Crato. A redução nos níveis de água dos reservatórios nos últimos dias tem avançado na região. Em Crato, uma das áreas onde mais se trabalha com a agricultura irrigada, principalmente nas áreas do distrito de Ponta da Serra e sítio Malhada, que dependem do açude Thomaz Osterne, o Umari, a preocupação aumenta. Para conter a perda, houve uma diminuição da vazão de 300 litros por segundo, para 150, como forma de garantir a área agricultável, onde atuam mais de 200 famílias.
Nesse mesmo período do ano passado, a capacidade do açude correspondia a 37% do armazenamento, chegando atualmente a 20,24% de sua capacidade, segundo o gerente regional da Bacia do Salgado, Alberto Medeiros. Ele disse que, caso não haja um inverno que possa garantir reservas maiores, a probabilidade de se chegar ao volume morto poderá ocorrer em maio do próximo ano. Uma realidade jamais visualizada pelos técnicos. Em 2013, o açude Umari chegou a conter um volume de 5%, totalizando cerca de 1,4 milhão de litros de água. Mas pode ter uma recuperação e capacidade de armazenamento no ano seguinte, o que não se repetiu no ano passado. As reuniões têm sido constantes na comunidade, e foi criada uma Comissão de Acompanhamento de Liberação de Água. A ideia é que sejam debatidas de forma constante o uso racional do que existe.
Segundo ele, os níveis estão bem baixos, já que em vez de receber água, o açude apenas perdeu nos últimos meses. E continua esse processo, mas há a preocupação constante em relação às comunidades que dependem do líquido para sobrevivência dos animais, além das áreas irrigadas. No sítio Malhada estão os maiores rebanhos de gado leiteiro da região, e de lá é fornecida a maior parte do leite para abastecimento da cidade, além de outros produtos agrícolas, como o feijão, milho, banana, além do capim para a pecuária.
Conforme Alberto Medeiros, a maior parte da água é utilizada mesmo para a irrigação, e são poucos os carros-pipa abastecidos no local. Uma das preocupações está relacionada ao sítio Caboclo, que mesmo mais distante, ainda recebe abastecimento para consumo humano.
Preocupação
Há cerca de 10 dias, comunidades vinham sendo prejudicadas pela falta d'água, já que boa parte do rio Carás estava assoreada. A água não estava chegando até algumas localidades da Malhada. Houve a limpeza de uma área de 10 km, com mutirão de 50 homens, realizado entre moradores da comunidade e a Companhia da Cogerh.
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Crato, Antônio Alves da Gama (Tota), a situação da agricultura a cada dia se torna mais preocupante, mesmo em áreas que antes se convivia se forma tranquila com a irrigação. Ele disse que os entulhos estavam impedindo a passagem das águas do açude pelo rio. Por conta disso, havia uma grande preocupaçã por parte da comunidade local.
DIÁRIO DO NORDESTE/////FOTO: JOTA lOPES/AGÊNCIA CARIRICEARA.COM
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