Se o objetivo da advogada paulista Flavia Penido era simplesmente
arrecadar R$ 5 mil para pagar a indenização que a agente do Detran-RJ
Luciana Tamburini foi condenada a pagar ao juiz João Carlos de Souza
Correa, as doações superaram as expectativas. Na tarde desta
quarta-feira, a vaquinha organizada para ajudar a fiscal ultrapassou a
marca de R$ 19.300. As doações se encerram na próxima terça-feira, 11 de
novembro.
Com o nome de “Divina Vaquinha”, a arrecadação foi organizada para
ajudar Luciana e criticar a decisão da 14ª Câmara Cível do Tribunal de
Justiça do Estado do Rio de Janeiro, que condenou a agente de trânsito
por considerar que, ao dizer que “juiz não é Deus”, “tinha a clara
intenção de deboche” e o “objetivo de expô-lo (João Carlos) ao ridículo.
Na descrição da vaquinha, Flavia Penido — que não conhece Luciana
pessoalmente — diz que “ficou muito claro que a sociedade repudiou essa
decisão”. A advogada esclarece que todo o valor arrecadado, incluindo o
excedente ao da indenização, vai ser entregue pessoalmente, em um ato
público, a Luciana. A agente já declarou que espera não precisar pagar a
indenização, pois vai recorrer da decisão judicial, e que pretende doar
a quantia arrecadada para instituições de caridade.
— Achei a ideia bacana. É um incentivo, mas espero não precisar desse dinheiro e conseguir ganhar essa ação — comenta Luciana.
Redes sociais
Na internet, a sentença tem causado revolta. Usuários das redes sociais
criaram uma página no Facebook pedindo que o juíz perca o cargo. Em dois
dias, já são mais de 600 curtidas. Por lá, são compartilhadas matérias
sobre o caso e mensagens de apoio a Luciana.
"Há 6 anos, esse juiz abusa de seus poderes Constitucionais, trazendo
transtorno à população e contra pessoas que trabalham para nos proteger.
CHEGA!!!", diz a descrição da página, sem explicar, no entanto, em que
outros momentos o juiz teria agido de maneira imprópria.
No site do Avaaz, onde é possível criar petições online, um
abaixo-assinado pedindo que o Ministério Público Federal intervenha no
caso tem apenas sete assinaturas.
O caso
O episódio da carteirada aconteceu em 2011, quando João Carlos de Souza
Correa foi parado pela fiscal por dirigir um veículo sem placas e estar
sem a Carteira Nacional de Habilitação. O magistrado chegou a dar voz de
prisão a Luciana por desacato. Segundo a agente, a decisão que a
condena por “ironizar uma autoridade pública” é uma ameaça ao trabalho
de fiscais de trânsito e quaisquer outros agentes de segurança pública.
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