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domingo, 27 de abril de 2014

Seis policiais admitem ter disparado tiros na noite da morte de DG, no Rio









Dançarino Douglas Rafael, conhecido como DG, foi encontrado morto dentro de creche na comunidade do Pavão-Pavãozinho, na Zona Sul do Rio, na tarde de terça-feira (22). (Foto: Reprodução/TV Globo)
A polícia do Rio de Janeiro já sabe que dos nove policiais militares que participaram do tiroteio no Pavão-Pavãozinho na madrugada em que o dançarino Douglas Rafael foi morto, seis afirmaram ter atirado. O próximo passo da investigação é descobrir se partiu da arma de algum destes policiais o tiro que atingiu o rapaz. Todos os PMs negaram ter disparado contra Douglas.

De acordo com o delegado Gilberto Ribeiro, responsável pelo inquérito que investiga a morte do dançarino, não há contradições nos depoimentos dos PMs envolvidos no caso. As armas dos policiais já passaram por uma primeira perícia, mas ainda não foram devolvidas à UPP do Pavão-Pavãozinho.

Na sexta-feira (25), a Polícia Civil do Rio confirmou que o corpo de DG foi encontrado agachado, com uma marca visível de tiro nas costas.

Inicialmente a polícia afirmou que a morte poderia estar relacionada a uma queda, mas depois foi divulgado laudo indicando que Douglas tinha levado um tiro, que atravessou seu corpo da região lombar ao ombro. A mãe do dançarino, Maria de Fátima da Silva, acredita que ele foi torturado por policiais antes de morrer.

De acordo com o laudo do exame de corpo de delito, a bala atingiu as costas de DG, perfurou o pulmão e saiu pelo braço direito. O delegado Gilberto Ribeiro afirmou que não houve erro na primeira perícia que informou não haver perfuração no corpo do dançarino.

"Eu continuo afirmando que não se pode atribuir erro, porque os laudos periciais eles se complementam. O objetivo da perícia de local não é exclusivamente apontar a causa da morte. Quem vai apontar a causa da morte é a necrópsia. A perícia de local vai procurar informar uma eventual dinâmica dentro daquele local onde o corpo foi encontrado", disse o delegado.

O laudo do IML também indica que DG tinha várias escoriações, no rosto, joelhos, cotovelos, punhos e no tórax. "Aquela situação de tortura, espancamento, a gente não consegue afirmar no primeiro momento", explicou Ribeiro.

Mãe recusa encontro com o governador

A técnica de enfermagem Maria de Fátima da Silva, mãe do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, disse que recusou o convite do governador do Rio, Luis Fernando Pezão, para ser recebida na manhã de sexta-feira (25) no Palácio Guanabara, na Zona Sul da cidade. A mulher afirmou que não servirá de "plataforma política" para o governo do estado.

"Eu não vou encontrar com ele, porque não vou servir de plataforma política para um governo falido. Não quero ser recebida porque meu filho era da televisão [trabalhava no programa "Esquenta!", de Regina Casé, na TV Globo]. Quero que todas as famílias das pessoas que foram mortas na favela sejam recebidas pelo governo também", destacou.

Enterrado corpo de morador baleado em protesto

Foi enterrado no começo da tarde deste sábado (26) no Cemitério São João Batista. em Botafogo, Zona Sul do Rio, o corpo de Edílson da Silva dos Santos, de 27 anos. Ele morreu atingido por um tiro no rosto durante protesto ocorrido na terça-feira (22) na comunidade do Pavão-Pavãozinho pela morte do dançarino Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG.

Poucas pessoas acompanharam o funeral, realizado pouco depois do meio dia. De acordo com o IML, o corpo foi retirado pela mãe adotiva de Edílson, Simone Hilário da Silva, por volta das 10h. 

Fonte: G1 Rio

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