Coronel Geovani Pinheiro (PM), secretário Delci Teixeira e delegado Andrade Júnior (Polícia Civil) formam a cúpula da Segurança Pública do Ceará e enfrentam uma crise de atentados ordenados pelas facções criminosas
Em um documento entregue ao governador Camilo Santana (PT) nesta terça-feira (19), representantes de sete entidades associativas de policiais e bombeiros militares e civis, além do deputado estadual Cabo Sabino (PR), pediram a exoneração de toda a cúpula das secretarias da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e da Justiça de Cidadania (Sejus), e de seus órgãos vinculados. Motivo: o caos que se instalou no Ceará, onde organizações criminosas passaram a comandar a violência, ordenar atentados e assassinar policiais.
O pedido de exoneração dos secretários Delci Teixeira (da Segurança Pública), Hélio Leitão (da Justiça e da Cidadania), do coronel Francisco Geovani Pinheiro (comandante-geral da PM) e do delegado Andrade Júnior (chefe da Polícia Civil) e de todos os seus secretários executivos e assessores em geral, mostra o descontentamento geral da categoria da Segurança, que inclui policiais civis e militares, bombeiros militares e agentes penitenciários.
Os mais recentes atentados contra delegacias de Polícia, quartéis e viaturas da PM, os assassinatos de 17 policiais, o caos no Sistema Penitenciário com fugas, mortes e ataques em presídios e delegacias levaram os líderes dos sindicatos e associações a pedirem, além da substituição dos dirigentes dos órgãos, a decretação do “Estado de Emergência” no Ceará.
Convocação
Com a instalação deste regime, e com base no que está previsto no artigo 88 da Constituição do Estado do Ceará, as Polícias Civil e Militar poderão, de forma emergencial convocar para o serviço ativo os profissionais que foram para a Reserva Remunerada (no caso dos militares) ou para a aposentadoria (no caso dos policiais civis) nos últimos cinco anos.
Com esse acréscimo de efetivo, estaria as corporações aptas a ocupação de presídios e a deflagração de grandes operações de combate ao crime neste momento de completa desordem na Segurança Pública. Tal mobilização – voluntária – teria duração máxima de 30 dias. Além disso, seria possível a redução do período de folga dos atuais contingentes.
Mais medidas
Além da decretação do Estado de Emergência e a imediata substituição dos secretários e comandantes, as associações e o deputado federal sugeriram ainda ao governador Camilo Santana outras medidas, tais como a transferência dos principais líderes para presídios federais noutros estados, a aplicação do Regime Diferenciado Disciplinar (tornando mais rígido o confinamento dos chefes das facções) com separação de uma unidade prisional exclusiva para esta ação; instalação imediata dos bloqueadores de celulares nos presídios; aumento do número de delegacias plantonistas na Grande Fortaleza.
Também foram sugeridos: que cada viatura da PM em patrulhamento seja ocupada por quatro policiais, realização de operações de saturação em conjunto com outros órgãos como a Polícia Federal (PF), Polícia Rodoviária Federal (PRF), Perícia Forense e Agentes de trânsito; acautelamento (disponibilização) de armas para todos os profissionais da Segurança Pública e do Sistema Penitenciário; reestruturação imediata do sistema de comunicação das forças policiais na Capital e Interior, pedido à Justiça de que armas de grosso calibre apreendidas possam ser utilizadas pela Polícia; além de blindagem nos pára-brisa das viaturas.
Assinaram o documento encaminhado ao governador as seguintes entidades:
Associação dos Cabos e Soldados Militares do Ceará (ACSMCE)
Associação de Praças da Poícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (Aspramece)
Associação dos Profissionais de Segurança (APS)
Associação dos Oficiais da PM e BM do Ceará (ASSOF-Ceará)
Sindicato dos Agentes e Servidores do Sistema Penitenciário do Estado do Ceará (Sindasp)
Sindicato dos Policiais Civis de Carreira do Estado do Ceará (Sinpol/CE)
- Deputado federal Cabo Sabino (PR)
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