Para não ser descoberto, Sailson José das Graças contou a agentes da
Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) que acabou matando
uma criança de apenas 1 ano no bairro Santa Rita, em Nova Iguaçu,
em fevereiro de 2010. O pequeno Pedro Hazelman dos Santos foi morto com
14 facadas logo após o assassino matar por asfixia a mãe do bebê,
Fernanda da Silva Hazelman, com 25 anos à época. Na ocasião, segundo o
depoimento de Sailson, o bebê não parava de chorar.
Para a polícia, esse crime comprova que Sailson nunca temeu a prisão,
nem ser punido por seus crimes: três dias antes de cometer o homicídio,
ele deixou o sistema prisional, onde ficou encarcerado por dois anos
após ser condenado por furto. Curiosamente, quatro dias depois do
assassinato, em 12 de fevereiro, Sailson seria preso novamente — e não
pelo homicídio: PMs flagraram o homem portando um revólver no bairro da
Posse, em Nova Iguaçu.
Em depoimento na delegacia, Sailson afirmou não se arrepender de nenhum
dos outros 42 assassinatos que diz ter cometido, apenas da morte de
Pedro.
— Não queria ter matado ele, me arrependo. Se eu pudesse voltar no tempo, não faria isso — contou ele.
Na ocasião, além de Pedro, o outro filho de Fernanda, de 5 anos, também
estava na casa. Segundo o depoimento de Sailson, ele viu o menino no
local, mas como o garoto não chorou nem fez barulho, foi poupado.
Quase cinco anos depois, a irmã de Fernanda, Francisca Hazelman, de 30
anos, lembra com detalhes do dia em que a irmã morreu. A mulher se diz
mais tranquila com a prisão de Sailson.
— Vivi estes anos todos sem saber o que tinha acontecido com minha irmã. Hoje, eu vou poder dormir em paz — desabafou.
De acordo com a técnica de enfermagem, o filho mais velho de Fernanda não consegue esquecer o dia da morte da mãe e do irmão:
— Hoje em dia ele mora no Sul do país e tem pavor só de ouvir falar em Rio de Janeiro.
Inocente acabou preso injustamente
Durante as investigações da morte de Fernanda e seu filho, a 58ª DP
(Posse), responsável pelo caso, divulgou que o suspeito era um homem
negro, magro e alto — justamente como Sailson. Dias depois, a distrital
indiciou um homem que andava pelo bairro Santa Rita como o responsável
pelos assassinatos. O homem acabou sendo preso e foi absolvido pelo
crime dois anos depois.
— Ele se parece com o Sailson, mas algo me dizia que ele não era o assassino — lembrou Francisca.
De acordo com ela, a mãe do acusado acabou morrendo depois que seu filho foi preso.
— Foi injusto. É uma pena que isso tenha acontecido — lamentou.
Alguns vizinhos contaram que o homem ainda é visto andando pela região.
— Ele aparece por aqui e não fala com ninguém — diz Rosa Silva, de 43 anos
extra
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