Após chamar atenção em protesto, Juliana Isen voltou ao Masp nesta segunda, 16, em SP, e tirou a camisa de novo: 'É por uma causa maior.'
Juliana Isen voltou à Avenida Paulista nesta segunda-feira (Foto: Iwi Onodera / EGO)
Juliana Isen, 36 anos, mal dormiu na madrugada desta segunda-feira, 16, por causa da repercussão causada após sua participação na manifestação anti-Dilma que lotou a Avenida Paulista no domingo, 15, em São Paulo. A empresária do ramo fitness chamou atenção ao ser fotografada usando apenas adesivos para tampar o bico dos seios. "Não pensei que fosse repercutir assim. Mal dormi direito essa noite, mas estou muito feliz", comentou ela, que voltou ao Masp nesta segunda a convite do EGO. À vontade com seu corpo e "por uma causa maior", segundo ela, Juliana voltou a mostrar os seios, que possuem próteses de 325ml de silicone cada.
Ela conta que tirar a camisa e se expor desta forma na rua durante o protesto não estava exatamente no cronograma. "Saí com um grupo de amigos para protestar. Estávamos lá quando falei: 'É agora, vou causar!'. Meu amigo estava distribuindo aqueles adesivos e as pessoas estavam colando no peito, por cima da camisa. Resolvi colar direto na pele mesmo", relembra ela, reforçando que agiu no calor do momento. "Senti uma energia muito grande. Fiquei muito emocionada. O Brasil estava junto, torcendo. Não importa a religião, a condição social, a raça. Naquele momento estava todo mundo na mesma causa", diz ela.
Juliana Isen (Foto: Iwi Onodera / EGO)
Segundo ela, caminhar com os seios à mostra não teve uma repercussão negativa em sua vida. "Não houve nenhum tipo de cantada, ousadia ou falta de respeito. Um rapaz escreveu no Facebook, dizendo que a mãe dele mandou um beijo pra mim. Teve só uma senhora que perguntou como eu era capaz de fazer isso, de botar o peito de fora. Mas logo alguém falou: 'É porque o seu é caído!'", diverte-se: "Mas não vi nada de safadeza, não recebi cantadas. Não foi vulgar e ao mesmo tempo foi sensual. Não teve maldade da minha parte. Fiz o que tinha vontade de fazer. Não me arrependo nem um pouco. Faria tudo de novo com a mesma intensidade. Sinto que não fui condenada por isso", completa.
Juliana também nega que estivesse sob efeito de drogas ou álcool. "Não uso drogas. Não suporto. Por ter tido problemas na minha família, eu abomino. Bebo socialmente. Quem não bebe uma tacinha de champanhe com os amigos numa festa? Mas ontem eu não tinha bebido nada", afirma.
Juliana Isen (Foto: Iwi Onodera / EGO)
Musa da manifestação
Agora que é quase uma musa da manifestação, Juliana começa a aprender a lidar com a fama. Tímida para posar para as fotos desta matéria, ela foi se soltando, enquanto se desculpava por ser "a primeira vez" a dar entrevista e posar para fotos. "Meu inbox do Face está bombando. Muita gente me chamando de musa, me apoiando. Tem gente me chamando pra manifestação de Minas Gerais. Achei muito legal, não esperava que fosse repercutir tanto", diz ela, que pretende voltar às próximas manifestações: "Com certeza vou aos próximos atos. Se for para lutar por uma causa maior, eu estou dentro."
Juliana conta que esteve nas manifestações Movimento Passe Livre. "Eu fui para reivindicar pelos R$ 0,20 do transporte público. Eu não preciso andar de ônibus, nunca precisei, mas fui porque é um direito de todos nós, e tenho uma secretária que usa transporte público. Fui por ela também", comenta. A causa de Juliana não é uma só. "Eu quero um país melhor. Ter segurança. Quero sair de casa e poder ir e vir. Quero saúde e educação. As crianças necessitam de poder escolher o que ser da vida. E aí elas têm a opção de não ir pro crime porque estudou e escolheu ser médico, por exemplo", discursa a empresária, também atacando os corruptos: "Quem gosta de ser roubado? Muita roubalheira. Querem ganhar com tudo".
Juliana Isen (Foto: Iwi Onodera / EGO)
Juliana acredita que a corrupção não é feita só pelo partido do governo. "Tem roubalheira em outros partidos também, mas o país quer mudança", diz ela, que discorda de quem acredita que a manifestação foi feita por pessoas em sua maioria branca e de classe média: "Tinha gente de todo tipo, porteiro, um amigo taxista estava conosco... Estava todo mundo na mesma vibração. Todo mundo está sendo roubado. Os pobres são ludibriados pelo PT, que é rico e rouba os pobres."
'Nunca precisei trabalhar na vida'
Juliana foi criada pelos avós, já que a mãe a teve com 17 anos. "Meu avô morreu quando eu tinha 13 anos. Ele e minha avó que me criaram. Nunca precisei trabalhar na vida, nunca precisei fazer nada. Ele realizava todos os meus sonhos. Se eu queria ir pra Disney, ele me mandava. Depois que ele morreu a situação ficou péssima, mas mesmo assim minha família sobrevivia pelo nome, coisa que ainda acontece nas cidades pequenas", comenta ela, que não diminuiu o padrão de vida. "Continuei a estudar em escolas boas. Não deixei de frequentar festas. A diretora da escola era amiga da família, então continuei estudando em escolas particulares como bolsista", conta Juliana, que não concluiu a faculdade de design de interiores.
Juliana Isen (Foto: Iwi Onodera / EGO)
Apesar de não precisar, Juliana começou a trabalhar relativamente cedo. "Com 17 para 18 anos comecei a trabalhar num shopping da alta sociedade. Como as pessoas me conheciam, compravam comigo. Fui promovida muito rápido, me tornei gerente. Sempre fui dessa área de moda. Aí fui trabalhar com vendas em outra empresa para ter final de semana porque em shopping era uma rotina pesada. Sempre fui boa vendedora. Um colega meu dizia que se me desse uma caneta sem tinta, eu venderia", diz.
Boa forma
Para manter o corpo exibido na manifestação, Juliana malha todos os dias: "Eu gosto muito de andar na esteira, vou à academia todos os dias e tenho uma alimentação saudável".
Para manter o corpo exibido na manifestação, Juliana malha todos os dias: "Eu gosto muito de andar na esteira, vou à academia todos os dias e tenho uma alimentação saudável".
Juliana Isen (Foto: Iwi Onodera / EGO)
Ju Isen protesta com seios à mostra (Foto: Amauri Nehn/Photo Rio News )
Ju Isen durante o protesto no domingo (Foto: Amauri Nehn/Photo Rio News )
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