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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

25 carros são roubados a cada 24 horas no Ceará


Renato Bezerra
O número de ocorrências no Estado é o segundo maior do Nordeste, perdendo apenas para a Bahia. A SSPDS afirma coibir esse tipo de crime com investigações direcionadas e destaca o reforço do efetivo da Polícia Militar. (Foto: Agência Diário)
Há cerca de um mês, a vendedora Nirlândia dos Anjos, 36, passou por uma situação bastante temida na Capital: o roubo de carro. A ocorrência aconteceu em plena luz do dia, no bairro Parangaba, e até hoje seu veículo não foi localizado. O caso foi apenas mais um a engrossar esse tipo de estatística no Estado. De acordo com levantamento realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o Ceará tem uma média de 25 carros roubados a cada dia.

Os dados, referentes ao ano de 2013, foram apresentados ontem durante lançamento da 8ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública (ABSP). O estudo aponta que, de 2012 para 2013, os números absolutos de roubos de veículos passou de 6.359 para 9.372, aumento de 47,3%. O número de ocorrências é o segundo maior do Nordeste, perdendo para a Bahia.

O montante de 2013 representa uma taxa de 393,1 veículos roubados para cada grupo de 100 automóveis existentes no Ceará, taxa superior à média nacional, que foi de 280,4 no mesmo ano. O índice de roubo de veículos foi calculado pelo Anuário a partir da frota de veículos informada pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) em dezembro de 2012 e dezembro de 2013.

Para Nirlândia, que não possuia seguro, a expectativa está nas autoridades policiais conseguirem encontrar o carro. Entre idas e vindas da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas ((DRFVC), na Capital, foram depoimentos, registro de Boletim de Ocorrência (B.O.), análise de imagens de câmeras de segurança, mas nenhuma pista satisfatória até então.

Violência

A vendedora relata que, muito além do prejuízo pela perda material, fica o trauma pela agressão sofrida. "Eu estava indo buscar minha filha no reforço. Quando desci do carro, fui abordada por dois homens que me mandaram entregar a chave. Me xingaram e disseram que iam dar um tiro na minha cabeça. Hoje estou traumatizada, não saio de casa no horário que ocorreu o fato nem para trabalhar. O que fica é apenas a revolta", comenta.

A enfermeira Natália Sousa, 28, passou por situação semelhante duas vezes somente neste ano. Na primeira, em março, teve o carro levado por criminosos quando aguardava para entrar na garagem do seu prédio. Na segunda, em setembro, foi abordada por homens armados assim que estacionou o veículo próximo à Avenida Santos Dumont.

Nos dois casos, os veículos não foram recuperados. "O que senti por parte da Polícia é que isso é tão comum que fui apenas mais uma na estatística. Em nenhum momento percebi aquela vontade de resolver alguma coisa", conta a jovem, que hoje prefere andar de bicicleta.

A respeito dos números, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou, por meio de nota, que os Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVP), nos quais estão incluídos os roubos de veículos, vêm sendo combatidos com a intensificação do policiamento ostensivo feito pela Polícia Militar, que recebeu um reforço no seu efetivo de mais de 2.000 policiais neste ano. Além disso, diz a nota, a DRFVC e a SSPDS vêm desenvolvendo investigações direcionadas para coibir esse tipo de crime no Estado.

Mais informações

Para registro de Boletim de Ocorrência, a vítima pode acionar a Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos e Cargas, na Av. Godofredo Maciel, 2800, bairro Maraponga.

Fonte: Diário do Nordeste

Mulungu-CE: Bando armado invade casa e cadeia e mata três homens

 
 
Os bandidos, usando balaclavas (capuz), invadiram o local onde funciona a Cadeia Pública e o Destacamento da PM e mataram dois detentos. (Foto: Lucas de Menezes)
A Polícia está investigando a sequência de mortes ocorrida, na madrugada de ontem, no Município de Mulungu, no Maciço de Baturité. Duas das três execuções ocorreram dentro da Cadeia Pública local. A outra vítima, Francisco Wagner Bezerra da Silva, 24, tombou morta, na localidade de Lameirão. Ele é irmão do suspeito de ter matado o policial militar do Ronda do Quarteirão, André Ribeiro de Carvalho, 30, na madrugada de segunda-feira.

Francisco Magno Ferreira Bezerra da Silva, 26, foi preso logo após a morte do militar. Ele foi encaminhado à Delegacia de Capturas e Polinter (Decap), onde permanece preso. Conforme informações prestadas no destacamento local, a PM teria sido acionada e compareceu ao clube ´Forró na Chapada´ para tentar conter Magno Silva, que tinha provocado um tumulto. Para prevenir novas confusões, ele foi posto para fora da festa.

O rapaz, não se conformou com a ação policial e teria ido em casa pegar uma arma. Ele disparou um tiro contra a nuca de André Carvalho, que morreu na hora. O caso levantou suspeitas, que foram ventiladas nas ruas da cidade e em redes sociais, de que as três mortes subsequentes teriam sido uma retaliação à morte do policial.

A Polícia local nega e diz que a motivação das execuções foi outra. As vítimas teriam problemas com um homem, identificado pelo apelido de ´Cara de Macaco´. "Este rapaz se aproveitou da situação para tentar jogar a culpa na Polícia, mas a possibilidade de retaliação está totalmente descartada. Provavelmente, o ´Cara de Macaco´ foi quem planejou todas as mortes. Quando os policiais saíram para atender o ocorrência na localidade de Lameirão, ele e os comparsas se deslocaram até a cadeia e mataram os outros dois lá", disse o cabo PM Narcélio Pereira.

Durante a manhã, ´Cara de Macaco´ teria se envolvido no roubo de um automóvel, no Sítio Soledade, conforme o cabo. O veículo, que pertence a um advogado, foi encontrado, horas depois, abandonado em uma estrada carroçável. O suspeito está sendo procurado, por patrulhas da PM, que estão dando apoio nas diligências.

Na Cadeia

O prédio em que funciona à Cadeia Pública de Mulungu é o mesmo em que a PM está instalada. Ao todo, nove policiais militares trabalham na cidade, divididos em três turnos, o que representa apenas três militares de serviço por expediente.

Na cadeia, apenas um agente penitenciário estava de plantão. No momento em que os executores chegaram, cinco pessoas estavam presas. O servidor da Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) foi rendido e obrigado a levar os criminosos até a cela em que Adriano Braz Ferreira, o ´Jacó´; e Antônio Aldean Sousa Moreira, o ´Dan´ estavam.

"O agente disse que eles chegaram armados com pistolas, dizendo que queriam apenas o ´Jacó´ e ´Dan´. Os dois foram executados dentro da cela e os atiradores fugiram", contou o cabo Narcélio. Adriano Ferreira estava preso, acusado de homicídio e Antônio Moreira, por roubo e receptação. O perito Jeová Lima, da Perícia Forense do Ceará (Pefoce) informou que 59 tiros de pistolas, calibre ponto 40 e 380, foram disparados contra os três corpos. Por meio de nota, a Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus) informou que a cadeia foi invadida pro um bando de oito homens e que "no momento do incidente, não haviam policiais no plantão externo".

Violência

A aposentada Maria da Silva disse estar bastante abalada com a situação que está vivendo. Após a notícia de que o neto Magno Silva tinha matado uma pessoa e sido preso, ela presenciou a morte de Wagner Silva, a quem criou como filho. "Arrombaram minha porta e entraram atirando. Se disseram alguma coisa, não ouvi. Fiquei parada. Eu queria andar, mas minhas pernas não atendiam. Na hora que chegaram, o Wagner estava dormindo em um colchão, no chão. Acho que nem percebeu que sua hora tinha chegado, nem se mexeu".

Conforme uma moradora da Rua Nova, onde fica a Cadeia Pública, as notícias de crimes têm sido cada vez mais frequentes. "Dizem que é a droga que chegou em Mulungu. São muitas notícias ruins de um tempo pra cá. Um vizinho nosso foi morto há menos de um mês e ontem já fomos surpreendidos por uma ´chuva de balas´. Deu pena ver as crianças que iam para a escola, de manhã, brincando com as cápsulas que acharam no chão".

Fonte: Diário do Nordeste

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