca imaginou que pudesse ocorrer algum problema quanto a essa atividade ligada a Pedro Barusco, uma vez que segundo ele pessoas poderosas e até o partido do próprio governo estariam sendo beneficiados por esse esquema”.
Mário Góes está preso desde fevereiro de 2015. Os termos da sua delação premiada foram homologados na quinta-feira, 30, pelo juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações penais da Operação Lava Jato.
O novo delator da Lava Jato já prestou 13 depoimentos, nos quais apontou valores pagos por empreiteiras ao gerente da diretoria de Serviços da Petrobras e indicou os caminhos do dinheiro ilícito.
Ele admitiu que usou suas empresas, a RioMarine e a Phad Corporation, para repasse de propinas e lavagem de dinheiro da empreiteira Andrade Gutierrez para a Diretoria de Serviços da Petrobras.
Estadão
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