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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Discussões e tumulto marcam votação do texto-base da meta fiscal


Congresso tenta votar projeto do governo desde o dia 26 de novembro.
Texto-base foi aprovado, mas o Congresso ainda não concluiu votação.

Do G1, em São Paulo
O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), discute com o presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL) (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), discute com o presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros (PMDB-AL) na sessão do dia 26 de novembro (Foto: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo)
A votação do texto-base projeto que altera a meta fiscal do governo para 2014 foi marcada por adiamentos, discussões e tumulto.
A tentativa de iniciar a análise do projeto começou em 26 de novembro - um dia após o Congresso concluir a análise de vetos da presidente que trancavam a pauta - , mas por falta de quórum a meta fiscal não foi colocada em votação. Uma sessão para discutir o projeto foi marcada para 2 de dezembro pelo presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

Manifestante desmaia durante tumulto na sessão do Congresso Nacional para votar a meta fiscal (Foto: Viola Jr./Câmara dos Deputados)Manifestante desmaiou durante tumulto
(Foto: Viola Jr./Câmara dos Deputados)
Confusão
A sessão marcada para terça-feira (2), teve de ser suspensa. O motivo foi um tumulto iniciado depois que Renan Calheiros determinou a retirada das galerias de manifestantes contrários ao projeto.

Ele deu a determinação à Polícia Legislativa após a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) protestar contra supostas ofensas à senadora Vanessa Grazziotin (PC do B-AM), que discursava da tribuna. De acordo com a deputada, a senadora foi xingada de "vagabunda" por manifestantes, mas, segundo o líder do PSDB na Câmara, deputado Antonio Imbassahy (BA), eles gritavam "Vai para Cuba". Parlamentares foram até o local para impedir que os agentes efetuassem a retirada e houve empurra-empurra.
Um dos presentes desmaiou nas galerias e acusou um dos seguranças da Casa de usar uma arma de choque para imobilizá-lo. A aposentada Ruth Gomes de Sá, de 79 anos, que também estava no local levou uma 'gravata' ao ser retirada das galerias. Ela, que é ligada ao PSDB, prestou queixa na polícia contra a truculência.
Com o tumulto, o presidente decidiu retomar os trabalhos na manhã desta quarta-feira (3).

O cantor e compositor Lobão protesta junto com manifestantes na portaria principal do Congresso Nacional, em Brasília, pedindo que seja liberada a entrada do público para acompanhar a sessão de votação da meta fiscal (Foto: Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados)O cantor Lobão protesta na portaria do Congresso
(Foto: Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados)
Maratona
Para a continuidade da reunião, Renan Calheiros fechou o acesso às galerias do plenário, o que provocou protesto do lado de fora do Congresso. Um cordão foi montado na área externa do Congresso, mas mesmo assim houve confusão logo após a chegada do senador Aécio Neves (PSDB). Manifestantes tentaram furar o bloqueio e acessar o prédio.
O cantor Lobão chegou ao Congresso por volta do meio-dia, 1h30 após a retomada da sessão, e conseguiu acesso. "É inadmissível o pessoal não entrar. Isso é uma ditadura. Se eu entrar, todo mundo tem que entrar. Se eu entrar com privilégio, eu sou o presidente e não o povo brasileiro", protestou.
Por volta das 18h30, o Congresso Nacional decidiu manter os dois vetos presidenciais que trancavam a pauta do plenário e abriram caminho para a análise e votação da flexibilização da meta fiscal, encerrada já na madrugada desta quinta-feira (4).
Às 3h45, o Congresso aprovou o texto-base da nova meta fiscal. Quatro destaques teriam que ser votados. Mas no último, a oposição manobrou ao perceber que muitos parlamentares tinham deixado o prédio e pediu verificação de quórum, impedindo a votação. A sessão foi encerrada sem concluir votação do projeto de meta fiscal. A sessão será retomada na próxima terça (9). 
A aposentada Ruth Gomes de Sá, 79 anos, é contida por agente de segurança do Congresso (Foto: André Dusek / Estadão Conteúdo)A aposentada Ruth Gomes de Sá, 79 anos, é contida por agente de segurança do Congresso
na terça-feira (2) (Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo)
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Manifestantes, parlamentares e policiais em meio a tumulto nas galerias da Câmara (Foto: André Dusek / Estadão Conteúdo)Manifestantes, parlamentares e policiais em meio a tumulto nas galerias da Câmara na terça-feira (2)
(Foto: André Dusek/Estadão Conteúdo)

Suspeito de decapitações era calado e gostava de cães, dizem vizinhos

Poodle de estimação de suspeito está com vizinha da família, em Mogi.
Segundo polícia, homem de 23 anos confessou seis homicídios.

Jamile SantanaDo G1 Mogi das Cruzes e Suzano
Jhonatan Lopes de Santana, suspeito de decapitação (Foto: Jenifer Carpani/G1)Jhonatan Lopes de Santana, suspeito
de decapitações. (Foto: Jenifer Carpani/G1)
Um rapaz discreto, calado, que gostava de cachorro, tinha poucos amigos e era extremamente educado. Esse é o perfil traçado pelos vizinhos de Jhonatan Lopes de Santana, de 23 anos, suspeito de ter matado seis pessoas e ferido gravemente outra. Os crimes chocaram quem conhecia a família.  Com medo de ataques, mãe, pai e irmão, deixaram a residência, no Botujuru, em Mogi das Cruzes.
Quatro pessoas foram decapitadas em Mogi das Cruzes e uma em Poá. O jovem foi preso na quarta-feira (3) e, segundo a polícia, confessou seis homicídios. Em um dos casos não houve decapitação. A vítima foi esfaqueada.De acordo com a polícia, uma prima do suspeito registrou um ataque do jovem ao seu filho de 3 anos. A agressão teria acontecido no sábado (29) e ela afirma que Jhonatan tentou enforcar o menino. De acordo com o delegado seccional Marcos Batalha, ele atacava com golpes de machadinha na cabeça e depois decapitava as vítimas. Em depoimento, segundo a polícia, Jhonatan disse que alvo eram usuários de crack e moradores de rua, mas algumas das pessoas mortas seguiam para o trabalho quando foram atacadas.
Família de suspeito de matar seis pessoas em Mogi das Cruzes e Poá, deixou a casa com medo de represálias (Foto: Jamile Santana/G1)Família de suspeito de matar seis pessoas em
Mogi das Cruzes e Poá, deixou a casa com medo
de represálias (Foto: Jamile Santana/G1)
A dona de casa Marta Jakobiu conhece a família desde que o suspeito tinha 2 anos. “Quando o pai e a mãe dele se mudaram para o bairro, o Jhonatan era pequeno. Ele é o caçula do casal que tem mais um filho, de 25 anos. Ele sempre foi muito educado. Às vezes ficava na frente de casa, lavando o carro ou sentado na calçada conversando com o irmão. Quando eu chegava, ele sempre cumprimentava. Se fosse um menino problemático, até esperaríamos este tipo de atitude, mas não. O que nos deixa mais chocados é que ele é de uma boa família, muito bem educado”, contou.
A vizinha descreve o suspeito como um rapaz muito reservado. “Ele sempre foi de falar muito pouco. Tanto que nós sabíamos pouca coisa da vida dele. Onde trabalhava e tudo mais. Mas ele sempre foi muito educado, fala bom dia, boa tarde e boa noite. Eu nunca tranquei o portão de casa quando chegava à noite. Eu via ele e o irmão na frente de casa e ficava tranquila, sabia que eles estariam olhando se alguém quisesse mexer”, garantiu.
Na tarde de quarta, mãe, pai e irmão do suspeito deixaram a casa com medo de represálias.As vizinhas ficaram responsáveis por “cuidar da residência”. “Se eu ver qualquer pessoa tentando pichar, invadir ou colocar fogo, vou ligar para a polícia na hora. Os pais não merecem isso”.
A filha da Marta chegou a estudar com Jhonatan durante o primário. “Eles brincavam juntos, iam pra escola. O Jhonatan tinha uma cadelinha preta e sempre a deixava em casa para a minha filha brincar. Eu não entendo de onde saiu toda essa violência.”
Era do muro do quintal da casa de Patrícia Shulz, que os vizinhos conversavam. “Aqui um ajudava o outro. Quando eu precisava de qualquer coisa, chamava os pais do Jhonatan pelo muro e conversávamos por ali mesmo. Eram vizinhos silenciosos, tranquilos”, disse.
Patrícia está cuidando do cachorro do suspeito, uma poodle chamada Maruska. “A mãe dele me pediu para que eu cuidasse, e como eles sempre foram ótimos vizinhos, não neguei ajuda. Não para ela, uma mãe que está sofrendo o que mãe nenhuma no mundo merece sofrer”, disse.
De acordo com o delegado Seccional, Marcos Batalha, o suspeito não tinha problemas com a Justiça e conflitos familiares. "Pelo menos pelas pesquisas que nós fizemos ele tem uma única passagem criminal por desacato, um crime sem gravidade. Geralmente as pessoas que praticam crimes tão bárbaros, crimes sequenciais, ou seja, diversas mortes, têm histórico de conflito, e acabam  levando para esse lado, da violência. Esse sujeito não tem nada. Nunca passou por dificuldade, não tinha problemas. Nada que justificasse os crimes”, detalhou.
Homem tinha feito machadinha no próprio corpo, segundo a polícia. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)Homem tinha feito machadinha no próprio corpo,
segundo a polícia. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
O caso
A Polícia Militar prendeu o ajudante geraldepois que três pessoas foram encontradas decapitadas em Mogi das Cruzes na manhã desta quarta. Há ainda outra mulher que foi decapitada em Poá na noite de terça. Na segunda-feira, dois moradores de rua foram atacados também em Mogi. Um morreu e outro está internado no Hospital Luzia de Pinho Melo.

Mais tarde, ele também confessou o assassinato de uma mulher em um local conhecido como "Favela do Gica", no distrito de Brás Cubas no sábado (29), segundo o delegado seccional Marcos Batalha.
No começo da noite de quarta, Batalha relatou mais um caso: um morador de rua ferido procurou a polícia dizendo ter sido atacado no domingo (30) em frente ao Hospital Luzia de Pinho Melo. Ele contou ter sido agredido com uma machadinha. Ferido, foi ao hospital. A vítima disse ter reconhecido Jhonatan em reportagens e procurou a polícia.
Vídeos
Imagens de duas câmeras de monitoramento mostram o ataque a uma das vítimas mortas nesta quarta. Trata-se de um morador de rua. Pedestres e motoristas não reagem diante do crime, ocorrido em uma das ruas mais movimentadas de Mogi das Cruzes, por volta das 6h30.
Ainda de acordo com as informações passadas pelo delegado, o homem tem sinais no corpo relacionados aos crimes. "Logo que ele foi preso, em sua residência, ele apresentava dois sinais feitos por ele próprio no corpo: o desenho de um machado no braço, próximo ao ombro, e um na perna feito com uso de uma agulha, com o número 36". Segundo Batalha, o homem disse que tinha o compromisso de matar 36 pessoas. "Ele disse que tirou as ideias de vídeos de decapitações do Talibã", acrescentou.
O delegado afirmou que o homem estava consciente em todos os crimes. "Ele disse que se não tivesse sido preso continuaria matando. Ele achou que todas as vítimas eram moradores de rua e disse que eles não pagam impostos, vivem às custas dos outros e que não acha isso certo."

Vítimas
Durante a tarde, a Polícia Civil divulgou uma lista com os nomes das vítimas. De acordo com o levantamento feito pela polícia até agora, a primeira vítima foi identificada como Flávia Aparecida de Paula Honório. Ela foi decapitada em um local conhecido como "Favela do Gica", no distrito de Brás Cubas, no sábado. Na segunda-feira (1º), o suspeito esfaqueou e queimou um morador de rua, que não foi identificado, na Avenida Francisco Rodrigues Filho, no bairro do Mogilar,  e deixou outro gravemente ferido.
Na noite de terça-feira (2), a vítima foi Kelly Caldeira da Silva que foi decapitada em Poá. Nesta quarta-feira, ele atacou três pessoas em diferentes pontos de Mogi das Cruzes. Uma das vítimas foi o morador de rua identificado pela polícia como Carlos César de Araújo que estava na Avenida Francisco Rodrigues Filho. Outra foi Maria do Rosário Coentro, encontrada na Avenida Antonio de Almeida, no Rodeio. A terceira, Maria Aparecida do Nascimento, foi atacada na Avenida Francisco Rodrigues Filho, na Vila Suíssa.
Prisão
Os policiais militares chegaram ao suspeito, de 23 anos, depois da ligação de uma testemunha. "Recebemos a informação da sequência de crimes e uma testemunha viu as características do veículo e denunciou pelo 190. Com a placa chegamos ao endereço do proprietário do veículo e possível autor dos crimes. Havia marcas de sangue no veículo", explicou a tenente Christiane Rocha Chenk em entrevista ao G1. "No começo ele tentou resistir à prisão, mas depois também encontramos roupas com marcas de sangue e ele confessou os crimes e disse que era para evitar um mal maior. Estamos verificando se houve ajuda de outras pessoas", detalhou.
Carro do suspeito de decapitação em Mogi das Cruzes e Poá (Foto: Jenifer Carpani/ G1)Testemunha anotou placa de carro e levou polícia
ao suspeito. (Foto: Jenifer Carpani/ G1)

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