O ex-presidente disse não querer saber da discussão sobre prisão em segunda instância
"Não estou reivindicando essa discussão de segunda instância. Não estou interessado nisso. Eu estou interessado na minha inocência". A declaração é do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em entrevista ao UOL na sede da Polícia Federal, em Curitiba, na quarta-feira (16).
A entrevista ocorreu um dia antes de o STF (Supremo Tribunal Federal) começar a julgar se é constitucional prender condenados em segunda instância, ou se a prisão deve ocorrer após todos os recursos.
Condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex em Guarujá (SP) pelo então juiz federal Sergio Moro, hoje ministro da Justiça, com sentença confirmada em segunda (TRF) e terceira instâncias (STJ), Lula é o caso mais famoso que poderia se beneficiar de uma possível mudança de entendimento do STF.
Mas não é a saída que Lula afirma desejar. "Quero que os ministros da suprema corte tenham acesso à verdade do processo e anulem. Se vai ser um ano a mais ou um ano a menos, se vou ficar aqui ou em outro lugar, não importa", diz.
Ele aplica o mesmo raciocínio para refutar a ida ao regime semiaberto, recomendada pela Lava Jato no fim do último mês, e diz que o problema não é a tornozeleira eletrônica. "Não quero progressão da pena, quero a minha inocência", afirma.
"Não tem meio-termo comigo. O que eles vão fazer? Antigamente, era mais fácil. Mandava esquartejar, salgar, pendurar no poste. Cometeram a bobagem de me prender, cometeram a bobagem de me acusar, agora vão ter que suportar esse peso aqui dentro", diz.
Lula está preso na sede da PF em Curitiba desde abril de 2018.
(UOL/FOLHAPRESS)
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