Policiais da UPP Alemão, do 16º BPM (Olaria)
e do Batalhão de Choque (BPChoque) usaram bombas de efeito moral e gás
lacrimogêneo para dispersar um protesto pacífico de moradores do Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio.
Os manifestantes — que carregavam panos brancos e placas pedindo paz no
local — protestavam contra a morte de Eduardo de Jesus Ferreira, de 10
anos, nesta quinta-feira, no conjunto de favelas. O menino morreu após
ser atingido por um disparo de fuzil. Parentes afirmam que o tiro foi
dado por um policial. A Divisão de Homicídios da capital investiga a morte do menino.
Uma das manifestantes que ocupava a Estrada do Itararé era a garçonete
Patricia Ferreira, de 17 anos, irmã de Eduardo. Ela contou que estava
chegando do trabalho quando viu o menino, já morto, na escada em frente a
sua casa.
— Eu estava chegando em casa do trabalho, ele me viu, ia brincar comigo.
Nessa hora foi atingido. Eu me protegi e só vi quando ele rolou escada
abaixo. Foi uma covardia do policial — desabafou Patricia.
Desde a tarde desta quinta-feira, agentes do COE (Bope, Batalhão de
Choque e Batalhão de Ações com Cães) reforçam o policiamento no Alemão.
A assessoria de imprensa da secretaria de Segurança confirmou, em nota
na tarde desta sexta-feira, que pode reocupar o Complexo do Alemão. Nas
últimas 48 horas, quatro pessoas morreram em confrontos entre policiais
militares e traficantes no conjunto de favelas. De acordo com a nota, há
um centro de controle do Comando de Operações Especiais (COE) instalado
na Coordenadoria de Policia Pacificadora, e “cada ação das forças
especiais será avaliada até chegar, se for necessário, a uma ocupação
completa”.
A presidente Dilma Rousseff, em nota, pediu que as circunstâncias da
morte do menino Eduardo sejam esclarecidas e que os responsáveis pelo
crime sejam punidos. Ela também prestou solidariedade à família do
garoto.
EXTRA
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